O jovem lafaietense, Guilherme igor Oliveira Correa, de 27 anos, passou por apuros e viveu um drama quando foi infectado por COVID-19 em abril. Radicado em Sorocaba (SP), há mais de 5 anos, onde estuda engenharia civil, ele conseguiu um estágio na área “West Pomeranian University of Technology” uma universidade federal na cidade de “Estetino”, com mais de 400 mil habitantes, situada na Polônia.
No início de fevereiro ele voou para a país europeu com o sonho de qualificar ainda mais o seu currículo e ganhar experiência profissional. Em 2019, Guilherme já havia feito um estágio na Turquia, onde executou um projeto para o Governo local.
Chegando em Estetino, o vírus iniciava sua rota de contágio, mas ainda incipiente no continente, mas eis que veio a contaminação geral e atacou diversos países da Europa, espalhando pânico e medo.
Depois de um mês de trabalho, isto em abril, o seu estágio foi interrompido já que recebera a notícia de que a Polônia suspenderia todas as atividades em função da pandemia. O país iria entrar em quarentena.
Mas Guilherme contraiu a doença no edifício onde vivia, quando iniciou seu drama. “Morando fora do meu país, entendendo pouco a língua deles, passei por momentos difíceis. Longe de casa, da família, da minha namorada, foi duro, mas venci. Lá a maioria dos consultórios médicos não falam inglês, mas contei com o apoio fundamental do meu orientador do trabalho. Entrei em quarentena e não tive o apoio das autoridades médicas, o que dificultou a recuperação” narrou a nossa reportagem.
Seus colegas também testaram positivo para a doença e viviam no mesmo prédio onde morav. “Fiquei 14 dias trancado no apartamento, sem ver ninguém. Momentos que sofri com a solidão”, contou.
Assim que superou o drama do coronavírus iniciou outra batalha: A volta do Brasil, já que os voos estavam cancelados. E como retornar?
Foi uma maratona. “Fui comprando voo para voltar, comprei um voo, comprei dois voos, três voos e não conseguia voltar. Isso porque iam sendo cancelados, não conseguia reembolso”, assinalou o jovem, citando que a volta foi mais difícil do que a superação do vírus. “A parte mais difícil foi a da passagem mesmo. Eu comprava a passagem e cancelavam o voo. Não era nem o fato de não conseguir voo pra voltar, mas como o reembolso era de 12 meses, você comprava a passagem e se cancelasse, você teria que ter dinheiro ou cartão pra comprar outra. Até hoje eu não tive reembolso de nenhuma das passagens que eu não utilizei e as companhias fazem de tudo para não te devolver o dinheiro. Na minha quarta tentativa de compra de passagem que eu consegui retornar”, contou. “Nem voo de repatriação eu conseguia”, comentou.
Isso já era 28 de maio e doença tomava a Europa. Foram 2 dias de viagem para voltar ao Brasil, o que aumentava o sofrimento, quando passou por países onde o coronavírus atingia a população. “Eu saí de Estetino, peguei um ônibus até Berlim, de lá eu peguei meu primeiro voo pra Amsterdam, na Holanda. De lá vim para São Paulo. Graças a Deus tudo bem”, comemorou.
Hoje já estabelecido no Brasil, Guilherme retomou sua vida profissional e acadêmica. Ele concluirá ao fim deste 2º semestre de 2020.