O que se sabe sobre o vírus letal que fez a Índia decretar lockdown

O vírus Nipah tem tirado o sono das autoridades indianas, que fecharam escolas e escritórios para conter a disseminação da doença

As autoridades no sul da Índia emitiram um alerta, na quarta-feira (13/9), após confirmação do reaparecimento do vírus Nipah. O foco é o estado de Kerala, que decretou lockdown e fechou escolas e escritórios em pelo menos sete aldeias do estado, depois de cinco casos confirmados e duas mortes. Este é o quarto surto de Nipah desde 2018.

De acordo com a ministra da Saúde de Kerala, Veena George, foram testadas 706 pessoas, incluindo 153 trabalhadores da área da saúde para verificar a propagação do vírus. O chefe do governo estadual, Pinarayi Vijayan, pediu às pessoas que evitassem aglomerações públicas pelos próximos 10 dias, colocando como obrigatório o uso de máscaras faciais e idas ao hospital somente em casos de emergência para evitar a disseminação da doença.

Para rastrear a doença e evitar a propagação, especialistas coletam amostras de fluidos de morcegos em árvores frutíferas e excrementos de animais na região de Maruthonkara, uma aldeia de Kerala onde o vírus é considerado bastante letal, já que está situada ao lado de uma floresta de 121 hectares que abriga várias espécies de morcegos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os morcegos da família Pteropodidae, são os hospedeiros naturais desse vírus.

Como ocorre a transmissão?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Nipah é um vírus zoonótico, ou seja, ele é transmitido por meio do contato direto com fluidos ou excrementos de morcegos infectados. No entanto, ele também já é transmitido por meio de alimentos contaminados e pelo contato direto entre pessoas.

Quando foi identificado

O vírus foi identificado pela primeira vez na Terra em 1999, na Malásia, durante um surto que afetou criadores de suínos. Desde então, não foram registrados novos surtos desse vírus no país. Já em 2001, o vírus foi identificado em Bangladesh, onde surtos quase anuais têm ocorrido desde então.

Em 2018, a Índia relatou seu primeiro e pior surto de Nipah, quando 17 dos 18 casos confirmados morreram. Em 2019 um caso foi relatado no distrito de Ernakulam e o paciente se recuperou. Mas em 2021, um menino de 12 anos morreu.

Sintomas e diagnóstico

Ao entrar em contato com o ser humano, o vírus afeta principalmente o sistema respiratório e o sistema nervoso central. A contaminação pode gerar uma infecção assintomática, mas pode causar danos sérios, como doença respiratória aguda e encefalite fatal.

Inicialmente pode-se apresentar febre, dor de cabeça, dor muscular, vômito e dor de garganta. Os sintomas podem ser seguidos por tontura, sonolência, alteração da consciência e sinais neurológicos que indicam a encefalite aguda. Algumas pessoas também podem apresentar pneumonia.

Quando o vírus progride rapidamente, há risco de coma e morte. Nos casos mais graves, sobreviventes podem experimentar efeitos neurológicos de longo prazo.

O período de incubação — intervalo entre a infecção e o início dos sintomas — varia de quatro a 14 dias, mas já foram registrados casos de até 45 dias.

Os principais testes utilizados para detecção da doença incluem a reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR) em fluidos corporais e a detecção de anticorpos por ensaio imunoenzimático (ELISA).

Tratamento

A taxa de mortalidade entre aqueles que contraem o vírus é alta e chega a 75%, uma vez que não há remédio nem vacina disponível para tratar a infecção.

Portanto, o tratamento se limita a controlar os sintomas e fornecer cuidados de suporte.

“Embora o vírus tenha provocado apenas alguns surtos conhecidos na Ásia, ele infecta uma grande variedade de animais e pode levar a sintomas graves e morte em humanos, o que o torna uma preocupação de saúde pública”, alerta a (OMS).

Mais letal que o coronavírus?

De acordo com a (OMS) devido a taxa de mortalidade do vírus Nipah ser alta, torna-se muito mais letal que o da covid-19, que tem a taxa de mortalidade entre 0,1% e 19%, dependendo do país.

No entanto, embora as chances de morrer da doença uma vez infectado sejam altas, o Nipah é muito menos transmissível do que o coronavírus.

Como prevenir a infecção?

Como não há medicamentos ou vacinas contra a infecção, existem algumas medidas preventivas, como: limpar e desinfetar os ambientes onde vivem animais, evitar contato físico desprotegido com pessoas infectadas e lavar as mãos.

