A situação financeira do Hospital São Camilo é cada vez mais grave. O Conselho de Saúde, Câmara, Prefeitura, Secretaria de Saúde, Ministério Público receberam um documento em que a diretoria do Hospital São Camilo detalha o drama financeiro e realidade vivenciada pela instituição.
Em 2019, o hospital passou por sua pior crise e esteve perto de fechar suas portas. Agora, porém a situação decorre da transferência de sua sede para o Hospital Queluz, em função da instalação do Hospital de Campanha. “A situação está no limite financeiro e técnico para dar continuidade às nossas atividades, pois fomos obrigados por força de uma requisição administrativa de nos instalar em um local que somente podemos atender 13 pacientes e não podemos fazer cirurgias, via SUS, convênios ou particulares, não podemos fazer atendimentos de consultas/internações pois falta espaço e sem estrutura mínima sanitária”, desabafa diretoria que pede uma solução para que a instituição possa exercer suas funções em um local adequado e ampliação dos serviços conforme anteriormente na antiga sede quando tinha 50 leitos, além de bloco cirúrgico.
A incapacidade física de ampliar o atendimento repercute diretamente nas finanças da instituição que chegou um prejuízo estimado em 2021 de mais de R$100 mil. A diretoria frisa que assumiu o São Camilo com uma dívida de R$1,8 milhão e reduziu para R$800 mil em pouco mais de 2 anos.
A mudança de local também forçou a diretoria a promover demissões de funcionários, antecipação de férias, etc.
A diretoria reclama do atendimento oferecido pelas autoridades locais já que ela não teve outra opção de aceitar ou não uma proposta para a transferência das suas dependências para o Queluz. “Na última tratativa antes do decreto de requisição nos foi dito que: aceitem ir para o Queluz em acordo ou o Município irá requisitar o prédio. Não aceitamos, visto que, o Município fez a requisição”, reclama direção.
Além da falta de espaço, a diretoria relata inclusive pacientes que oriundos da policlínica evoluem para covid-19.
Neste cenário de antecipação de uma grave crise financeira, a instituição foi obrigada a assinar o POA que obriga o hospital a manter 10 leitos do SUS para atendimento ao município, mesmo em precárias condições, diminuindo ainda mais o espaço.
Além da queda no faturamento, a instituição foi obrigada a atrasar débitos com bancos para honrar a folha de pagamento. “Esta situação não se sustenta por 60 dias”, exortou a direção.
Solução
A direção propõe uma alternativa a prefeitura diante de um caos previsto: ou se retorna a antiga sede ou aluga-se um local apropriado. “Diante do quadro solicitamos que o Município socorra o Hospital financeira e estruturante pois o mesmo se encontra em tal situação em decorrência da requisição para ali se instalar o Hospital de Campanha que ajuda a todos, exceto o tradicional Hospital São Camilo”, diz o documento encaminhado as autoridades.
Sessão
Na sessão desta terça-feira, a situação do Hospital caiu como uma bomba no recinto da Câmara e os vereadores cobraram uma solução urgente para a instituição. A Comissão de Saúde vai apurar e discutir a situação.