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PT Lafaiete comemora o Dia Internacional da Mulher

Plenária especial do partido destaca as angústias e desafios materiais da mulher lafaietense, em contraponto à demagogia da prefeitura e entidades empresariais da cidade.

No dia 8 de março, a tradicional plenária do PT Lafaiete, realizada todas as quartas-feiras, foi integralmente dedicada ao Dia Internacional da Mulher. O evento, na sede do partido, começou às 19h, sendo a mesa presidida pela ex-vereadora Zilda Helena e composta só por mulheres. Num formato de “roda de conversa”, todas puderam contar suas histórias de vida, suas angústias, desejos e sonhos, dando um panorama fiel da realidade da mulher lafaietense, comum a tantas mulheres brasileiras.

          Os relatos foram emocionantes, retratos da vida real, como o da companheira Ana, abandonada pela mãe ainda criança e que passou a maior parte de sua vida buscando suas origens, até chegar a Lafaiete. Quando finalmente perguntou à mãe por que ela a abandonou, a mãe respondeu que “por miséria, ignorância e desespero”. “Aí pude perdoar minha mãe”, disse ela. Relatos assim demonstram como a pobreza e as desigualdades no Brasil fazem, de todas as mulheres, vítimas deste sistema cruel e injusto. Outro relato emocionante foi o da companheira Aparecida, líder comunitária do bairro Triângulo II, que denunciou a situação de abandono de mais de 60 famílias sem saneamento, água e luz adequados, por mais de duas décadas.

          Zilda Helena, por sua vez, fez um levantamento das origens do Dia da Mulher, da luta histórica das mulheres que as antecederam, que sacrificaram sua integridade física e deram até a vida para que hoje houvesse direitos para as mulheres. Direitos que precisam ser defendidos e expandidos, pois a luta continua. Segundo ela, o 8 de Março é um dia de reflexão. No ensejo, Zilda também lembrou os enormes desafios que enfrentou, quando foi eleita para a Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete, das ameaças que sofreu, das intimidações e até de questões básicas, como sua luta para ter um banheiro feminino numa câmara que, na ocasião, contava com 16 vereadores homens (sendo só ela mulher). Rosilene Bandeira, presidenta do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, demonstrou sua indignação com a forma como a prefeitura e seus vereadores tratam as mães de crianças com necessidades especiais. Para ela, as mulheres de Lafaiete precisam dar um basta neste estado das coisas, pois são as mulheres, principalmente as mães, as que mais sofrem com o abandono generalizado da Saúde, da Educação, do lazer, do transporte e da infraestrutura em Lafaiete.

          Além das denúncias e da indignação, essenciais para a consciência de classe, a plenária foi também de alegria e esperança num futuro melhor. Houve poesia, música, palavras de acolhimento e motivação. Todas reconheceram que a volta do PT ao governo federal é uma oportunidade que se abre para voltarmos a trilhar o caminho de um Brasil mais justo. Mas para isso é preciso mobilização popular e muita vigilância, pois os inimigos do povo continuam prontos para sabotar e dar golpes contra os direitos sociais e humanos.

          A plenária do PT Lafaiete faz um contraponto à tradicional demagogia da burguesia nacional e local em datas como o 8 de Março. O Dia Internacional da Mulher é fruto de uma luta socialista (de esquerda), das mulheres operárias que se insurgiram contra a opressão. E o que a burguesia faz? Procura transformar esta data num dia de distribuição de flores, sentimentalismo barato e cinismo, sem relação com a luta histórica das mulheres pelo reconhecimento dos seus direitos e igualdade de condições. Em Lafaiete, por exemplo, prefeitura e entidades empresariais se uniram em ações que não passam de “perfumaria”, pois não resolvem, nem mesmo tentam combater, os problemas reais da mulher lafaietense. Em vez de dar “curso de educação financeira” para administrar miséria, por que não melhoram os salários e condições de trabalho? Em vez de cursos sobre “como administrar seu tempo”, por que a prefeitura local não investe em transporte público ágil, barato e de qualidade, para as trabalhadoras perderem menos tempo para se locomoverem? Em vez de “aulas de autoestima”, por que os donos do poder não garantem mais reconhecimento e dignidade no trabalho para as mulheres? Falam em empoderamento feminino num único dia, quando no restante do ano o que se vê é o massacre da trabalhadora, numa cidade destruída pelo abandono. A burguesia fala apenas da violência doméstica, que realmente é preocupante… Mas o que dizer da violência da falta de transporte público, da falta de hospitais, de creches, de escolas, de espaços de lazer para os filhos das trabalhadoras?… E a violência da falta de estrutura para as funcionárias públicas de Lafaiete, dos banheiros, dos equipamentos, dos materiais, desde os mais simples?… E a violência dos que votaram a favor da “reforma” da Previdência, que atacou a aposentadoria e a pensão das trabalhadoras e dos trabalhadores,  que atinge de modo mais agudo as mulheres? Tudo isto fica e é esquecido pelas prefeituras de direita, como a de Lafaiete, e entidades patronais, que preferem esvaziar o Dia Internacional das Mulheres de seu significado original, que é a LUTA POR DIREITOS E DIGNIDADE!!! Procuram esconder seu desprezo real pelas trabalhadoras distribuindo “mimos”, como se isso fosse amenizar a triste realidade.         

O PT Lafaiete reforça seu compromisso com as mulheres lafaietenses, na busca por direitos, respeito e dignidade. É preciso retirar Lafaiete deste estado de destruição e abandono. Este caos é de responsabilidade da direita lafaietense, que através de seus políticos, na prefeitura e na câmara, praticamente sempre governou a cidade e a sucateou. As mulheres sempre foram a vanguarda da mudança. E Lafaiete precisa mudar.

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