*Estagiária sob supervisão de Talita de Souza

FONTE CORREIO BRAZILIENSE

O que se sabe sobre o vírus letal que fez a Índia decretar lockdown

O vírus Nipah tem tirado o sono das autoridades indianas, que fecharam escolas e escritórios para conter a disseminação da doença

As autoridades no sul da Índia emitiram um alerta, na quarta-feira (13/9), após confirmação do reaparecimento do vírus Nipah. O foco é o estado de Kerala, que decretou lockdown e fechou escolas e escritórios em pelo menos sete aldeias do estado, depois de cinco casos confirmados e duas mortes. Este é o quarto surto de Nipah desde 2018.

De acordo com a ministra da Saúde de Kerala, Veena George, foram testadas 706 pessoas, incluindo 153 trabalhadores da área da saúde para verificar a propagação do vírus. O chefe do governo estadual, Pinarayi Vijayan, pediu às pessoas que evitassem aglomerações públicas pelos próximos 10 dias, colocando como obrigatório o uso de máscaras faciais e idas ao hospital somente em casos de emergência para evitar a disseminação da doença.

Para rastrear a doença e evitar a propagação, especialistas coletam amostras de fluidos de morcegos em árvores frutíferas e excrementos de animais na região de Maruthonkara, uma aldeia de Kerala onde o vírus é considerado bastante letal, já que está situada ao lado de uma floresta de 121 hectares que abriga várias espécies de morcegos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os morcegos da família Pteropodidae, são os hospedeiros naturais desse vírus.

Como ocorre a transmissão?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Nipah é um vírus zoonótico, ou seja, ele é transmitido por meio do contato direto com fluidos ou excrementos de morcegos infectados. No entanto, ele também já é transmitido por meio de alimentos contaminados e pelo contato direto entre pessoas.

Quando foi identificado

O vírus foi identificado pela primeira vez na Terra em 1999, na Malásia, durante um surto que afetou criadores de suínos. Desde então, não foram registrados novos surtos desse vírus no país. Já em 2001, o vírus foi identificado em Bangladesh, onde surtos quase anuais têm ocorrido desde então.

Em 2018, a Índia relatou seu primeiro e pior surto de Nipah, quando 17 dos 18 casos confirmados morreram. Em 2019 um caso foi relatado no distrito de Ernakulam e o paciente se recuperou. Mas em 2021, um menino de 12 anos morreu.

Sintomas e diagnóstico

Ao entrar em contato com o ser humano, o vírus afeta principalmente o sistema respiratório e o sistema nervoso central. A contaminação pode gerar uma infecção assintomática, mas pode causar danos sérios, como doença respiratória aguda e encefalite fatal.

Inicialmente pode-se apresentar febre, dor de cabeça, dor muscular, vômito e dor de garganta. Os sintomas podem ser seguidos por tontura, sonolência, alteração da consciência e sinais neurológicos que indicam a encefalite aguda. Algumas pessoas também podem apresentar pneumonia.

Quando o vírus progride rapidamente, há risco de coma e morte. Nos casos mais graves, sobreviventes podem experimentar efeitos neurológicos de longo prazo.

O período de incubação — intervalo entre a infecção e o início dos sintomas — varia de quatro a 14 dias, mas já foram registrados casos de até 45 dias.

Os principais testes utilizados para detecção da doença incluem a reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR) em fluidos corporais e a detecção de anticorpos por ensaio imunoenzimático (ELISA).

Tratamento

A taxa de mortalidade entre aqueles que contraem o vírus é alta e chega a 75%, uma vez que não há remédio nem vacina disponível para tratar a infecção.

Portanto, o tratamento se limita a controlar os sintomas e fornecer cuidados de suporte.

“Embora o vírus tenha provocado apenas alguns surtos conhecidos na Ásia, ele infecta uma grande variedade de animais e pode levar a sintomas graves e morte em humanos, o que o torna uma preocupação de saúde pública”, alerta a (OMS).

Mais letal que o coronavírus?

De acordo com a (OMS) devido a taxa de mortalidade do vírus Nipah ser alta, torna-se muito mais letal que o da covid-19, que tem a taxa de mortalidade entre 0,1% e 19%, dependendo do país.

No entanto, embora as chances de morrer da doença uma vez infectado sejam altas, o Nipah é muito menos transmissível do que o coronavírus.

Como prevenir a infecção?

Como não há medicamentos ou vacinas contra a infecção, existem algumas medidas preventivas, como: limpar e desinfetar os ambientes onde vivem animais, evitar contato físico desprotegido com pessoas infectadas e lavar as mãos.

