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FIM DOS TEMPOS?

Hoje em dia é muito difícil fazer alguma análise da situação do nosso país em geral. São muitas nuances envolvidas e a geração de informações em tempo real comprometem a capacidade de captação da essência dos fatos de alguém de fora, distante do contexto, em analisar nossa atualidade de forma fiel e isenta. Isto posto, preferi, e tenho compartilhado matérias de articulistas e jornalistas que estejam na centralidade dos fatos. Desta feita, divido com vocês parte desse artigo de Luíz Nassif, que faz uma contundente crítica ao aloprado ministro da economia atual, Paulo Guedes, que espero contribuir para o bom debate. Vamos lá.

“(…) A função dos Ministros da Economia é a de viabilizar planos de governo. Bolsonaro não tem planos. E Guedes tem a visão ideológica dos fanáticos. Quer destruir o Estado esperando que do caos nasça uma nova ordem, fundada apenas no setor privado.

Em outros tempos, seria internado. Na era Bolsonaro + irracionalismo do mercado + cegueira da mídia recebeu gás até o limite da inviabilidade política e econômica de suas teses.

A economia está sem nenhuma das alavancas para recuperação – consumo das famílias, investimento privado, choque de crédito -, só poderia contar com o investimento público como elemento de recuperação.

Mas esse ideologismo terraplanista do mercado definiu que a recuperação dependia apenas do equilíbrio fiscal.

Como o objetivo de Guedes é a destruição final do Estado, vai cortando, cortando, derrubando os gastos, impedindo a recuperação da economia, obrigando a novos cortes, até cair de maduro.

Para implementar seu programa, há todo um manual de manipulação da opinião pública: campanhas maciças prometendo um futuro que nunca acontecerá. Se vier a reforma trabalhista, haverá empregos para todos; se vier a reforma da Previdência, haverá um futuro de abundância; e aí por diante.

Há um porém nessa estratégia: se o governo não entregar um mínimo de crescimento em horizonte visível, não haverá campanha que continue mantendo iludida a opinião pública, especialmente quando o mal-estar afeta a maioria da população.

O esforço ingente de transformar qualquer indicador positivo mínimo em prova de recuperação, não resistiu à dura realidade. Vem daí a informação de que Bolsonaro intimou Guedes a entregar ao menos 2% de crescimento – uma mixaria, depois das quedas dos últimos anos.”

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