A história de Dom Silvério Gomes Pimenta orgulha e inspira congonhenses, seja na fé, na arte ou na busca pelo conhecimento. A trajetória de vida dessa figura ilustre foi relembrada e celebrada na noite dessa quarta-feira, 21, na Câmara Municipal. O momento também foi especial para os alunos da rede municipal de ensino, que receberam a premiação do concurso de desenho “Dom Silvério: vida e obra”. O 7º Tributo a Dom Silvério fez parte da programação da Semana Municipal de Valorização do Patrimônio, promovida pelas secretarias de Cultura e de Educação. Confira a programação aqui.
O Grupo de Câmara da Secretaria de Educação abrilhantou a noite, com canções de Caetano Veloso, Heitor Villa-Lobos e A-Ha. O estudioso sobre a história de Congonhas, André Candreva, ministrou uma palestra sobre Dom Silvério.
Pobre e negro, Silvério nasceu em 1840, época em que ainda imperava a escravidão. Nasceu livre, mas sua vida foi marcada por inúmeras dificuldades. Tornou-se padre, professor, escritor, arcebispo e nunca aceitou a escravidão, tendo dedicado vários de seus escritos à condenação incisiva do regime escravocrata. Demonstrou grande amor por Congonhas, sua terra, pela qual lutou, tentando trazer oportunidades melhores àqueles que, como ele, não nasceram em “berço de ouro” e precisavam criar sua própria história.
Dom Silvério: vida e obra
Desenvolvido pela Secretaria de Educação, por meio do Grupo de Referência Étnico-racial, e patrocinado pela Ferrous, o concurso de desenho “Dom Silvério: vida e obra” envolveu alunos do 7º ano do Ensino Fundamental de nove escolas municipais, utilizando o livro “Silvério, o Profeta Negro”, de autoria do escritor congonhense Helvécio Maranhas Dias Leite. Cada uma delas elegeu um finalista, que recebeu um jogo de tabuleiro. O primeiro lugar recebeu um notebook, e os segundo e terceiro lugares, bicicletas.
“Estou me sentindo muito feliz. Participei outra vez, só que não fui classificado. Entrei nesse concurso para ter outra chance e agora estou aqui, em primeiro lugar. Desenho desde 2015 e fui criando novas técnicas, porque nunca fiz nenhum curso de desenho. Aprendi que Silvério foi um homem que mostrou que negros podem estudar, entrar na sociedade porque todos nós somos iguais”, destacou o primeiro lugar Arthur Vinícius Silva dos Santos, 13 anos, da Escola Municipal Dom João Muniz.
A secretária de Educação, Maria Aparecida Resende, pontuou que “Todos têm a sua importância e Dom Silvério mostrou isso quando falava mais de oito idiomas, quando foi o primeiro negro da Academia Brasileira de Letras, quando chegou ao bispado, que também era difícil. Ele mostrou, com toda sua ação, que não importa a sua origem e a sua posição social, o intelecto você busca com esforço, leitura, dedicação, responsabilidade”.
Três primeiros finalistas:
Aluno: Arthur Vinícius Silva dos Santos
Professora: Valéria Aparecida Carlos
Escola Municipal Dom João Muniz
Aluno: Matheus de Jesus Teixeira
Professora: Celâine Auxiliadora Faria Martins
Escola Municipal Rosália Andrade da Glória
Aluno: Gabriel Martins Machado
Professora: Camila Daniela Policarpo de Paula
Escola Municipal Senhor Odorico Martinho da Silva
Demais finalistas:
Aluna: Taís Assunção Lobo
Professor: Ederson Campos Pinto
Escola Municipal João Narciso
Aluno: Renan Felipe Santos Maria
Professora: Vanderlucia Aparecida Costa e Silva
Escola Municipal Judith Augusta Ferreira
Aluna: Érika Isabela Cruz Vieira
Professora: Rosalie Costa
Escola Municipal Michael Pereira de Souza
Aluno: Elias Alves Gonçalves
Professora: Eleandra Márcia Antônio Joviano
Escola Municipal José Monteiro de Castro
Aluno: Bruno Gabriel Rocha Firmino
Professor: Henrique Neves
Escola Municipal de Fortunata de Freitas Junqueira