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Cuidado: quem visita esta vila em Minas ‘corre o risco’ de nunca sair de lá

Uma charmosa vila mineira. Aconchegante, o distrito que fica no alto da Cordilheira do Espinhaço, na Região do Alto Jequitinhonha, é um daqueles lugares encantadores, onde dá vontade de não querer ir embora. O lugar traz aquela sensação boa de um abraço de paz e tranquilidade. A natureza exuberante, com belíssimas cachoeiras, e uma hospitalidade acalentadora são os grandes responsáveis pelo destino ser um dos mais queridos do povo de Minas Gerais. Ao circular pelo distrito, terra natal da personagem histórica Chica da Silva, o visitante terá a oportunidade de apreciar as construções típicas, além de, claro, se refrescar nas cachoeiras, um de seus grandes atrativos.

Cachoeira do Carijó, de fácil acesso, é uma das maravilhas naturais do distrito do Serro(foto: Célio Jefferson/Primotur Turismo Ecológico/Divulgação)

Estamos falando de Milho Verde, distrito do Serro, que foi destaque na publicação que demos ontem, ao anunciar o estande de Minas na WTM, maior feira de turismo que acontece na semana que vem, em São Paulo. Já que a imagem igrejinha icônica estampou a projeção de como será o espaço mineiro, vamos  falar dessa vila encantadora.

Um lugar místico, entre as cidades históricas de Serro e Diamantina, que tem nas igrejas parte de sua atração local. A Capela de Nossa Senhora do Rosário é carregada de história. Construída no ponto mais alto da cidade, em uma colina da qual se avista um horizonte cercado de montanhas, igrejinha barroca é um dos principais cartões-postais de Milho Verde. Por suas características, atribui-se aos negros livres e escravos da região a construção datada no século 19.

De tão bela, já foi até capa de um dos discos de Milton Nascimento. Em noites de céu sem nuvens, o gramado da capela é um bom lugar para se apreciar o céu e ter contato com a natureza.

Para além de histórica, detaca-se também a pequena igreja de Nossa Senhora dos Prazeres. Em seu interior, as imagens de Nossa Senhora dos Prazeres, que dá nome a igreja, e de São Miguel, bem como uma Pietá inacabada, conferem, para além do caráter histórico, religiosidade ao monumento, tombado como Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) desde 1980. Foi lá que Chica da Silva foi batizada.

Comunidade alternativa

Depois da segunda proibição da exploração do diamante, já no século 20, a população local passa a viver da pecuária e da agricultura de subsistência, além da colheita das flores decorativas sempre-vivas. E depois, já a partir da chegada dos hippies, na década de 1970, que migravam dos grandes centros para pequenas localidades alternativas – o que também ocorreu em outros destinos brasileiros, como Canoa Quebrada, Trancoso, Arraial da Ajuda, Pirenópolis e Goiáz Velho –, a região passou a atrair turistas. “Milho Verde ressurgiu como um lugar aprazível e foi germinando a semente de um novo destino turístico. Hoje, oferece boa estrutura de serviços para visitantes. Restaurantes, hotéis, pousadas e campings garantem conforto e aconchego aos turistas de todos os níveis e exigências. A tradição religiosa também é bem preservada nas centenárias festas populares, que atraem visitantes e garantem a memória desse distrito, de mais de 300 anos”, diz Paulo Queiroga, assessor da Prefeitura do Serro, em entrevista ao EM, em 2018.

Mundialmente conhecida, a bela Capela de Santa Rita é símbolo da cidade do SerroREPRODUÇÃO

Serro 

E por que não conhecer, também, a bela história que marca Serro? “Sede de uma das quatro primeiras comarcas da Capitania das Minas Gerais, a antiga Vila do Príncipe do Serro Frio, hoje, cidade do Serro, ainda guarda características das vilas setecentistas mineiras, o que lhe valeu ser o primeiro município brasileiro a ter seu conjunto arquitetônico e urbanístico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em abril de 1938”, informa o site da cidade.

As igrejas são os atrativos principais do Serro. A Capela de Santa Rita é o símbolo da cidade. A igrejinha barroca no alto da uma escadaria é mundialmente conhecida. Além da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, datada de 1713, e a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, construída em 1768 com altares em estilo rococó e banhados a ouro. As igrejas do Bom Jesus de Matozinhos e de Nossa Senhora do Rosário também não podem ficar de fora. Na última delas, tem-se uma linda vista da cidade, em razão de sua localização. No Centro Histórico, casarões detalham, em sua construção, relíquias do passado colonial. Nas ruas da cidade o turista tem contato, ao mesmo tempo, com a natureza, a história e a tradição.

Com cerca de 800 produtores de queijos artesanais, o Serro conquista prêmios no Brasil e exterior pela excelência de seus produtos

Principais cachoeiras

»  Carijó

Situada a três quilômetros do Centro de Milho Verde, a Cachoeira do Carijó tem oito metros de queda e um poço delicioso com água limpa e cristalina. Ideal para banho de relaxamento.

»   Moinho

Uma das maiores e mais bonitas da região, a queda d’água fica bem próxima ao Centro. O nome se deve à existência de dois moinhos d’água antigos, utilizados na moagem do milho para fazer o fubá. Além de poços de água limpa e extremamente agradáveis para banho, existem duas quedas maiores, que vão se juntar ao Rio Jequitinhonha, logo à frente.

Outra cachoeira imperdível é a do Moinho. Uma das mais belas e maiores da região, merece uma visita(foto: RCarvalho/Divulgação)

»   Piolho

Formada pelo córrego de mesmo nome, a Cachoeira do Piolho é assim chamada por causa de pequenosdiamantes encontrados antigamente no leito do córrego. A cachoeira tem queda de mais de 30metros e é utilizada também para a prática do rapel.

»   Lajeado

Um platô na chapada da cidade, bem no Centro do distrito e ideal para crianças. A areia branca e os diversos

poços rasos de águas cristalinas se tornam mais abundantes durante as cheias, formando três quedas e uma paisagem magnífica.

»   Baú

Localizada a cerca de oito quilômetros de Milho Verde, na localidade de Baú, antigo quilombo, onde nasceu a lendária Xica da Silva, a cachoeira tem poço delicioso, entre encostas acentuadas e paisagem que mexe com nossa alma.

»  Ausente

Fica num lugarejo, também antigo quilombo, com população descendente de antigos escravos e cultura tradicional preservada. A cachoeira tem pequenas piscinas naturais de águas cristalinas e o passeio compensa.

»  Campo Alegre

Um conjunto de pequenas quedas, em meio às pedras, a oito quilômetros do Centro, um ponto de parada na antiga trilha utilizada por tropeiros. No entorno de Milho Verde estão também as cachoeiras da Canela e dos Macacos, menos visitadas, mas de igual beleza.

COMO CHEGAR: Localizadas na Cordilheira do Espinhaço, Milho Verde e Serro estão a cerca de 312 quilômetros da capital mineira. Os municípios têm duas opções de trajeto: via Curvelo, pela BR-040 no sentido Brasília, e via Serra do Cipó, pela MG-010.

FONTE: EM

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