*Estagiária sob supervisão de Talita de Souza

FONTE CORREIO BRAZILIENSE

‘Tenho saudade de sentir o sol’: as pessoas que seguem em lockdown desde o início da pandemia de covid

Rafael A.* lembra das três últimas vezes que saiu de casa como se fosse hoje

“Eu passeei com o cachorro na quadra do meu condomínio, fui tirar cópias de documentos numa lojinha e tive que ir até um shopping center”, conta.

Esses episódios aconteceram em março de 2020. Desde então, ele nunca mais deixou o apartamento de 45 metros quadrados em que mora na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Para Rafael, a necessidade de ficar em lockdown por causa da pandemia de covid-19 fez com que a própria casa se transformasse numa prisão, da qual ele não consegue sair até hoje, pelo medo de se infectar com o coronavírus e desenvolver as formas mais graves da doença.

“Eu tenho muita saudade de sentir o sol, de passar no supermercado, de ir ao shopping…”, diz.

Como provas vivas desse período, ele guarda várias garrafas de álcool que comprou para higienizar os alimentos ou os objetos — e mantém uma bolsa onde acumula a maioria dos fios de cabelo que começaram a cair da cabeça com muita frequência durante este período.

Ao procurar a BBC News Brasil para contar sua história, Rafael esperava fazer uma espécie de desabafo, além de ajudar outros indivíduos espalhados pelo mundo, que estão em situações parecidas.

“Quantas pessoas podem estar presas em casa nesse momento, se sentem sozinhas e não têm o apoio necessário para sair desta?”, questiona.

Mudança de hábitos

Aos 38 anos, Rafael relata que já fazia acompanhamento psicológico muito tempo antes de a pandemia estourar — e conseguia sair de casa normalmente.

Outras crises sanitárias recentes — como a gripe H1N1 em 2009 e o zika em 2015 — não chegaram a impactar tanto a rotina ou a mudar hábitos dele.

Garrafas de álcool vazias
Legenda da foto,As garrafas de álcool que Rafael guarda como um ‘documento’ do tempo de isolamento

Rafael trabalha como freelancerdá assistência e suporte a um indivíduo com autismo, a quem ajuda em questões burocráticas e nos afazeres do dia a dia. Com a pandemia, todas as tarefas passaram a ser feitas por meio remoto, com trocas de mensagens e ligações.

Aliás, com a necessidade de lockdown a partir do espalhamento do vírus, o próprio indivíduo com autismo passou a ajudar bastante o próprio Rafael, ao dar suporte emocional e auxiliá-lo com tarefas básicas, como na entrega de algumas compras de supermercado.

Antes do espalhamento da covid, Rafael dividia o apartamento com a mãe e dois sobrinhos.

Porém, o agravamento da pandemia, a necessidade de ficar em casa e as exigências de redobrar os cuidados com a higiene geraram alguns conflitos entre eles, o que fez os outros três familiares eventualmente mudarem de endereço ainda em 2020.

No período, Rafael desenvolveu todo um sistema para adaptar o dia a dia. No hall de entrada do apartamento, que dá acesso à sala, ele colocou um pequeno baú que delimita até onde entregadores e familiares podem entrar.

Ao lado do baú, ele instalou uma mesa. É ali que as encomendas do mercado e da farmácia são deixadas. No local, também ficam os sacos de lixo reciclável que se acumulam e só são descartados quando algum conhecido passa pelo local.

No momento dessas visitas, porém, Rafael nunca fica no mesmo ambiente. Ao saber que alguém está chegando, ele deixa a porta de entrada aberta e se tranca no quarto até a pessoa ir embora.

No início, a preocupação com a higiene era tão grande que ele até pedia refeições por aplicativos de entrega, mas, com medo do coronavírus, colocava a comida no forno novamente.

“Várias vezes comi lanches e batatas fritas queimadas porque deixava a temperatura muito alta ou por tempo demais”, relata.

“Hoje, já melhorei um pouquinho e não sinto mais necessidade de chegar nesse ponto”, complementa.

Passagens marcantes

Ao longo desses dois anos e meio de pandemia, alguns episódios reforçaram ainda mais os temores de Rafael.

Um dos principais foi a morte por covid-19 do humorista Paulo Gustavo, em maio de 2021.

“Eu sempre fui muito fã do trabalho dele e pensei: ‘Se um cara rico desses morreu, imagina o que pode acontecer comigo, que não tenho dinheiro?'”, se recorda.

Outro momento decisivo teve a ver com a vacinação contra a covid-19.

Quando as doses estavam disponíveis para a faixa etária dele, Rafael passou por um verdadeiro dilema: por um lado, ele sabia que os imunizantes garantiriam uma melhor proteção contra o coronavírus; por outro, não se sentia nada confortável em sair de casa, se expor e ir até um posto de saúde.

