Na última semana foi inaugurada pela atual administração a pracinha do semáforo. Com uma belíssima escultura do pássaro guará (Eudocimus ruber), confeccionada pelo piranguense Felipe Rodrigues, expoente artista cujo trabalho vem chamando a atenção em nossa região, bem como outros elementos como a frase “EU AMO PIRANGA”, gradeamento e piso antiderrapante para garantir a segurança dos pedestres etc, o local carecia de intervenção após o desmanche da área/entorno do antigo escadão.
A revitalização do espaço foi discutida desde a administração passada, mas o projeto não foi executado por causa de desavenças político-partidárias, inadequações da proposta, falta de planejamento orçamentário etc, fatos que, à época, levaram a Câmara Municipal a vetar o pedido do Executivo de suplementação orçamentária.
É certo que a nova pracinha se tornará um novo ponto turístico da cidade, e é desejável que se continue investindo na valorização da nossa história a partir de outros monumentos e obras, a exemplo do tão sonhado museu. Mas, cabe destacar dois assuntos de suma relevância para reflexão:
1) a literatura histórica sobre Piranga não associa o nome “Guarápiranga” ao pássaro Guará, e as observações atuais da espécie estão restritas à faixa litorânea; mesmo assim, em 1983 a gestão municipal incorporou a ave ao brasão e à bandeira do município e um livro, publicado na década de 1990, até hoje referência no ensino municipal, reproduz na página 40 a ideia de que o pássaro citado vivia às margens do rio Piranga);
b) a área do entorno do semáforo surgiu após a derrubada do escadão para dar solução ao problema local da passagem das carretas de grande porte, obra que gerou polêmica, aprovada por uns, reprovada por outros, e inclusive ensejou manifestações e organização inédita de pessoas e políticos na cidade. Mas, o problema do trânsito de veículos pesados em plena área urbana permanece. Ainda, sem solução! (Patrício Guará Drone)