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Em grande estilo Banda Nossa Senhora d’Ajuda comemora 50 anos e encanta público com sua vitalidade musical

A falta de uma banda própria para dar vida aos festejos do Alto Maranhão levou moradores daquele distrito, coordenados por pároco, padre João Egg, a criarem, em 3 de agosto de 1969, a Sociedade Musical Nossa Senhora da Ajuda. Ao completar 50 anos nesse domingo (4 de agosto de 2019), ela foi homenageada pela comunidade local  por outras cinco corporações, entre as quais estiveram a Banda Bom Jesus e a Banda Sinfônica da Secretaria de Educação, também de Congonhas. Após a Santa Missa das 8h, presidida pelo pároco, padre Eduardo Bastos, as bandas saíram pelas ruas da localidade, encantando a todos ao som de marchas e dobrados. Retornando ao espaço celebrativo da Igreja Nossa Senhora da Ajuda, todas participaram de um festival, interpretando músicas populares. A Prefeitura participou das comemorações e contribui, por meio da Secretaria de Cultura, para a preservação da Banda Bom Nossa Senhora d’Ajuda.

Durante o Festival, apresentaram-se a Corporação Musical Nossa Senhora da Conceição, de Jeceaba; União Santa Cecília, de São Brás do Suaçuí; e Sociedade Musical Santa Cecília, de Conselheiro Lafaiete, e as três bandas de Congonhas.

Além das bandas participantes, receberam homenagens os senhores Salvador Pedro Santana, o componente mais experiente da formação atual da banda, os ex-regentes Paulo Norberto dos Santos, José Nicodemos Machado, Rui dos Santos e o atual maestro, Robson Patrício Chaves. A organização do evento guardou uma homenagem também para o atual presidente, Rui Rodrigues, que além de medalha, ganhou presentes dos netos e se emocionou.

O aposentado Flaviano Trindade, que se divide entre Brasília e sua terra natal – o Alto Maranhão –, lembrou, durante o evento comemorativo, as circunstâncias e personagens que contribuíram para a criação da banda daquele Distrito de Congonhas. “Falar da Sociedade Nossa Senhora d’Ajuda é entrar no túnel do tempo e tentar resgatar os fatos e personagens que fizeram a história da música da nossa comunidade. Alguns músicos locais se reuniam para tocar em festas religiosas entre 1939 a 1961, com ajuda de outros de Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte. Entre eles estão Tristão da Silva Neto, João Tristão, Joaquim Machado, Adelino Machado, Rodolfo José Ferreira, Gumercindo José da Rocha, Aprígio José de Moura, José Vital, Bené da Sá Né, filho do Sr. Franklin Rodrigues de Paula, outro colaborador da banda e autor de várias músicas tocadas por bandas aqui da região, como “Vigário Correa”, “Redondo” e “Cristianismo”. Sr. Frankin era letrado, com conhecimento de línguas estrangeiras, matemática e música. A todos nossa gratidão, carinho e saudade. A necessidade de se instalar uma corporação foi surgindo ao se perceber que não tínhamos uma organização para atender às demandas. Houve muitos improvisos, mas que nem sempre, apesar das boas intenções, eram adequados à ocasião. A comunidade convidava bandas que nem sempre atendiam a gosto ou, muitas vezes, nem respondiam aos chamados. Até que, na manhã de 3 de agosto de 1969, o padre João Egg se reuniu com músicos da época, líderes da comunidade, entre outros, em um total de 100 pessoas, para constituírem a corporação Sociedade Musical Nossa Senhora da Ajuda. O primeiro presidente eleito foi Paulo Ilídio da Costa.  Muitos foram os personagens desta história, diretores, músicos profissionais e leigos, amigos, colaboradores, sócios, em uma luta constante para ouvir a banda tocar. Muitas celebrações religiosas, cívicas, pedagógicas foram embaladas por dobrados, valsas e hinos, enfim, pela inspiração adequada a cada momento. Que o ritmo da Sociedade Musical de Nossa Senhora da Ajuda possa continuar embalando os melhores momentos de nossas vidas, trazendo alegria e emoção com sua arte. Tudo o que é dado livremente vale à pena ter e conservar”, discursou.

Primeiros instrumentos da Banda Nossa Senhora. da Ajuda.

Participante da primeira formação da Sociedade Musical Nossa Senhora da Ajuda e presidente há três mandatos (há dez anos), Rui Rodrigues diz que os primeiros instrumentos foram conseguidos, em 1969, pelo padre João Egg, graças a doação feita pelo Seminário dos padres redentorista de Congonhas. Foi formado um grupo de sócios que reunia o valor suficiente para contratar o maestro, regência do maestro José Vidal Sobrinho, de Conselheiro Lafaiete. Este dava aulas de música na sacristia da Igreja de N. Sra. d’Ajuda e depois no salão da Igreja. Em outubro de 1971, durante a festa de Nossa Senhora do Rosário, a banda fez sua primeira apresentação, também sob a regência do maestro José Vidal Sobrinho. A partir de então, o Alto Maranhão não precisou mais depender das de fora.

Aquele Distrito possui seu calendário de celebrações, que toma boa parte do tempo de apresentações da Sociedade Musical Nossa Senhora da Ajuda. “Estamos na Pastoral do Dízimo, na Pastoral da Criança, no Corpus Christi, na Procissão de N. Sra. d’Ajuda, na Semana Santa, Procissão de Nossa Senhora Aparecida, que vem de Congonhas no 12 de Outubro, no Carnaval do Alto Maranhão e da sede do Município”, enumera.

Com relação à estratégia utilizada para sempre estar recebendo caras novas, Sr. Rui diz que vai até as criancinhas. “Fizemos parceria com a escola, a diretora abre as portas para nós, vamos lá com o maestro Robson, que consegue despertar o gosto musical nelas e elas vão aprendendo, até que viram músicos”.

Após a festa, Sr. Rui declarou: ”Este domingo foi um dia de grande alegria, agradeço muito a Deus e a cada pessoa que participou da nossa festa, contamos aqui com diversos voluntários, aos quais vou agradecer em nome da Adriana, filha do componente da banda, o Salvador Pedro Santana. Ela não parou nem antes, nem durante e nem depois do evento. Importante lembrar, reconhecer e agradecer à Prefeitura, que, durante o ano inteiro, contribui conosco, com a subvenção, através da Secretaria de Cultura”.

Presente à festa dos 50 anos da Sociedade Nossa Senhora da Ajuda, a secretária de Cultura da Prefeitura, Míriam Palhares, afirmou: “Nós, do poder público, temos de participar da preservação da memória e da cultura de nossa comunidade. Esta data dos 50 anos da Sociedade Musical Nossa Senhora da Ajuda é muito importante. Toda cidade que não tem sua corporação musical pode ser considerada morta. E Congonhas possui três bandas. Reunir todas elas no Alto Maranhão e outras da região convidadas foi maravilhoso, parabéns a comunidade deste Distrito tão rico culturalmente por ter uma banda que interpreta, adequadamente, os momentos emocionantes de seu povo”.

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