Foi preso nesta sexta-feira (31) o homem acusado de matar a companheira no último dia 23, em Tiradentes (MG). As investigações da PCMG, com o apoio da PCRJ chegaram até o suspeito, que estava em Itatiaia, interior do Rio.
O Crime
A jovem Iara Natali, de 28 anos, foi encontrada morta no bairro Santíssima Trindade, em Tiradentes, na manhã de quinta-feira, 23 de dezembro. A versão contada pelo ex-companheiro da vítima, de 29 anos, não convenceu amigos e parentes de Natali, e ele estava desaparecido. Segundo a versão do ex-companheiro da vítima aos policiais, o mesmo compareceu à Delegacia de Polícia Civil de Tiradentes na madrugada de quinta, junto com a mãe da vítima, LM, 51 anos, a fim de registrar boletim de ocorrência pela morte da de Iara Natali, 28 anos. O rapaz relatou à polícia que os dois estavam em um bar no centro de Tiradentes, e que logo depois, se deslocaram sentido bairro Mococa, e pelo caminho fizeram o uso de maconha.
Ao chegarem a residência, o suspeito disse ter ido tomar um banho. Pouco depois, segundo ele, Iara teria começado a gritar, dizendo que o rapaz estava demorando no banho e começaram a discutir. Para evitar briga, o rapaz informou que trocou de roupa e saiu de casa quando Iara gritou: “Se você não sair, não vai me encontrar mais”. Ele disse ter ido para a escadaria da Igreja da Santíssima Trindade. Após um tempo, mandou mensagem para a mesma perguntando se já poderia voltar. Como não obteve resposta, retornou.
Ao abrir a porta de casa, ele alegou encontrar Iara caída ao chão e, próximo dela, uma faca. De imediato, teria acionado a mãe da vítima e a polícia. Também chamaram o SAMU, que quando chegou lá, encontrou a jovem sem os sinais vitais, com perfurações de faca no braço e no pescoço.
A polícia civil recolheu o celular da vítima, uma faca e algumas pontas de cigarro de maconha e realizou o boletim de ocorrência, porém na data ninguém foi preso e a polícia civil seguiu investigando o caso.
Desconfiança
A versão contada pelo rapaz não convenceu amigos e parentes de Iara. Uma fonte próxima da vítima informou a um jornal da região que a morte pode ter sido feminicídio. Segundo a fonte, os dois viviam brigando e Iara já teria sido vítima de agressões por parte de do companheiro. Segundo a fonte próxima da vítima, o laudo confirmou que ela foi assassinada por volta das 23h40 e, segundo informações, “ele procurou a polícia horas depois, já com outra roupa, obviamente, e simulou ter ligado para ela procurando, mandando mensagem e, sem ela atender, ele alegou ter ido na casa dela e encontrado morta”, informou. “Quando ele desceu para a casa da mãe dela chorando, falando que ela tinha se matado; não acreditamos nesta versão, ele é um psicopata”, comentou uma amiga da vítima.
O laudo também aponta que houve luta corporal, cortes nas mãos da vítima como defesa e no pescoço. Segundo a testemunha, houve também demora por parte da polícia em chegar ao local.
Até o momento, ninguém havia sido preso e não havia informações se o companheiro da vítima possa ser suspeito. Testemunhas alegam também que o rapaz desapareceu da cidade após ter sido liberado pela polícia que, segundo informações, pode ser para evitar linchamento. Porém, amigos e parentes de Iara Natali não acreditaram nesta versão e estão revoltados pela liberação dele mesmo em flagrante. “Conhecemos a Natali e sabemos que ela não faria uma barbárie dessa!”, informou uma amiga.
Pelas redes sociais e grupos de WhatsApp, parentes e amigos da vítima estão compartilhando fotos do acusado e Iara chamando-o de “assassino” e que ele “está foragido”, pedindo para quem o encontrar denunciar. Segundo amigos, o suspeito é natural do Rio de Janeiro onde acreditavam que ele pudesse ter ido, o que se confirmou nesta sexta-feira (31) com a prisão. Nas próximas semanas o acusado deve ser encaminhado ao sistema prisional mineiro.
Feminicídio
Feminicídio é o termo usado para denominar assassinatos cometidos contra mulheres em razão de seu gênero, ou seja, pelo fato de ser mulher. A Lei do Feminicídio (13.104/2015) prevê circunstância qualificadora do crime de homicídio e inclui o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Em maio deste ano, a Câmara dos Deputados definiu que o feminicídio passa a figurar como um tipo específico de crime no Código Penal, com pena de reclusão de 15 a 30 anos.
Fonte: Mais Vertentes e PCMG