Dois homens, ambos de 53 anos, foram flagrados pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv) na BR-265, em Barbacena, transportando 94 pássaros da fauna silvestre. Os autores receberam voz de prisão e responderão pelos crimes de tráfico de animais silvestres e maus-tratos – este último devido às condições precárias de segurança nas quais as aves eram transportadas. Dois autos de infração foram emitidos para cada um deles, totalizando R$ 180.438.
Apesar do flagrante, eles assinaram o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberados. Logo, os dois homens, que moram no Rio de Janeiro, devem comparecer à Justiça da comarca mineira quando intimados. As diligências tiveram início na madrugada de sexta-feira (15/10), quando a PMRv realizava uma fiscalização de rotina na rodovia.
Ao solicitar os documentos do veículo, os policiais perceberam o nervosismo do condutor e do passageiro e, então, resolveram fazer buscas dentro do carro. Então, os policiais localizaram no porta-malas quatro gaiolas e em cada uma delas havia um pássaro da espécie trinca-ferro.
No assoalho do automóvel, entre os bancos traseiros e dianteiros, os militares também encontraram 90 pássaros presos em pequenas caixas, sendo 40 coleiros e 50 da espécie trinca-ferro. Nesse momento, a PMRv acionou a Polícia Militar de Meio Ambiente, que lavrou os autos de infração ao constatar a irregularidade.
Questionado pelas autoridades, o motorista relatou que tem parentes na cidade de São João del-Rei e que frequentemente vai visitá-los. Logo, ele aproveita a oportunidade para percorrer a cidade em busca dos diversos tipos de pássaros e os vende em uma feira no Rio de Janeiro.
Como os autores não tinham a Emissão de Guia de Transporte Animal (GTA), documento que é emitido pelo Ibama, os animais foram apreendidos pela PM de Meio Ambiente – que acionou uma veterinária para avaliação de todas as aves. Como os 90 pássaros estavam em boas condições de saúde, a médica emitiu um lado autorizando a liberação deles na natureza, o que foi feito pelos policiais ambientais. As outras quatro aves que estavam em gaiolas no porta-malas foram encaminhadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Juiz de Fora, onde passarão por um processo de adaptação e, posteriormente, serão reintegradas ao habitat natural.