Teve início, então, uma verdadeira epopeia, em que tanto Rafael quanto colegas e familiares tentaram convencer algum profissional de saúde a ir até o apartamento e aplicar a vacina lá mesmo.

Depois de muita procura, em dezembro de 2021, duas enfermeiras de uma clínica de saúde da família do bairro finalmente foram até a moradia de Rafael, que as recebeu vestido com uma roupa especial, daquelas usadas por cientistas em situações emergenciais e com alto risco de contágio.

Profissional de saúde vacinando Rafael
Legenda da foto,Rafael recebe uma das doses da vacina contra a covid-19, equipado com uma roupa especial

O processo se repetiu algumas semanas depois, em janeiro de 2022, quando ele precisava tomar a segunda dose.

“Fiquei com medo de ter alguma reação e precisar ir a um hospital, mas felizmente não senti nada”, conta.

E é justamente pelo medo de eventos adversos — somado à dificuldade de convencer a equipe de algum posto de saúde a ir até o apartamento — que Rafael ainda não tomou a terceira dose do imunizante que protege contra a covid.

Qual o limite?

Rafael sente-se agoniado ao ver que as pessoas estão retomando a vida e abandonando todas as restrições que marcaram os últimos dois anos, como o uso de máscara, a higiene das mãos e o distanciamento físico.

“A pandemia não acabou”, constata.

“No carnaval, eu via de longe, pela janela do apartamento, as pessoas festejando, todas muito alegres. Não consigo entender”, admite.

Questionado em que situação ele acha que fará sentido sair de casa e retomar a rotina, Rafael diz que checa as notícias e os gráficos sobre as mortes por covid registradas no Brasil todos os dias.

“Para mim, o número ideal seria zero. Mas acho que talvez me sinta um pouco mais confortável para sair quando ver entre cinco e dez mortes por covid”, estima.

Além do acompanhamento psicológico semanal, ele conta que também chegou a fazer consultas com o psiquiatra, que recomendou o uso de remédios para aplacar a ansiedade.

Mas o medo de sofrer algum efeito colateral — e precisar ir ao pronto-socorro — fez com que ele desistisse da ideia de iniciar um tratamento medicamentoso.

Paulo Gustavo
Legenda da foto,Morte do humorista Paulo Gustavo por covid reforçou alguns dos temores de Rafael

Mais comum do que se imagina

Apesar de chamar a atenção, a história de Rafael se repete, em maior ou menor grau, com outras pessoas, segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

Embora não exista uma estatística oficial de quantos sentem dificuldade de sair de casa e retomar a rotina num “novo normal”, o psiquiatra Rodolfo Furlan Damiano, que não lida diretamente com Rafael, admite que “essas narrativas aparecem no dia a dia do consultório”.

“São casos muito individuais, ligados a um aumento da prevalência de transtornos mentais ao longo dos últimos anos”, contextualiza o médico, que faz doutorado no Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Damiano explica que, nos primeiros meses da pandemia, houve até uma diminuição de quadros como ansiedade e depressão. “Quando a gente está diante de um grande problema coletivo, a tendência inicial é esquecermos das demais dificuldades da vida e focarmos só naquilo. Isso de certa maneira agrega e gera uma sensação de pertencimento.”

“Só que, conforme a pandemia vai passando, acontece outro fenômeno. Nós resgatamos as dificuldades anteriores, que ficaram dormentes, e adicionamos todos os dilemas extras relacionados àquele momento”, acrescenta.

E, para indivíduos que já têm algum tipo de vulnerabilidade, isso tudo representa uma carga emocional muito alta, explica Damiano. “Algumas pessoas podem enfrentar uma dificuldade de adaptar-se novamente e desenvolvem quadros como ansiedade, depressão ou fobias”, conclui.

Nécessaire cheia de fios de cabelo
Legenda da foto,Rafael guarda numa nécessaire os cabelos que caem de sua cabeça desde o início do lockdown

‘Maior confinamento da história’

O professor Paul Crawford, do Instituto de Saúde Mental da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, que também não tem nenhum contato com Rafael, concorda que o confinamento prolongado e o isolamento social têm diversos efeitos deletérios no bem-estar — mas existem antídotos que ajudam lidar com essa condição.

Ainda em 2020, ele escreveu um livro chamado Cabin Fever: Surviving Lockdown in the Coronavirus Pandemic (Febre da Cabana: Sobrevivendo ao Lockdown na Pandemia de Coronavírus, em tradução livre), em que explorou esse tópico em detalhes.

