Um sargento do Corpo de Bombeiro Militar foi indiciado, nesta quinta-feira (15), por tentativa de homicídio triplamente qualificado após tentar matar um jovem, de 21 anos, que havia trocado mensagens íntimas com a filha dele há cerca de quatro anos atrás, quando a menor tinha apenas 10 anos e a vítima 17. O crime ocorreu no último dia 27 de outubro, no bairro São José, em Montes Claros, região Norte do estado.
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o suspeito teria disparado nove tiros na vítima, um jovem, de 21 anos, no interior de um bar. O crime foi filmado por câmeras de segurança do estabelecimento comercial e por pessoas que estavam no local no momento dos fatos.
Segundo a PC, o suspeito estava com a família em um bar quando a filha dele avistou a vítima no local. O investigado decidiu conversar com o jovem e uma discussão foi iniciada entre eles. “A discussão ficou mais acirrada entre a esposa do suspeito e a vítima. Nesse momento, o bombeiro desferiu um soco no jovem, que se levantou da mesa e foi em direção ao banheiro”, explicou o delegado da PC, Bruno Rezende.
O investigado foi atrás da vítima e efetuou vários disparos. O jovem foi socorrido em um hospital da cidade e permaneceu internado por várias semanas. Após o exame de corpo de delito, foi atestado que o jovem teve nove ferimentos por entrada de arma de fogo na vítima, inclusive na região lombar.
O bombeiro deixou o local após o crime, junto com a família, e não foi localizado. No dia seguinte, se apresentou na Delegacia de Homicídios, onde prestou depoimento e entregou a arma utilizada por ele, uma pistola calibre 9mm. A esposa do suspeito e a filha dele também foram ouvidas na unidade.
A Polícia instaurou um inquérito policial para apurar o delito. Durante as investigações, os policiais civis verificaram que a vítima teria trocado mensagens íntimas com a filha do suspeito, cerca de quatro anos atrás. Na época, a menina tinha 10 anos, e a vítima, 17. O jovem teria contado para amigos em comum com os familiares da menor sobre as fotos, episódio que chegou ao conhecimento dos pais dela, que decidiram não registrar ocorrência.
O delegado do caso contou que o investigado alegou que agiu em legítima defesa, mas a estratégia que não se sustentou, em virtude dos depoimentos prestados e das imagens recolhidas do local. “Ele teve várias oportunidades para parar com as agressões e descarregou a arma em direção ao jovem, inclusive quando a vítima estava de costas”, afirmou Bruno Rezende.
A PC apresentou ao Poder Judiciário um pedido para a decretação da prisão temporária e, depois, representou pela preventiva do suspeito, mas a Justiça deferiu medidas restritivas distintas da prisão.
Conforme o comandante do 4º Cob do Bombeiro Militar, tenente-coronel Fernando Augusto Alves Ferreira, o suspeito foi remanejado para exercer função interna. Ele esclareceu ainda que os fatos estão sendo apurados na seara administrativa da corporação e aguardam a sentença judicial sobre o caso.