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Medo e pânico: em caso de novo rompimento em Mariana, lama atingiria distrito em 30 minutos

Trinta minutos. Este seria o tempo que pelo menos 123 moradores de Santa Rita Durão, distrito de Mariana, na região Central de Minas Gerais, teriam para deixar suas casas caso uma das pilhas de estéreis da mina da Vale se rompa e atinja uma barragem da mineradora. Nesta segunda-feira (13 de novembro), a Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou a interdição da Mina de Fábrica Nova devido ao “risco iminente” de rompimento após uma instabilidade na estrutura ser constatada.

A informação de que a onda de lama chegaria em meia-hora até parte da comunidade foi repassada pelo coronel Carlos Frederico Otoni Garcia, coordenador estadual da Defesa Civil de Minas Gerais, durante reunião virtual ocorrida na última sexta-feira (10). Ao todo, 295 pessoas poderão ser evacuadas no distrito.

“A equipe da Defesa Civil pondera que é necessário ir ao local para verificar os equipamentos de autoproteção, as rotas e sinalizações e informa que há 123 residentes na atual mancha com tempo de chegada de onda pouco superior a 30 minutos, cabendo colocar a barragem em nível de emergência, o que será melhor avaliado na vistoria conjunta”, detalhou durante o encontro.

Em outro documento obtido por O TEMPO, um despacho assinado na última semana pelo superintendente de Segurança de Barragens de Mineração da ANM, Luiz Paniago Neves. Apesar de confirmar que a barragem em si está segura, ele destaca que o reservatório está cercado pelos taludes de três Pilhas de Estéreis (PDE’s). Ele também ponderou que, apesar do risco, moradores vizinhos à estrutura e a Defesa Civil não foram avisados pela empresa.

“Desta forma, mesmo que a pilha esteja representando um elevado grau de risco de ruptura, com alta probabilidade de causar falha por galgamento no dique situado imediatamente à jusante em caso de sinistro, tanto a população situada na Zona de Autossalvamento (ZAS) quanto os organismos de defesa civil e demais órgãos competentes não foram alertados do potencial risco causado pela pilha PDE Permanente I”, completou o superintendente do documento.

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