O mundo financeiro teve uma grande transformação, devido o avanço da tecnologia, que faz com muitas pessoas nem cheguem a tocar no dinheiro real
Nas últimas décadas, o mundo financeiro teve uma grande transformação. Com a chegada dos cartões e agora o PIX, opções como carnês e cheques foram ficando para trás, quase não são mais usados.
Quem não aceita o PIX, por exemplo, é alvo até de piadas, pois é uma alternativa tão fácil, ainda mais que a população se adaptou tão bem, por isso, as outras formas estão caindo em desuso.
Uma delas é o dinheiro físico, que segundo os dados do próprio Banco Central, vêm diminuindo em quantidade no país. Pouco mais de um ano antes do lançamento do Pix, circulavam pelo Brasil R$ 357,5 bilhões; hoje este número caiu para R$ 343,5 bilhões.
A evolução da tecnologia tem agradado o Banco Central, que teve um gasto menor na impressão, já que não precisou imprimir R$ 14 bilhões desde então.
E olhando por este lado, será que o dinheiro físico será extinto algum dia? O dinheiro físico é algo muito antigo, que vem durando por muito tempo, se considerarmos a evolução da sociedade.
Ele passou a ser usado no início da Idade Moderna, com o aumento da complexidade nas transações e foi criado para ter valor de troca, diferente do valor de uso que era utilizado.
Segundo o analista financeiro e CEO da Vallus Capital, Caio Mastrodomenico, todo este avanço na tecnologia financeira pode sim estar indicando um esgotamento do dinheiro físico. Ele diz que o consumidor pode não perceber, mas a política de circulação de notas geralmente muda junto com a evolução econômica.
“Vemos isso na mudança de comportamento das pessoas ao fazerem pagamentos digitais, com cartões de crédito e débito e sobretudo com o Pix, que revolucionou a maneira como o brasileiro lida com os meios de pagamento”, diz ele.
E as mudanças implicam tanto na política de circulação, que o Banco Central já pensa em criar o “Real Digital”, uma criptomoeda nacional, que visa digitalizar nossa moeda para diminuir custos de emissão. E isso não é uma ideia brasileira, o mundo inteiro já está de olho nas moedas digitais.
“Nas últimas edições do Fórum Econômico Mundial, os bancos centrais iniciaram uma discussão para substituir a moeda física por um formato diferente, como criptomoedas.
Em um futuro próximo, teremos real, dólar, euro e outras moedas assim, e alguns países como a China já aceleraram esse processo utilizando meios de pagamento e transferência como QR code, por exemplo”, explica o professor de Ciências Econômicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Jackson Teixeira Bittencourt.
Mas será mesmo que o dinheiro físico irá acabar?
Se acabar, é preciso ter muito cuidado nesta transição, pois não se sabe como a população vai reagir a mudança e tudo isso pode afetar o sistema financeiro que a economia vive hoje.
Ricardo Rodil, que é sócio da Crowe Macro Auditores e Consultores, diz que o dinheiro físico pode ser útil para o controle inflacionário, e que embora o dinheiro fique restrito ao mundo digital, os valores das moedas continuarão dependendo do volume em circulação e da velocidade que são feitas as trocas.
FONTE CAPITALIST