30 de abril de 2024 14:57

Vale identifica irregularidades em barragem de Ouro Preto (MG)

A mineradora Vale identificou uma irregularidade no dreno da barragem Forquilha III em Ouro Preto, região central de Minas Gerais. A estrutura está em nível 3 de emergência, o mais alto desde 2019.

Os comitês da bacia hidrográfica do Rio Paraopeba e do Rio das Velhas externaram preocupação com o risco de rompimento da barragem, que atingiria diretamente esses cursos fluviais que são fundamentais para o ecossistema de Minas Gerais.

A Zona de Autossalvamento (ZAS) está evacuada pela Prefeitura de Itabirito desde 2019, devido à classificação de emergência da barragem de Forquilha III. A área de risco foi devidamente sinalizada, com monitoramento realizado regularmente pela Defesa Civil.

A ZAS é uma área próxima a uma barragem que pode ser inundada em caso de ruptura ou colapso da estrutura.

O muro de contenção em São Gonçalo do Bação, em Itabirito (MG), foi construído para absorver o impacto de possíveis rompimentos de barragens do complexo, conforme avaliação de auditoria da AECOM.

A Prefeitura de Itabirito se compromete a informar imediatamente a população em caso de qualquer situação adversa.

Monitoramento

A Agência Nacional de Mineração informou, por meio de nota, que acompanha a execução do plano de ação elaborado pela Vale para tratamento da anomalia na barragem por meio de relatórios técnicos diários, encaminhados pela empresa.

Está prevista para está sexta-feira (5) uma fiscalização da Vale, quando a mineradora deve realizar uma intervenção para tratamento da anomalia.

Na próxima segunda (8) e terça-feira (9), a Agência Nacional de Mineração, juntamente a outros órgãos públicos, vai até a mina de fábrica para verificar os resultados.

O governo de Minas Gerais, por meio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e da Fundação Estadual do Meio Ambiente, informou que acompanha de perto a situação da barragem de Forquilha III. As autoridades realizaram, desde o dia 21 de março, duas fiscalizações na região.

Por meio de comunicado oficial, o governo de Minas informou que mantém contato com a Vale, uma auditoria independente e as Defesas Civis municipais da região.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) enviou recomendação para a Vale S/A manter os órgãos fiscalizadores informados sobre a segurança da Barragem Forquilha III e outras estruturas na Mina de Fábrica, em Ouro Preto.

Além disso, o MPMG pede que a Vale forneça informações precisas e acessíveis à população sobre os riscos envolvidos.

Veja a nota do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas na integra:

“O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) vem a público externar a sua profunda preocupação com a estabilidade da barragem Forquilha III, na Mina de Fábrica, em Ouro Preto, da mineradora Vale. Uma anomalia em um dreno da estrutura foi identificada ainda no dia 15 de março, vindo somente ontem (04) a público.

Mesmo com representação da mineradora no Plenário do Comitê, Câmaras Técnicas e Subcomitês, o CBH Rio das Velhas foi surpreendido com a informação sobre a anomalia de maneira informal. Assim, de pronto, o Comitê solicitou em caráter de urgência – à Vale e à FEAM (Fundação Estadual de Meio Ambiente) – esclarecimentos e informações sobre o fato ocorrido e a situação da barragem, de modo que sejam esclarecidos os riscos em relação à estrutura, as causas, impactos e possíveis danos causados nos cursos d’água a jusante, bem como as medidas de contenção, reparação e mitigação que foram e estão sendo adotadas pela empresa.

Este incidente nos causa grande preocupação, não só quanto aos possíveis impactos na sub-bacia do rio Itabirito, importante afluente do Rio das Velhas, como no restante do curso d’água e sua bacia hidrográfica, em especial em relação à captação da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) na Estação Bela Fama, em Nova Lima – em caso de algum eventual rompimento de barragem.

Lembramos que esta captação no Rio das Velhas ocorre a fio d’água, sem reservação e que, portanto, qualquer incidente seria devastador e com impactos catastróficos à segurança hídrica de toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).”

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