Na obra, ele descreve os momentos que vivemos nos últimos dois anos e meio como “o maior confinamento da história”.

“Para alguns, ficar em casa foi bem-vindo e deu uma oportunidade para aprofundar relacionamentos com pessoas próximas, como parceiros e filhos. Para outros, a falta de contato físico e a comunicação digital sem fim tiveram um impacto emocional muito negativo”, compara.

Ao lembrar de situações e episódios em que as pessoas também ficam isoladas — como em prisões, sequestros, viagens ao redor do mundo ou voos espaciais —, Crawford cita algumas estratégias que podem funcionar e fazem bem à mente.

“Nesses contextos, ter uma estrutura, estabelecer metas e criar propósitos para cada dia são fatores cruciais”, diz à BBC News Brasil.

“Também é importante ter acesso a áreas verdes, aceitar psicologicamente o ‘novo normal’, ajustar as necessidades à realidade, se conectar com outras pessoas, mesmo que nos meios digitais, perceber a própria casa como um santuário — e não como uma prisão —, prestar atenção à saúde, principalmente à alimentação e à prática de exercício físico, e se engajar em atividades criativas e artísticas”, completa.

Sobre o alívio das restrições e o retorno às ruas, Crawford compreende a dificuldade que alguns podem sentir.

“Muitos permanecerão tensos com a possibilidade de ter contato com o vírus, seja por alguma vulnerabilidade de saúde ou pela morte traumática de conhecidos, amigos ou familiares”, descreve.

“Outros, por sua vez, transformaram o lar num santuário tão confortável e duradouro que, talvez, prefiram continuar a viver ali dentro.”

O pesquisador acredita que a “ainda não está estabelecida uma linha clara de quando um comportamento desses, baseado num lockdown voluntário, é compreensível ou patológico”.

“O que a pandemia e ‘o maior confinamento da história’ fizeram foi intensificar e tornar mais palpáveis as maneiras pelas quais o isolamento social pode levar ao declínio mental e à calamidade, e como o sofrimento e os desafios mentais geralmente levam as pessoas a se isolarem ou a se esconderem socialmente”, conclui o especialista.

Não é coisa da sua cabeça

Para Damiano, diante de uma dificuldade de retomar a rotina, o limiar entre saúde e doença é definido pela perda de liberdade.

“Quando a pessoa não consegue mais tomar as próprias decisões e o contexto em que ela vive é fonte de sofrimento e aflição, chegou a hora de buscar um profissional de saúde”, indica.

A consulta com o psiquiatra e com o psicólogo é essencial para diagnosticar o transtorno, investigar as origens do problema e, claro, iniciar o tratamento mais efetivo.

Em alguns casos, a psicoterapia dá conta do recado. O método envolve sessões estruturadas de conversas com um especialista, que vai analisar os comportamentos, as emoções e os pensamentos para modificar aquilo que foge do ideal.

Em outros, a medicação também é primordial para complementar esse processo e estabilizar o quadro.

Mulher fazendo terapia
Legenda da foto,Procurar um especialista em saúde mental é um dos primeiros passos para se livrar dos transtornos que causam aflição

Damiano reforça que, assim como acontece com qualquer outra doença, os transtornos mentais precisam ser tratados com respeito — ter depressão ou ansiedade não é “só coisa da cabeça” ou “algo que passa com força de vontade”, como alguns insistem em dizer de forma absolutamente equivocada.

“São problemas que qualquer um pode ter, e é importante que as pessoas busquem ajuda quando sentirem necessidade”, pontua.

Entre medos e adaptações, Rafael segue tocando a vida, com a esperança de um dia voltar a sentir o sol.

“Eu não sou louco. Não rasgo dinheiro. Não faço mal às pessoas. Sei conversar direito”, afirma.

“Mas minha situação sempre me faz pensar nas outras pessoas que podem estar numa situação parecida, ou nos portadores de ansiedade, bipolaridade ou esquizofrenia, que podem não ter apoio de ninguém”, finaliza.

FONTE BBC.COM

Minas Gerais tem 90% dos leitos de UTI ocupados e se aproxima de lockdown

Nesta quarta-feira (24), Minas Gerais registrou o número recorde de mortes por coronavírus em um dia, sendo 51 óbitos. Além disso, 90,36% de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) já estão ocupados, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e a taxa de ocupação dos leitos clínicos está em 74,57% no estado. Entretanto, os leitos de UTI específicos para a Covid-19 tem taca de ocupação de 16,28% e o leitos clínicos com a mesma especifidade é de 10,90%.

