Nesta quarta-feira (24), Minas Gerais registrou o número recorde de mortes por coronavírus em um dia, sendo 51 óbitos. Além disso, 90,36% de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) já estão ocupados, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e a taxa de ocupação dos leitos clínicos está em 74,57% no estado. Entretanto, os leitos de UTI específicos para a Covid-19 tem taca de ocupação de 16,28% e o leitos clínicos com a mesma especifidade é de 10,90%.
Com isso, o governador Romeu Zema (NOVO), em entrevista à TV Globo, declarou que tem 90% de chance de decretar um lockdown em Minas Gerais e, além disso, irá orientar a Polícia Militar (PMMG) a abordar as pessoas que não utilizarem máscaras ou descumprindo o isolamento social.
Entretanto, o secretário de Estado adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, afirmou, em entrevista coletiva, que, mesmo com 31.343 casos e 771 óbitos confirmados por coronavírus, que lockdown não é cogitado neste momento.
“O lockdown só se cogitaria em uma situação muito grave, em que a gente precisaria providenciar o fechamento e em caso de descontrole. Hoje temos optado pelo diálogo com gestores municipais. Neste momento, apesar do protocolo já preparado e pensado desde o início, dependendo apenas de de ajustes para sua implantação na prática, por ora, não cogitamos lockdown”, declarou Cabral.
A ambiguidade entre as duas declarações mostra a instabilidade que Minas Gerais vive durante o tempo de pandemia. Um estado que há pouco tempo atrás, era considerado como exemplo de combate à Covid-19 e tinha feito leitos até demais, hoje, vive o desgoverno e a verdade escancarada de uma administração que não testa a sua população de maneira adequada.
Estado que menos testa
Apesar da taxa de ocupação de leitos em UTI em Minas Gerais estar próximo de 90%, o estado está realizando poucos testes para diagnosticar a doença. Até a última segunda-feira (22), Minas Gerais tinha 28.918 casos confirmados e 688 mortes, entretanto, de acordo com uma pesquisa realizada pelo G1, Minas é o estado com menos testes em casos suspeitos de infecção pelo coronavírus.
Segundo a pesquisa, o número de testes realizados no estado diz respeito a metade dos feitos pelo Rio de Janeiro, com cerca de 318 exames a cada 100 mil habitantes. Em contrapartida, o estado que realizou mais testes foi o Amapá, com 4.433 análises por 100 mil habitantes, seguido por Amazonas, com 3.344 exames por 100 mil habitantes. (Mais Minas)