Catarata do Estreito da Dinamarca, que é formada pela diferença de temperatura das águas marinhas, está situada entre a Islândia e a Groenlândia; saiba mais
Onde fica a maior cachoeira do mundo? Não está em nenhuma porção de terra do nosso planeta, mas sim no oceano. Trata-se da catarata do Estreito da Dinamarca, onde a água cai por mais de 3 km, entre a Islândia e a Groenlândia.
Segundo o site ILFScience , esta cachoeira submarina é cerca de três vezes mais alta do que a queda d’água mais elevada sem interrupção sobre a terra, que é a cachoeira de Salto Ángel, na Venezuela, com 979 metros de altura.
A catarata do Estreito da Dinamarca também é incrivelmente larga, abrangendo 160 km, e despeja cerca de 5 milhões de m³ de água por segundo — quase o equivalente a 2 mil Cataratas do Niágara no pico de seu fluxo, localizado na fronteira entre Nova York, nos Estados Unidos, e a província canadense de Ontário.
Como a cachoeira se forma debaixo d’água?
Conforme explica a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), como a água fria é mais densa do que a água quente, no Estreito da Dinamarca, a água gélida fluindo para o sul dos mares nórdicos encontra a água mais quente do mar de Irminger.
A água mais fria é forçada abaixo da água mais quente, fluindo sobre uma enorme elevação no fundo do mar para criar uma cachoeira gigantesca.
O relevo submarino do Estreito da Dinamarca — que, em poucos quilômetros, passa de 500 metros para mais de 3 mil metros de profundidade — faz com que essa corrente de fundo acelere e transborde na forma da cachoeira, segundo comunicado da Universidade de Barcelona, na Espanha. Em seguida, o fluxo chega às grandes depressões do oceano Atlântico Norte.
Aquecimento global é inimigo
O aquecimento global atua como inimigo das cachoeiras subaquáticas. Com a intensificação das mudanças climáticas, os oceanos estão ficando mais quentes e há uma maior entrada de água doce, bem como menos formação de gelo marinho, o que reduz o volume de água fria e densa fluindo para baixo.
“Um bom exemplo está na costa catalã, onde a diminuição do número de dias de tramontana [vento fresco e seco do norte] no inverno no Golfo do Leão e ao norte da costa catalã está causando um enfraquecimento desse processo oceanográfico, que é decisivo na regulação do clima e tem um grande impacto nos ecossistemas profundos”, diz Anna Sanchez-Vidal, professora da Universidade de Barcelona que lidera uma expedição para investigar a catarata do Estreito da Dinamarca.
FONTE REVISTA GALILEU