Com isso, o governador Romeu Zema (NOVO), em entrevista à TV Globo, declarou que tem 90% de chance de decretar um lockdown em Minas Gerais e, além disso, irá orientar a Polícia Militar (PMMG) a abordar as pessoas que não utilizarem máscaras ou descumprindo o isolamento social.

Entretanto, o secretário de Estado adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, afirmou, em entrevista coletiva, que, mesmo com 31.343 casos e 771 óbitos confirmados por coronavírus, que lockdown não é cogitado neste momento.

“O lockdown só se cogitaria em uma situação muito grave, em que a gente precisaria providenciar o fechamento e em caso de descontrole. Hoje temos optado pelo diálogo com gestores municipais. Neste momento, apesar do protocolo já preparado e pensado desde o início, dependendo apenas de de ajustes para sua implantação na prática, por ora, não cogitamos lockdown”, declarou Cabral.

A ambiguidade entre as duas declarações mostra a instabilidade que Minas Gerais vive durante o tempo de pandemia. Um estado que há pouco tempo atrás, era considerado como exemplo de combate à Covid-19 e tinha feito leitos até demais, hoje, vive o desgoverno e a verdade escancarada de uma administração que não testa a sua população de maneira adequada.

Estado que menos testa

Apesar da taxa de ocupação de leitos em UTI em Minas Gerais estar próximo de 90%, o estado está realizando poucos testes para diagnosticar a doença. Até a última segunda-feira (22), Minas Gerais tinha 28.918 casos confirmados e 688 mortes, entretanto, de acordo com uma pesquisa realizada pelo G1, Minas é o estado com menos testes em casos suspeitos de infecção pelo coronavírus.

Segundo a pesquisa, o número de testes realizados no estado diz respeito a metade dos feitos pelo Rio de Janeiro, com cerca de 318 exames a cada 100 mil habitantes. Em contrapartida, o estado que realizou mais testes foi o Amapá, com 4.433 análises por 100 mil habitantes, seguido por Amazonas, com 3.344 exames por 100 mil habitantes. (Mais Minas)

Governo de Minas recua em abertura de 101 cidades e já admite lockdown

Ao apresentar o número de mortes em Minas, a segunda pior marca até o momento, o governador Romeu Zema (Novo) afirmou que o Estado pode tomar “medidas mais drásticas” para conter a curva ascendente de casos confirmados e mortes pela COVID-19.

Zema afirmou que  a “trajetória acendente não pode continuar” e que o crescimento tem “causado desconforto” ao governo. Afirmou ainda que o crescimento está acima do esperado.

As afirmações foram feitas em entrevista coletiva, nesta quinta (18), que contou com a participação do secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral.

Carlos Amaral não descartou a possibilidade de o Estado determinar o lockdown, que é o fechamento total de atividades, em algumas regiões em que há descontrole no combate ao novo coronavírus.

“Fazemos o acompanhamento diário. Através do Minas Consciente, damos sinalizações claras, muito claras, do que está acontencendo e o que a SES entende como melhor isolamento. Todas as possibilidades estão sobre a mesa. Nós temos chances sim de ter lockdown em algumas regiões, algumas cidades”, disse.

Minas tem, de acordo com o boletim epidemiológico de quinta (18), 570 mortes causadas pela COVID-19 e teve o segunda pior marca, 33 mortes confirmadas em um dia.

Diante do crescimento, o governo determinou o recuo de diversos municípios na classificação no programa de flexibilização, o Minas Consicente.

O secretário de desenvolvimento Fernando Passalio informou que os 101 muncípios da Região Centro devem voltar à onda verde, que permite a abertura apenas dos serviços essenciais.

Em 15 dias, é a segunda reclassificação. A Região Centro já havia saído da onda amarela para a branca e, neste momento, retorna à verde.  Os municípios da Região Norte, que estavam na onda amarela, retornaram à onda branca.

Ao todo 146 municípios aderiram aos protocolos sanitários do Minas Consciente, abrangendo uma população de 3,5 milhões de habitantes. Desse total, 290 municípios estão na onda branca, 53 na amarela e, a maior parte, 510 na onda verde. (Estado de Minas)

MG: ‘pode vir uma 2ª onda e situação se tornar incontrolável’, admite Zema

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), admitiu hoje que uma segunda onda de contaminação pelo coronavírus no estado poderia ser trágica. Zema reforçou sua preocupação ao fazer um apelo para que a população continue cumprindo medidas de distanciamento social, mesmo com a retomada das atividades econômicas em vigor em grande parte do território mineiro. “Todo cuidado é pouco. Eu sempre tenho alertado que quem pode manter o isolamento que mantenha, o distanciamento, e os cuidados de higiene porque já vimos que pode vir uma segunda onda e a situação se tornar incontrolável. Estamos acompanhando com lupa para que nada saia do controle”, afirmou o governador em entrevista à CNN Brasil.

