A cada eleição a matemática eleitoral, baseada nos quocientes eleitorais, prega uma peça em candidatos muito votados. Nesta eleição, a maior vítima desse sistema foi a candidata a vereadora por Lafaiete, Selma Rocha (PSDB), esposa do ex-deputado e ex-prefeito, José Milton.
Apesar de ter tido a maior votação entre os mais de 300 postulantes ao cargo, ela não garantiu uma cadeira no legislativo municipal.
Selma alcançou a marca de 1.774 votos, mas seu partido, o PSDB, com apenas quatro candidatos, não conseguiu alcançar o quociente eleitoral de 5.040 para ter direito a uma vaga no Legislativo. O cálculo é feito de forma simples: toma-se a quantidade total de votos válidos (excluindo-se os votos brancos e nulos), que é dividida pela quantidade de cadeiras na Câmara Municipal.
No caso do PSDB, a soma dos votos dos candidatos a vereador ficou em 2.341. Para que Selma fosse eleita, seria necessário que ela tivesse mais 2.699 votos ou que essa votação fosse diluída entre os candidatos tucanos.
Segunda rasteira
Apesar de ser o exemplo mais significativo de como a matemática eleitoral pode dar uma rasteira no candidato, a médica não foi a única vítima. A mesma situação ocorreu com o postulante Arlindo Leiteiro (PL) que chegou 978 votos. Ele teve mais votos do que 8 eleitos.
No caso dele, é a segunda vez que, mesmo com uma votação considerável, ele não chega à Câmara de Lafaiete. Desta vez, o partido pelo qual ele concorreu conseguiu fazer uma vaga, que ficou com o vereador André Menezes (PL), o segundo mais votado, com 1.425 votos.