Avelina Maria Noronha de Almeida
Garimpando no arquivo Jair Noronha
“…o pranteado mineiro havia conquistado por sua inteligência, atividade e amor ao trabalho, não só elevada posição social e avantajados bens de fortuna, como a estima e o respeito de seus concidadãos “ (SOBRE O BARÃO DE LAMIM)
Neste artigo vamos focalizar mais um queluziano com título nobiliárquico: o Magistrado ALCIDES RODRIGUES PEREIRA, o BARÃO DE LAMIM, que nasceu em 1812, na fazenda da Boa Vista, em Santo Amaro de Camapuã (hoje Queluzito), naquele tempo Real Vila de Queluz.
O Distrito foi criado com a denominação de Santo Amaro, pela lei provincial nº 907, de 08-06-1858, e lei estadual nº 2, de 14-09-1891, subordinado a vila de Queluz. Recebeu o nome de Queluzito em 31 de dezembro de 1943 e, com este nome, foi elevado à categoria de cidade em 1962. O nome Queluzito se origina de uma pedra, que era abundante na região e se chamava queluzita.
O BARÃO DE LAMIM era filho de Filho do capitão João Rodrigues Pereira . Era irmão do barão de Pouso Alegre e tio do conselheiro Lafayette. Casou-se em primeiras núpcias com Francisca Amélia dos Reis e depois com Cândida Joaquina de São José.
Exerceu os seguintes cargos em Minas Gerais: Subdelegado em Lamim; Juiz de Paz e Juiz Municipal de Queluz; Coronel da Guarda Nacional, tendo comandante desta na comarca de Queluz; Líder do Partido Liberal em Queluz. Na República: elegeu-se Vereador Geral da Câmara de Queluz, em 7 de setembro de 1894.
CIDADE DE LAMIM
Foi agraciado com o título de BARÃO DE LAMIM em 8 de agosto de 1889.
A cidade de Lamim teve seu início em 1710 quando três bandeirantes portugueses ali chegaram: José Pires Lamim, Francisco de Souza Rego e Pedro José da Ros e lá se instalaram. Quando José Pires Lamim faleceu, os amigos resolveram dar o seu nome ao lugar, que é dedicado ao ESPÍRITO SANTO.
Faleceu, vitimado por uma pneumonia, em 9 de abril de 1897. Vou transcrever o texto do jornal que noticiou seu falecimento a mim enviado, gentilmente, pela historiadora Eneida Carvalho Guimarães, e que dá uma visão de como era considerado, por seu valor, Alcides Rodrigues Pereira:
“Jornal Minas Gerais Ano 1897/Edição 00100
Vitimado por uma pneumonia, faleceu, a 9 do corrente, na vizinha cidade de Queluz, o prestante cidadão coronel Alcides Rodrigues Pereira (Barão de Lamim), que contava 74 anos de idade.
Filho do finado major João Rodrigues Pereira e primo irmão dos srs. conselheiro Lafayette e dr. Washington Rodrigues Pereira, o pranteado mineiro havia conquistado por sua inteligência, atividade e amor ao trabalho, não só elevada posição social e avantajados bens de fortuna, como a estima e o respeito de seus concidadãos.
Foi assim que no tempo do Império, militando nas fileiras do partido liberal, de que era chefe, exerceu vários cargos de eleição popular e de nomeação do governo, sendo um destes o de comandante superior da Guarda Nacional da Comarca de Queluz em que prestou relevantes serviços, que lhe valeram ser agraciado com o título de Barão de Lamim.
Proclamada a República aceitou ele com sinceridade, as novas instituições, não lhe recusando o valioso apoio de sua influência e esforço pessoal, visto como exerceu, entre outros, o cargo de vereador geral do município de Queluz, onde se achava em serviço daquele cargo, quando foi colhido pela enfermidade que o levou ao túmulo.
Seu enterro realizou-se às 2 horas da tarde de 10 do corrente, sendo extraordinariamente concorrido, achando-se entre as pessoas presentes o digno sobrinho do finado, sr. Dr. Antônio de Almeida, secretário de Polícia, atualmente em exercício do cargo de Chefe de Polícia. “