Zema lembrou que o seu governo não tem controlado diretamente o fechamento nem a abertura das atividades. O estado criou o projeto Minas Consciente para dar as diretrizes e protocolos recomendados neste momento da epidemia e deixa a responsabilidade a cargo dos municípios. A Flourish data visualisation.

“Desde que passamos pelo pior, depois do isolamento, eu tomei a decisão de deixar a decisão do que abrir e quando abrir a cargo dos prefeitos. Temos aqui o Minas Consciente, que são os protocolos. Aquilo que é uma atividade normal, sem grande risco, já está funcionando”, disse. “O prefeito sabe muito melhor que eu qual é a realidade da cidade dele.”

A capital Belo Horizonte, por exemplo, ainda segue com restrições mais rígidas de funcionamento do comércio e é esperado que uma reabertura se inicie apenas na próxima semana.

“Temos 50% ainda das cidades de Minas que não tiveram sequer um caso confirmado, e você tratar de modo genérico situações diferentes não seria adequado. Daí estamos dando essa autonomia e tem funcionado”, argumentou o governador mineiro.

Zema reconheceu que já existem cidades com aumento de casos nos últimos dias. Nesse caso, o governador não descarta um recuo na reabertura das atividades e até a possibilidade de decretar um lockdown mais rígido.

“O Vale do Aço teve e nos preocupa muito um grande crescimento de casos nos últimos dez dias. Todos os prefeitos da região e os secretários de Saúde já estão alertados. Caso essa curva não mude, não descartamos ter algo do tipo como um lockdown lá naquela região. (Notícias Uol)

Sem casos confirmados há 4 dias, Piranga ventilou possibilidade de lockdown para conter avanço do covid-19; prefeito testa negativo para a doença

BiA simpática e hospitaleira Piranga sentiu nos últimos 10 dias o avanço do coronavírus com o aparecimento de 6 casos confirmados e um óbito. O grave quadro, apesar dos esforços das autoridades sanitárias, exige medidas mais rígidas para frear a propagação da doença. Um idosos ontem (22) recebeu alta médica e foi curado do coronavírus.
Em entrevista ao programa da Rádio Difusora de Piranga, a Secretária Municipal, Flávia Cristina de Oliveira, ao responder perguntas de ouvintes, afirmou que não estaria descartada a possibilidade da prefeitura adotar o lockdown, isto é bloqueio total ou confinamento. A medida é um protocolo de isolamento que geralmente impede que pessoas, informações ou carga deixem uma área. O protocolo geralmente só pode ser iniciado por alguém em uma posição de autoridade.   “A princípio o lockdown cabe ao comitê de enfrentamento e ao executivo. A gente conversou sobre esta necessidade, mas depende de vários fatores. Está havendo reuniões já com os comércios essenciais e o executivo está fazendo estas reuniões para saber como seria a possibilidade. Ainda está em andamento”, afirmou.
A secretária adiantou que as barreiras sanitárias não surtiram o resultado desejado e apontou que tem recebido denúncias de bares abertos contrariando o isolamento social. Flávia Cristina afirmou que a fiscalização será ampliada, com a contratação de fiscais para conter aglomerações e festas tanto na zona urbana como na zona rural. “Os fiscais com a ajuda da Polícia Militar vão promover uma efetiva fiscalização e agentes comunitários de saúde ajudarão nesta tarefa com informações em suas respectivas áreas”, assinalou.
Através de uma termo de cooperação, a prefeitura cedeu ao Hospital São Vicente 4 respiradores.

Prefeitura iniciou desinfecção de espaços públicos/REPRODUÇÃO

Boa notícia
A boa notícia é de que uma idosa internada no Hospital e Maternidade São José com suspeita para o covid-19  recebeu alta na quinta-feira (21). Sobre o Lar de Idosos, onde foi constatado que uma funcionária confirmou positivo para doença, diversas medidas estão sendo tomadas, entre as quais a transferência de idosos para o centro pastoral, o que depende da autorização da Superintendência Regional de Saúde de Barbacena.

Teste

Ontem (22), durante programa institucional da Prefeitura na Rádio Difusora o Prefeito José Carlos (PV) foi questionado sobre o teste que fez para o caronavírus, quando respondeu que o resultado foi negativo, mas que teria ficado 7 dias em quarentena. O teste foi em função de suspeita de contágio já que participou de 3 velórios, inclusive da idosa falecida pelo vírus.

