O paciente apresentou sintomas após chegar de uma viagem a São Paulo.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou, na noite de quarta-feira (15), que investiga o caso de um estudante da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), suspeito de ter contraído monkeypox, mais conhecida como varíola de macacos. Ele teria retornado de uma viagem a São Paulo e demonstrado sintomas da doença.
Até o momento da divulgação, Minas Gerais totalizava três casos suspeitos, incluindo um em Belo Horizonte e o outro em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro.
O estudante chegou a ser atendido no Hospital Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto e foi transferido, na terça-feira (14), para o Hospital Referência Eduardo Menezes, em Belo Horizonte.
“Estamos acompanhando os procedimentos que transcorrem no Eduardo de Menezes para saber se trata de varíola de macacos. Há um surto no país e nós temos que ter toda a atenção. Mas o possível paciente já está sob todos os cuidados no hospital de referência. Aqui em Ouro Preto, nós temos que ter muito cuidado”, afirmou o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo (PV) à Rádio Itatiaia Ouro Preto.
O paciente deu entrada na Santa Casa com queixa de erupção cutânea cobrindo a maior parte do corpo, com formação de bolhas e febre. De acordo com o secretário de Saúde de Ouro Preto, Leandro Moreira, durante a investigação epidemiológica, o estudante relatou que teve contato com residentes de São Paulo há cerca de 10 dias e, após esse período, houve o desenvolvimento dos sintomas.
Em contato com Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (CIEVES), foi solicitada a coleta de material para exames de diagnóstico clínico e solicitado a transferência para o hospital Eduardo de Menezes (nossa referência no estado). O prazo para um resultado definitivo das testagens é de sete a 10 dias.
As amostras dos três casos suspeitos de terem contraído a varíola de macacos em Minas Gerais estão sendo analisadas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). Os sintomas da doença são:
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Dores musculares;
- Dor nas costas;
- Gânglios (linfonodos) inchados;
- Calafrios;
- Exaustão.
Posição da UFOP
Em contato com a Agência Primaz, a UFOP informou que busca informações junto às autoridades de saúde sobre o caso, porém mesmo se for confirmado que se trata de um aluno da instituição, seu nome e curso não poderão ser divulgados pela Universidade, uma vez que a responsabilidade sobre os procedimentos são da Vigilância Sanitária, que adota protocolos específicos para tratar do problema, em caso de diagnóstico positivo. “A UFOP busca mais informações, inclusive para confirmar se o referido paciente faz parte do seu quadro discente e, assim, dar o suporte necessário dentro de sua área de competência”, informou.
Transmissão
A Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda não sabe ao certo qual é a fonte da infecção da doença. Porém, de acordo com o Instituto Butantan, a varíola dos macacos tem se espalhado entre as pessoas a partir de contato com gotículas expelidas por alguém infectado (humano ou animal) e contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis.
De acordo com a SES-MG, todos os casos suspeitos notificados até o momento no estado não se tratam de pessoas que fizeram viagens para o exterior.
Nome
A OMS busca, junto de especialistas, a adoção de um novo nome para a doença, após mais de 1.600 casos terem aparecido no mundo. Um texto que contou com a colaboração de mais de 30 cientistas considera a terminação “varíola de macacos” discriminatória e estigmatizante, tendo sugerido o nome hMPXV.
A doença matou 72 pessoas em países onde ela é considerada endêmica, como áreas de floresta tropical na África Central e na África Ocidental.
FONTE AGENCIA PRIMAZ