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GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 41

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

Avelina Maria Noronha de Almeida

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NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 41

 

Assíduo vir propositi tenax omnia vincit

(Pela perseverança o homem de propósito firme tudo vence.)

Dístico latino no nosso chafariz da Praça Barão de Queluz

Imagem da Internet

 

Como é belo e sugestivo o nosso chafariz da Praça Barão de Queluz!

É um dos nossos monumentos mais antigos que permaneceram desafiando o tempo. Anteriores a eles só temos em pé a: 1) a IGREJA DE SÃO GONÇALO DO Brandão, provisão de 1725 (não aquela em que se celebram atualmente as Missas, mas a mais antiga que fica atrás da utilizada para as cerimônias religiosas e foi restaurada há alguns anos pelo Banco do Brasil); 2) a SEGUNDA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO da Praça Barão de Queluz, cuja construção começou em 1733; 3) a segunda  igreja de Nossa Senhora da Conceição da Passagem de Gagé (houve uma primeira igreja lá em Passagem do Gagé construída pelos bandeirantes e pelos índios Carijós), construída em 1774 (a invocação Nossa Senhora da Conceição foi trazida em 1709 para a primeira Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída no bairro de São João, a qual não existe mais, tendo sido a invocação trazida para a atual Matriz da Praça Barão de Queluz; 4) a Igreja de Santo Antônio, da Irmandade de Santo Antônio de Queluz, provisão de 1754; 5)  o CHAFARIZ da Praça Barão de Queluz, inaugurado em em 1881.

 

Belíssima obra de arte da fundição do século XIX, pelo seu estilo o nosso chafariz é um dos mais belos do interior de Minas. Tem a data de 1881 e foi feito em comemoração à reconstrução dos encanamentos.

 

O  chafariz fica sobre uma base que atualmente tem 3 degraus visíveis. Esta base pertencia ao  pelourinho levantado no dia 19 de setembro de 1790, quando foi criada a Real Vila de Queluz. Na verdade são quatro degraus, porém apenas aparecem três, porque o primeiro ficou sob a terra quando houve um nivelamento da praça, em princípios do século XX.

 

A foto acima é de 1934, antes do nivelamento da praça e, assim, na época ainda havia os quatros degraus.

 

No degrau do meio há um marco geodésico, que emite sinais para satélites, dando posicionamento em relação a latitude e a longitude, importante, entre outras coisas, para os meios de comunicação e de transporte e para confecção de mapas.

 

 

Em Minas Gerais há 20 cidades que têm marco geodésico. Eram mais, porém ficaram desativados.

 

O marco em nossa cidade, colocado pelo Observatório Nacional, fica no degrau do meio do chafariz da Praça Barão de Queluz e tem os dizeres: SAD nº 69. É um círculo de metal sob o qual está o aparelho que emite sinais para satélites, com os quais se comunica, e, além disso, tem comunicação com outros marcos geodésicos,  dando posicionamentos geográficos. Até hoje ainda acontece de aviões  se comunicarem com ele. Antigamente, de modo especial, quando não havia Torres de Controle, os  aviões, ao  passar sobre a praça,  comunicavam-se com o marco para verificar a rota. Isso ainda deve acontecer em caso de falha no sistema de controle. Aqui havia outro marco na Estação Ferroviária, mas está desativado.

 

Muito importante para os meios de comunicação e de transporte, também é utilizado na confecção de mapas.  Se for necessário desenhar no mapa um rio que ainda não está localizado ali, o registro pode ser feito com um aparelho itinerante semelhante ao do marco utilizando-se  informações de latitude e longitude obtidas com o satélite, mas demora mais ou menos meia hora. Se, no entanto, comunicar-se com um marco geodésico da região, consegue as informações de coordenadas geográficas de modo mais seguro e quase de imediato.

 

Na parte superior tem uma grinalda de flores e uma  placa com o dístico latino: “Assíduo vir propositi tenax omnia vincit” (Pela perseverança o homem de propósito firme tudo vence.)Também está marcada no chafariz a data 1881.

 

No capitel, uma fruteira contendo diversos tipos de frutas. Quando foi instalada a luz elétrica na cidade, foram acrescentados, no capitel do chafariz, quatro braços de ferro com luminárias, os quais foram retirados posteriormente e hoje se encontram no museu da cidade.

 

 

 

 

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