Ele reforçou sobre a importância do isolamento social como fator principal para conter o avanço da doença. O médico pediatra, que trabalha a Prefeitura, João Bosco, cobrou maior conscientização da população sobre o respeito as regras sanitárias para conter o contágio e alertou que caso a doença a avance o lockdown não estaria descartado.

Boletim

De acordo com o Boletim Epidemiológico, divulgado ontem (22), há 4 dias a cidade não confirma caso de covid-19, mas chegou a 114 notificados. 36 casos são monitorados em casa sob quarentena.

Desinfecção

Como medida de proteção, a Prefeitura Municipal de Piranga adotou a desinfecção de portais e entradas de imóveis e demais espaços. Funcionários equipados com máscaras de proteção efetuaram a limpeza pulverizando uma solução à base de água e cloro. O serviço será realizado duas vezes por semana. ( foto capa Guará drone)

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Pandemia avança nas cidades e “lockdown” chega na região

O virus avança na marco Centro Sul que reúne 51 municípios, entre os quais Lafaiete, Barbacena, São João Del Rei, Congonhas e Ouro Branco e deixa apreensivos os gestores municipais e autoridades sanitárias. Em entrevista a Rádio Atrativa FM na manhã desta segunda-feira (11), o prefeito de Dores de Campos, Marcílio Cotta (PMDB), cidade com mais de 9 mil habitantes, confirmou que existe a possibilidade da cidade passar pelo sistema de lockdown. “Não está descartado, mas, para tomar essa decisão, preciso ouvir especialistas em várias áreas. Mas não está descartado o lockdown”, disse o prefeito ao jornalista Ricardo Arruda.

Além desta possibilidade, Dores reforçou as ações devido ao resultado positivo de covid-19 de uma mulher, de 51 anos. Ela é do estado do Rio de Janeiro, mas estava visitando a cidade.
Também foi informado por profissionais da saúde de Dores que a mulher não veio sozinha do Rio. Ela estava na cidade com mais três pessoas, que agora estão em isolamento na cidade dorense.

O estado de saúde da mulher, que está internada em São João del Rei, e tem complicações cardíacas é estável e inspira cuidados.

O prefeito também reforçou que barrosenses que têm o costume de ir a Dores de Campos só entrarão na cidade, que tem barreira sanitária, com o uso de máscara.

Operação notifica comércios em Lafaiete; com 20 casos confirmados, Barbacena adota “lockdawn” e vírus avança na região

A região fecha a sexta-feira com o aumento de casos confirmados de coronavírus. Somente entre as cidades de Lafaiete, Barbacena e Ouro Branco, nos últimos 2 dias foram 5 casos de infectados acedendo a “luz vermelha”  na macro centro-sul que agrega 51 municípios.

Hoje, ao longo dia, uma força tarefa, reunindo agentes da vigilância sanitária, PM e guardas municipais realizaram uma grande operação de fiscalização e prevenção em favor do isolamento social, notificando inúmeros comércios inclusive do Bairro São João. A operação vai continuar nsos próximos dias.

Barbacena

Ruas fechadas em Barbacena/REPRODUÇÃO

A Prefeitura de Barbacena vai adotar a partir deste sábado (9), o chamado “lockdown” – medidas mais restritivas de tráfego e circulação – na região Central da cidade. A informação foi divulgada na noite desta sexta-feira (8) pelo Executivo. Para isso, serão ampliadas barreiras nos principais acessos das vias centrais. Segundo o Município, também será inaugurado um posto estratégico da Vigilância Sanitária, na Rua XV de Novembro, esquina com a Rua 1° de Maio, no Centro. O objetivo é levar mais informações à população. O local vai receber denúncias sobre infrações com relação às medidas municipais de enfrentamento ao novo coronavírus.

Na última quarta-feira (6), a Prefeitura já havia determinado o fechamento na Área Central. Os moradores têm livre acesso, porém os motoristas que furarem o bloqueio estão sujeito a sanções.Esta semana, também se tornou obrigatório o uso de máscara na cidade.

Segundo a Prefeitura, o município tem, até esta sexta-feira (8), 20 casos confirmados da Covid-19, 518 casos suspeitos em investigação da doença e duas mortes confirmadas, além de um óbito em análise. Em nota, o Executivo ressaltou que a rede hospitalar de Barbacena conta com 31 leitos exclusivos para receber pacientes do coronavírus.

Barbacena, Lafaiete e Ouro Branco lideram respectivamente (20, 19 e 3) os casos confirmados na macro centro-sul.

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