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Rede hoteleira internacional vai instalar em distrito da região

Desde novembro do ano passado, Ouro Preto estava na disputa para receber a segunda maior rede hoteleira de Portugal. O presidente da rede de hotéis Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, realizou uma visita a Minas Gerais no dia 30 de novembro para conhecer Ouro Preto e Brumadinho, com o interesse de expandir o número de seus empreendimentos no Brasil.

Quem fez a divulgação da escolha foi o Prefeito de Ouro Preto Angelo Oswaldo. “Depois de anos de tentativas e tratativas, o grupo português Vila Galé vai anunciar a implantação de um grande complexo de hotelaria no antigo Quartel e Colégio de Cachoeira do Campo”, afirma. O Quartel do Regimento de Cavalaria de Minas Gerais entrou em funcionamento em 1779 e as Escolas Dom Bosco passaram a funcionar nesta paisagem em 1896, após a negociação dos salesianos para a instalação de uma escola agrícola.

O presidente da rede hoteleira Vila Galé declarou ao Jornal Diário do Comércio que já havia visto muitas imagens de Ouro Preto, mas que ficou até comovido ao ver presencialmente.

“Fomos muito bem recebidos em Inhotim e maravilhosamente recebidos em Ouro Preto. Visitamos várias áreas além do Instituto e vamos avaliar o que vamos fazer. Podemos fazer um resort de campo ou a conversão de patrimônios históricos, que é uma outra paixão da Vila Galé e é uma das coisas que me dá mais prazer”, declara.

No total, a rede hoteleira Vila Galé, possui 37 unidades entre Brasil e Portugal, sendo 10 no Brasil e 27 em Portugal. O valor por três noites de estadia pode chegar a R$ 5.600,00. O último hotel do grupo inaugurado no Brasil foi o Vila Galé Alagoas em agosto de 2022, com o investimento de R$ 150 milhões e 350 postos de trabalho gerados.

Colégio Dom Bosco

Diversos foram os usos do conjunto, conformando suas variadas camadas que tornam pertinentes seus valores histórico e arqueológico. Em um contexto de reorganização das forças militares portuguesas, entrou em funcionamento em 1779 o Quartel do Regimento de Cavalaria de Minas Gerais, embora sua história remonte às primeiras décadas do século XVIII e a episódios marcantes da história mineira, como a Revolta de Filipe dos Santos (1720), a Inconfidência Mineira (1789) e a Sedição Militar ou Revolta do Ano da Fumaça (1883).

Em seguida ao Quartel, ali funcionou a Coudelaria Imperial, um centro de criação e aprimoramento de cavalos de raça, cujo funcionamento deixava boa parte das terras ociosas. Quando da visita de Dom Pedro II a Cachoeira do Campo em 1880, lhe foi solicitado que desse à propriedade uma finalidade social, tendo sido inaugurada em 1889 a colônia agrícola D. Pedro II que, com o advento da República, recebeu o novo nome de Cesário Alvim.

As Escolas Dom Bosco passaram a funcionar nesta paisagem em 1896, após a negociação dos salesianos para a instalação de uma escola agrícola. A instituição perdurou por cerca de um século e seu uso mais recente é como alojamento de funcionários de uma empresa privada.

O conjunto é composto por edificação principal, teatro, mausoléu, residência do caseiro, antiga serraria hidráulica, antiga residência de Augusto de Lima Jr, curral, ponte sobre o Rio Maracujá e outras estruturas arqueológicas. Do prédio principal original em ruínas foram aproveitadas as estruturas e o restante foi sendo alterado e ampliado conforme as necessidades educativas e as novas experiências de cultivo e produção nas terras.

A construção do colégio considerou as paredes de pedra da antiga fortificação, mantendo, em parte, os ritmos de abertura dos vãos e seus enquadramentos, e o formato retangular, cuja altura maior que a base caracteriza grande parte das edificações coloniais. A volumetria final resultou na elevação de todas as alas, com a construção de um segundo pavimento e um terceiro – mirante – no volume central.

A reconstrução da fachada se deu em 1907, ganhando ares ecléticos com inspiração art déco. Há uma escadaria de pedras que leva à porta principal, composta por duas folhas de madeira almofadadas e emoldurada por pedra sabão talhada. Também se destacam a antiga serraria hidráulica, datada do início do século XX, que abriga um complexo sistema de mecanismos, sendo a primeira do gênero edificada no Brasil; a ponte sobre o Rio Maracujá, que possui sistema estrutural em arcos plenos e está implantada sobre base de pedra no leito do rio; a residência do caseiro, por seu estilo neocolonial.

O valor patrimonial do Conjunto arquitetônico, paisagístico e arqueológico das Escolas Dom Bosco está menos em suas edificações sede e adjacentes, alteradas ao longo do tempo, e mais no significado que as instituições ali instaladas, uma após a outra, tiveram para a memória local e estadual.

FONTE JORNAL GALILÉ

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