2 de maio de 2024 02:29

Órgãos se reúnem para encontrar solução para estragos causados por carretas na BR-040

Encontro desta sexta (23) vai contar com a participação de DNIT, ANTT, Seinfra e vários outros órgãos e entidades

Quase 40 integrantes de dez entidades e órgãos públicos se reúnem nesta sexta-feira (23) para tentarem chegar a solução para o drama de moradores que sofrem com os estragos no asfalto causados por carretas — carregadas com até 40 toneladas de minério — que circulam no trecho entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete.

A mediação da reunião está sob responsabilidade de integrantes do Compor, órgão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) voltado para soluções consensuais.

“Nós temos uma oportunidade enorme de construirmos essa solução, porque as empresas estão entendendo a sua responsabilidade social e isso só será possível se todos quiserem construir essa solução. Em linhas gerais, vamos decidir se nós queremos que, ali, continuem matando mineiros e brasileiros, ou se nós vamos construir uma solução, uma via alternativa para que o desenvolvimento econômico continue acontecendo dentro das normas e a população tenha a tranquilidade para percorrer aquela via”, afirma o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Jr.

Itatiaia apurou que vão sentar à mesa em busca de uma solução na reunião hoje a tarde órgãos como Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), Agência Nacional de Transportes (ANTT), Secretaria de Infraestrutura de Minas Gerais (Seinfra), Advocacia Geral do Estado (AGE), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Semad), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Advocacia Geral do Estado (AGE), Agência Nacional de Mineração (ANM), Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (AMIG).

Os estragos causados as estradas causadas pelas carretas foram denunciados em uma série de reportagens da Itatiaia em novembro do ano passado.

Prefeitos de cidades mineradoras cobram soluções para a retirada do excesso de carretas carregadas com minério de ferro das rodovias federais, como a BR-040 e a BR-356.

A reportagem circulou pelas estradas e conversou com prefeitos e moradores que denunciaram como os veículos têm comprometido a qualidade das estradas, provocado acidentes e afetado o transporte e até mesmo o turismo em cidades históricas da região.

A Associação de Municípios Mineradores (Amig) sugere transferir o fluxo de carretas de minério das duas BRs para estradas alternativas, que já existem, mas não são asfaltados, em trechos que ligam a MG-030 e a ITA-330, que passa pelo município de Itabirito, na região Central.

Para que essas carretas cheguem até as estradas alternativas, seria necessária a extensão e modernização das vias que passam em terrenos que pertencem a mineradoras, principalmente a Vale. Os prefeitos também sugerem o uso de uma estrada chamada Pico-Fábrica, que liga as minas de Pico e de Fábrica, também em Itabirito. Os trechos precisam ser asfaltados e são de domínio de mineradoras. Além disso, cita a Amig, seria necessária a criação de um terminal ferroviário.

O prefeito de Itabirito, e diretor da AMIG, Orlando Caldeira (Cidadania), explica que no trecho da sua região, já tem projeto pronto para tirar carretas da estrada. À reportagem, ele destacou que ao invés de irem para a BR-356 ou a BR-040, as carretas precisam passar por vias internas que possam levar até terminais ferroviários.

O prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez (Cidadania), diz que o maior risco da 040 e BR 356 começa na cidade dele.
Dieguez afirma que a mineradora Vale é a que mais pode contribuir nesse processo, já que as vias alternativas passam por dentro de terrenos que pertencem à empresa, mas que, na avaliação dele, também poderiam ser usadas por outras mineradoras.

Em nota, a Vale disse estar à disposição do poder público e demais entidades para buscar soluções que promovam mais segurança e bem-estar da população. A mineradora também diz que a ferrovia é o principal modal de transporte da empresa.

FONTE ITATIAIA

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