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Comunidade com pouco mais de 200 habitantes, em Minas Gerais, denuncia invasão da Vale

Moradores de Vargem da Lua, em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central de Minas, denunciam que a Vale já invadiu e ocupou quase 40 hectares de suas terras. A comunidade surgiu há 80 anos e briga na Justiça pela regulamentação da divisa com a Mina de Brucutu, pertencente à mineradora, desde 2008.

“Já são mais de 30 processos. Perícias judiciais já foram feitas, mas a gente ainda sofre com a invasão. Cercas foram mudadas de lugar, nascentes foram comprometidas. Muito triste”, disse Ernesto Werner, liderança de Vargem da Lua. A Vale é dona de 18 hectares da propriedade da Fazenda Vargem da Lua, que originou a comunidade que vive lá.

Segundo ordem judicial de 2012, a mineradora não pode explorar minério de ferro até que uma perícia fosse feita. O estudo foi concluído em 2016, dando razão à comunidade, já que aponta invasão da mineradora. Mas, segundo a comunidade, a operação não foi paralisada. Os moradores já tinham denunciado a invasão em 2020.

Área dentro da faixa amarela pertenceria a comunidade; parte dela foi explorada pela Vale — Foto: Arquivo pessoal

A Vale nega as acusações.

De acordo com decisão da vara de Santa Bárbara, de janeiro deste ano, uma perícia foi determinada. Mas o processo foi suspenso por 90 dias ou até a homologação desta nova análise. De lá para cá, não houve movimentação judicial no caso.

“ A gente fica meio agoniado porque as coisas estão acontecendo. A Vale não parou”, contou Ernesto.

Em nota, a Vale disse que “não realiza atividades de mineração na área objeto da discussão judicial. Houve, inclusive, cercamento da área em questão, decorrente de uma perícia Jjdicial realizada no local por determinação do magistrado responsável pelo processo em curso. Diante dessa determinação, a empresa reitera que segue cumprindo todas as determinações legais proferidas tanto pelo Juízo de Santa Bárbara, quanto pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A Vale ainda reforça que todas as suas atividades possuem respaldo dos órgãos competentes”.

  • G1

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