2 de maio de 2024 09:56

“Vamos lutar por justiça até o final”, desabafam pais que tiveram filho morto durante abordagem policial

Uma cidade ainda tomada pela revolta e pela dor na morte de Pedro Paiva Santos, de 19 anos. No início da madrugada de sábado (2) durante a tradicional na festa do 69º Aniversário de Senhora de Oliveira (MG), o jovem foi alvo de um tiro durante uma abordagem policial.
Pedro e mais 2 colegas se afastaram do local da festa e foram em um banheiro improvisado. Ao perceberem a movimentação, dois policiais foram até eles quando ocorreu o crime.
Logo após o disparo que vitimou Pedro Paiva Santos a população insurgiu contra os militares. A morte foi constatada ainda no local por uma médica, mas o corpo foi removido para o hospital, para evitar mais tumulto. De lá, o corpo seguiu para o IML de Conselheiro Lafaiete. Já o suspeito foi levado a delegacia de Piranga.
Pedro Paiva morava no centro de Senhora de Oliveira. Ele foi sepultado no dia 3 em meio a dor de amigos e familiares.


O drama
Nossa reportagem conversou com o pais da vítima, Alessandro Costa dos Santos, de 40 anos, e sua mãe, Leia Otaviano Paiva Santos. Ainda abatido e consternado pela perda do filho mais velho, o pai foi comunicado do ocorrido e imediatamente se deslocou ao local quando Pedro já estava morto.
Alessandro relatou que tentou manter o corpo do filho no local do crime, mas diante da exaltação popular ele foi levado ao hospital para realização da perícia.
Os pais aguardam o laudo pericial mas a família já acionou um advogado. “Queremos justiça. Meu filho era uma pessoa amável, lutadora e não andava armado. Não se justificava atirar contra ele. Vamos até o fim pela justiça e que o responsável seja punido”, assinalaram.
Os pais comentaram sobre as versões do fato. “Testemunhas falam que ele levou um tiro no rosto outros apontam que nosso filho foi morto pelas costas. Vamos aguardar o resultado da perícia, mas ele não merecia este fim pois era do bem”, contou.

O pai ainda lembra dos momentos que antecedeu a morte filho no local da festa já que trabalhou na equipe de apoio do evento. “Antes do ocorrido eu estava na festa e vi meu filho por diversas vezes. Ele vinha de 15 em 15 dias a Senhora de Oliveira e neste fim de semana do fato meu filho me contou que fora promovido no emprego. Ele iria comprar uma moto e ajudaria na reforma final da nossa casa”.

Eles tentaram em vão que, após a morte, que a organização da festa fizesse um minuto de silêncio em homenagem ao filho. “Tentamos levar este pedido mas sequer nos atenderam. Faltou sensibilidade”.
Pedro trabalhava como oficial em uma empresa em Itabirito (MG). “É uma perda inconsolável e a cidade inteira questiona o fato. Nunca antes aconteceu isso em Senhora de Oliveira”, finalizou o casal.


O outro lado
Nossa reportagem acionou a Assessoria de Comunicação do 31º Batalhão, em Lafaiete. “Com relação à ocorrência na cidade de Senhora de Oliveira, envolvendo um policial militar durante uma abordagem policial, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece que todas as providências de Polícia Judiciária Militar foram adotadas e a Justiça Militar Estadual já foi cientificada do fato”.

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