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Festa e devoção da “Santa que Caiu do Céu” completam 70 anos hoje

2929Hoje (29) é feriado municipal em Catas Altas da Noruega, a festa de de Nossa Senhora da Graças cuja devoção completa 70 anos, quando se encerra a festa da padreira com missa na gruta onde a imagem da santa foi encontrada intacta. Durante o dia haverá missa e procissões. Ocorreu também no último sábado (27) a 16ª Caminhada de Santa Inácio Com Costela.

A festa de Nossa Senhora das Graças é sintese dos catasaltense onde se mistura a fé e a devoção fincadas na raiz desse povo. É também uma das maiores expressões culturais de Minas Gerais.

Caminhada de São Inácio de com Costela aconteceu neste final de semana/Mauro Dutra Faria

A Rádio Noruega FM estará transmitindo as celebrações. Sintonize.

Monumento

Logo na entrada de Catas Altas da Noruega se avista um monumento  que expressa a fé de seu povo. A história da Santa que caiu do Céu”  atravessa mais de meio século e atrai milhares de devotos a cidade. Às vésperas do ano passado, a prefeitura instalou uma réplica do avião que retrata, segundo a crença local, a história Imagem Milagrosa.

Junto ao avião, a prefeitura instalou uma imagem de Nossa Senhora da Graça dando vida ao momento que a santa caiu do céu e sua imagem foi resgatada intacta à época. Assim nasceu a devoção que se transformou em uma história de fé.

A ideia de colocar o avião partiu do setor de cultura local. O avião foi construído em metal por 3 funcionários da prefeitura que se debruçaram no trabalho artístico. O ambiente que em que o devoto reconstitui e a cena da santa quando caiu do avião.  È um atrativo turístico que que identifica a cidade e agrega valor a fé do nosso povo.

A história

Em Catas Altas da Noruega a devoção dos católicos evoca os idos dos anos 40 do século XX. O caso ficou conhecido para a história do “Milagre da santa que caiu do céu”. Em 29 de julho de 1949, véspera da festa do padroeiro da cidade, São Gonçalo do Amarante, que aconteceu o Milagre de Nossa Senhora das Graças.

O pároco em exercício da cidade à época, padre Luiz Gonzaga Pinheiro, devoto de Nossa Senhora das Graças, se preparava para a festa do padroeiro e resolveu presentear e felicitar os fiéis com uma imagem da santa. Pediu a um motorista de jardineira (ônibus usado na época) que trouxesse sua encomenda quando retornasse de Conselheiro Lafaiete. Porém, ao voltar de viagem o homem se esquecera do pedido do padre.

Entronização da imagem de Nossa Senhora das Graças (1949)/Reprodução

Decepcionado e sem saber o que fazer restando apenas dois dias para a festa, padre Luiz Gonzaga  pediu à santa que o ajudasse a resolver tudo. Por volta das 15 horas do mesmo dia 29, um avião da Companhia Itaú de Transportes Aéreos sobrevoava a cidade muito abaixo do normal e com velocidade também reduzida chamando a atenção de moradores; estes perceberam que algo caía do avião. Eram caixas e pacotes – “Parecia uma chuva de confete”, diziam as pessoas que presenciaram o fato.

Nos pacotes que foram arremessados do avião havia geladeiras, rádios, material cirúrgico, fardos de tecidos e caixotes com imagens de santos. O avião havia partido do Rio de Janeiro às 14 horas com primeira escala programada para Belo Horizonte no aeroporto da Pampulha. Ao sobrevoar Catas Altas da Noruega percebeu-se falha em um dos motores e para aliviar o peso e tentar chegar até a capital, os pilotos decidiram jogar fora parte da carga destinada a Belém do Pará e avaliada em 750 mil cruzeiros.

Há 6 km do centro da cidade de Catas Altas, no povoado de Lage, os lavradores Geraldo das Neves e Antônio Lourenço encontraram um caixote partido ao meio e com uma imagem intacta no interior que mesmo com a queda não teve nenhum sinal de destruição. Era uma imagem de Nossa Senhora das Graças exatamente igual à encomendada pelo pároco da cidade, o padre Luiz Gonzaga Pinheiro.

Ex-prefeito Giovane Luiz Lobo Neiva exibe exemplar da revista O Cruzeiro da década de 50, em que retrata a “Santa que caiu do céu”/DIVULGAÇÃO

Assim como os demais objetivos que caíram do avião, a imagem ficou apreendida pelo delegado Reginaldo Petronilho de Queiroz até o dia seguinte, 30 de julho, quando chegou à cidade um caminhão com o Piloto Paulo para localizar e recolher os objetos. O piloto informou que conseguiu o milagre de chegar ao aeroporto da Pampulha com os depósitos de gasolina completamente vazios. E quando soube que o padre queria a imagem, apressou-se em doá-la.

Da casa do delegado a imagem foi levada em festiva procissão à igreja matriz onde se encontra até hoje, atraindo milhares de fiéis todos os anos durante os dias de festa no mês de julho.

No local da queda da imagem, espalharam cascalho, e sem adubo lançaram sementes de arroz que nasceram com apenas 28 dias e em considerável quantidade. Este arroz, que o padre Luiz Gonzaga Pinheiro guardou a sete chaves e com muito respeito, já produziu, entre outros, um milagre na pessoa devota de Nossa senhora das Graças.

Esta pessoa estava desenganada pela medicina quando procurou um remédio para um tumor maligno, conseguiu a cura por intercessão da Virgem. Meses depois o médico que a atendeu, constatou que a paciente estava completamente sã e atribuiu a cura a um milagre mesmo. (registros do Museu Antônio Perdigão)

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