Os romeiros e turistas terão a oportunidade de conhecer o Museu de Congonhas, gratuitamente, de 7 a 22 de setembro, inclusive aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 17h. O Santuário de Bom Jesus de Matosinhos é o principal palco das celebrações religiosas, realizadas pela reitoria da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, com apoio da Arquidiocese de Mariana. No dia 7, as missas serão celebradas às 7h, 10h, 11h (Grito dos Excluídos), 15h (abertura oficial) e às 18h. De 8 a 13, as celebrações ocorrem às 6h, 8h, 10h, 15h e às 18h. E no dia 14, encerramento da festa, são realizadas missas às 6h, 8h, 10h e 15h (encerramento). Na quarta-feira, dia 11, o Museu de Congonhas recebe a tradicional Roda de Violeiros, a partir das 20h. O evento reúne músicos e romeiros de Congonhas e região para uma noite agradável no anfiteatro do Museu.
Congonhas se prepara para o maior peregrinação de Minas e cidade vai receber mais de 300 mil devotos do Bom Jesus
O embaixador Assis Chateaubriand, criador dos Diários e Emissora Associados, do incrível Museu de Arte de São Paulo, que é dotado de telas dos mais renomados artistas internacionais, tinha também uma visão de brasilidade muito profunda. E numa época de sua movimentada vida, mandou copiar, integralmente, os 12 profetas criados pelo Aleijadinho, que são uma das glórias de Congonhas. Dois deles foram resgatados e estão na portaria deste jornal: são os profetas Jonas e Ezaquiel, do mesmo tamanho e peso, feitos também em pedra sabão. Vieram de São Paulo, cada um deles pesa mais que uma tonelada e para viajarem para cá tiveram que ser divididos em duas partes. Na montagem final, receberam os trabalhos do restaurador Adriano Ramos, o maior profissional em barroco de Minas, que tem curso na Itália. Estão perfeitos, como foram esculpidos.
Do meu lado, viajando por Portugal, passei uma tarde inteira em Matosinhos, que fica perto do Porto, visitando a disposição dos 12 profetas que são colocados em lindas capelinhas na descida da igreja de Bom Jesus de Matosinhos. Fiquei maravilhada como uma ideia possa ter existido antes do outro lado do Atlântico – a igreja data de 1559, 50 anos, portanto, depois da descoberta do Brasil. Sem falar na beleza da igreja, que ocupa um adro imenso, no alto do morro. Lembro tudo isso porque Congonhas – conhecida como Cidade dos Profetas – já está com um clima diferente, a Ladeira Histórica, cheia de vida. Os ipês floriram para anunciar a chegada de mais uma edição do Jubileu do Senhor Bom Jesus: a festa da fé, devoção e cultura que acontece todos os anos de 7 a 14 deste mês. São mais 200 anos de tradição, e o Museu de Congonhas estará de portas abertas para receber as centenas de milhares de pessoas que vêm para pedir, agradecer e desfrutar de umas das maiores e mais antigas peregrinações religiosas de Minas Gerais.
Outra novidade é a exibição da exposição inédita Bom Jesus de Matosinhos de Portugal. A mostra, que reúne imagens do fotógrafo lusitano Sérgio Jacques, celebra a fé, a cultura, a devoção, e sobretudo, a união e geminação entre Congonhas (Brasil) e Matosinhos (Portugal), cidades que cultuam a mesma devoção ao Senhor Bom Jesus. As fotografias registram o Jubileu português dedicado ao santo, tradicional festividade realizada lá anualmente no mês de junho. A exposição é uma realização da Câmara Municipal de Matosinhos em parceria com a Prefeitura de Congonhas.
A devoção ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos chegou a Minas Gerais com o fiel português Feliciano Mendes, que veio em busca de ouro e, nessa procura, perdeu a saúde. Fez, então, uma promessa ao Bom Jesus e, quando a graça foi alcançada, empenhou-se em construir o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em 1757. Toda essa história é contada no Museu de Congonhas, primeiro museu de sítio do Brasil, criado justamente para fazer a interpretação do Santuário, que é patrimônio mundial.