Um meteoro do tipo bólido explodiu sobre algumas cidades de São Paulo, Paraná e Santa Catarina e causou sensação de tremor
Na noite de domingo (6), por volta das 21h (pelo horário de Brasília) um grande meteoro do tipo bólido foi visto nos céus das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Em algumas cidades, moradores se assustaram ao sentir o chão tremer após uma forte explosão.
Segundo as análises das imagens feitas pela Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), o meteoroide que causou o fenômeno atingiu a atmosfera da Terra em um ângulo de 51,7° em relação ao solo e começou a brilhar a 91,1 km de altitude sobre a cidade de Tomazina, no Paraná. Então, ele percorreu quase 87 km em 4,7 segundos, a 65,9 mil km/h, vindo a desaparecer a 23 km de altitude sobre o município de Sapopema, também paranaense.
Outros estados que testemunharam a passagem do meteoro foram São Paulo (com registros na capital e em cidades como Sorocaba, Lençóis Paulista e Presidente Prudente) e Santa Catarina (Monte Castelo).
Conforme mencionado acima, alguns relatos recebidos pela Bramon dizem que o clarão foi acompanhado por um grande estrondo e tremores. No entanto, embora tenham assustado algumas pessoas que pensaram ter havido uma colisão com o solo, esses efeitos foram produzidos durante o violento deslocamento de ar ocasionado quando a rocha espacial arrebenta a atmosfera da Terra em altíssima velocidade, se desintegrando com o aumento da pressão e da temperatura.
O que é um meteoro bólido?
Eventualmente, temos notícias sobre o surgimento de fenômenos luminosos rasgando os céus pelo mundo. Esses eventos são chamados muitas vezes de meteoros, outras vezes de asteroides ou de cometas. No entanto, esses nomes designam coisas diferentes (e você pode saber mais sobre essas diferenças aqui).
No caso dos meteoros, quando uma rocha espacial atinge a atmosfera da Terra a altíssimas velocidades, mesmo fragmentos tão pequenos quanto um grão de areia são capazes de aquecer instantaneamente os gases atmosféricos, gerando um fenômeno luminoso, que é o que os astrônomos classificam como meteoro.
“Assim, os meteoros são apenas esses eventos luminosos, nada mais. Meteoro não é sólido, não é líquido nem gasoso, é apenas luz”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Bramon e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil. “Popularmente, também são chamados de estrelas cadentes”.
A depender de sua intensidade e comportamento, um meteoro pode ser classificado como um fireball (bola de fogo) ou um bólido. Enquanto o primeiro, como o próprio nome indica, é uma esfera grande e brilhante; o segundo, também muito luminoso, deixa uma trilha ionizada duradoura, explodindo no final.
Dependendo de determinadas condições, como tamanho, composição e ângulo de entrada, pequenas partes da rocha espacial podem resistir ao processo, deixando fragmentos em solo, que são chamados de meteoritos – o que não foi o caso, desta vez, segundo a Bramon, que estima que o objeto foi completamente vaporizado durante a passagem pela atmosfera.
FONTE OLHAR DIGITAL