A Casa de Tiradentes, um belo exemplar do século XVII, memória viva da Inconfidência Mineira, situado às margens das MG 129, Estrada Real, em Ouro Branco, é uma uma construção típica do período colonial. O casario era local de criação, venda e troca de cavalos, para aqueles que faiam a viagem do Rio de Janeiro a Vila Rica. Construção características típicas da arquitetura rural do período: paredes de pau-a-pique, telhado entrelaçado com cipó amarrando as estruturas de madeira, pisos de tábua corrida, trancas reforçadas, sala para guarda valores, uma grande varanda contornando todos os cômodos, e uma senzala onde eram acorrentados e castigados os escravos. Na entrada principal da casa foi preservado o guichê que era utilizado para o comércio do ouro.
Mas este belo patrimônio histórico precisa de uma urgente reforma e ampla revitalização. O Gerente de Cultura da Prefeitura de Ouro Branco, Edilson Nascimento já tem em mãos o projeto, aprovado pelo IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, porem faltam recursos para a obra projetados em cerca de R4 3,5 milhões. A intenção é capacitar o local para museu, sala de multimeios e outras intervenções para atração e incremento do turismo e a preservação do exemplar colonial.
Segundo Edílson, o projeto já foi entregue a Marcelo Mafra- Coordenador promotoria de justiça Cultura e Turismo de Minas Gerais. “Já temos o projeto e a exemplo da Matriz de Santo Antônio que vem recebendo recursos na sua completa restauração, é buscar em todos os órgãos e empresas investimentos na preservação deste patrimônio, um dos mais importantes dentro da Inconfidência Mineira”, disse.
A história
A Casa de Tiradentes está localizada no mapa da Comarca de Vila Rica datado 1775, de autoria de José Joaquim da Rocha –, às margens do Caminho Novo da Estrada Real, trecho de grande circulação de pessoas e bens durante o período conhecido como Ciclo do Ouro em Minas Gerais. Destinada à criação de gado e à agricultura, integrava o povoado de mesmo nome, descrito por viajantes do século XIX como uma região miserável e perigosa, provavelmente pelo período de decadência pelo qual Ouro Branco passou após o declínio da mineração. Há duas versões sobre a história da casa sede, construída sobre embasamento de pedras, com estrutura de madeira e pedra e vedações de pedra, adobe e pau-a-pique. Na primeira delas, a fazenda teria sido ponto de pouso e local de abastecimento.
Diz-se que Tiradentes se hospedou ali antes de sua prisão, daí uma de suas alcunhas ser casa velha de Tiradentes. Outra versão afirma que o local era, na verdade, posto de arrecadação de impostos. Em 1981 e 1999, houve intervenções dos arquitetos Éolo Maia e Jô Vasconcellos, com adaptações para novos usos, recuperação de algumas paredes de pau-a-pique, reconstituição de parte do piso em tabuado, identificação de parede externa construída em adobe com 80 cm de espessura, dentre outras ações. Há atualmente um projeto, também de autoria da arquiteta Jô Vasconcellos, já aprovado pelo IEPHA e Conselho de Políticas Culturais de Ouro Branco, que prevê a preservação, valorização e aproveitamento da área do entorno da Fazenda das Carreiras, com a realização de obras no sentido de ampliar o uso do monumento, com paisagismo, construção do anfiteatro e construção de edificação para atender as diversas ações culturais, como a criação do centro de artesanato. Trata-se da execução de iluminação externa, pavimentação das praças e pátios, plantio de árvores ornamentais e aromáticas, plantio de grama, instalação de mobiliários e limpeza em geral. Além disso, o projeto já está aprovado pelo IEPHA.