14 de agosto de 2024 19:08

Quer descobrir Minas em julho e ainda aproveitar o friozinho?

Governo lança campanha Inverno em Minas nesta quinta (27/7) para promover o destino Minas; confira os arraiás, festivais de cultura e festas populares do mês

Julho tem festa “para tudo quanto é lado”, assim falaria um mineiro do interior. De festas juninas e festivais de inverno a eventos culturais, o mês das férias escolares é um dos mais movimentados do ano. E julho ainda tem um ponto a mais para o turista: aquele friozinho gostoso de montanha. Este é o momento perfeito para tirar o casaco do armário, reunir a família, o namorado(a) e os amigos, colocar o pé na estrada e embarcar em uma viagem para destinos que oferecem aconchego, hospitalidade, comida boa e muitas atrações.

O pontapé inicial será dado nesta terça-feira, com uma coletiva de imprensa do secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, no Palácio da Liberdade, para o lançamento da campanha Inverno em Minas, cujo principal objetivo é posicionar o Estado como um dos principais destinos turísticos do país na estação mais fria do ano. Para promoção de Minas, 40 jornalistas e formadores de opiniões de vários Estados do país participam, a partir de quinta-feira, de experiências em cinco roteiros em diversas regiões mineiras.

Minas Gerais já produz vinhos em diversas regiões do Estado, como Andradas e Diamantina – Foto: Divulgação

Esses roteiros mesclam atividades culturais diversas com produtos da mineiridade, como milho e mandioca, reconhecidos como patrimônio cultural imaterial de Minas; queijo, café especial, azeite, cachaça, cerveja artesanal e vinho. “Um mar de montanhas! Essa expressão poética se traduz em lugares como a serra da Mantiqueira, a cordilheira do Espinhaço ou o Cerrado mineiro. Clima seco, sol radiante e céu azul formam com noites frias um cenário especial, tanto nos centros históricos quanto no campo. O inverno em Minas é vasto no território, e nele concentra a imensa maioria das nossas festas tradicionais”, afirma Oliveira.

Os destinos escolhidos para “press trips” (viagens de imprensa) foram a região do vinho (Andradas, Caldas, Três Pontas e São Gonçalo do Sapucaí); a serra da Mantiqueira e suas montanhas acima de 1.000 metros de altitude (Monte Verde, Extrema e Gonçalves); a serra da Canastra e o lago de Furnas (Capitólio, São João Batista do Glória, São Roque de Minas e Vargem Bonita); a cordilheira do Espinhaço e o Circuito dos Diamantes (Diamantina, Lapinha da Serra, Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras e Serro) e o Circuito do Ouro (Caraça, Catas Altas, Santana do Montes e Tiradentes).

Julifest, em Itabirito, atrai cerca de 150 mil pessoas nos quatro dias de evento – Foto: Vanderlei Lopes / Divulgação

As tradições das festas juninas continuam em julho – é só trocar o “N” pelo “L” e embarcar na animação das quadrilhas, nas roupas enfeitadas coloridas e nos cenários de barraquinhas com comidas típicas, fogueiras e bandeirolas. Três das festas mais concorridas são o Forró de Curvelo, a maior e mais tradicional festa julina do Estado; Julifest, em Itabirito, na região metropolitana de Belo Horizonte; e o Arraia BQ, em Barbacena, na Zona da Mata.

O Forró de Curvelo (@forrodecurvelomg) se autointitula o “maior forró fora do Nordeste”. O evento conta com mais de 30 atrações, como shows e apresentação de quadrilhas, no período de 5 a 14 de julho, na praça Central do Brasil. Além de barracas com comidas típicas regionais, como o arroz com suã e vatapá, a 42ª edição reúne shows de artistas como Matheus Fernandes (dia 5), Luan Pereira (dia 7), Wesley Safadão (dia 12), Guilherme e Benuto (dia 13) e Simone Mendes (dia 14). Os organizadores estimam uma média diária de 70 mil pessoas por dia – cerca de 500 mil durante os dez dias.

No 31º Julifest, Itabirito não faz por menos e programou para o período de 11 a 14 de julho, na praça dos Inconfidentes, atrações nacionais de peso, como Maiara e Maraisa (dia 11), Lulu Santos (dia 12), Thiaguinho, Israel e Rodolfo e Open Farra (dia 13), Péricles e Ana Castela (dia 14). A programação (@prefeituraitabirito) reserva ainda muitos grupos de quadrilha, de forró e samba e apresentação de artistas locais. A expectativa é atrair 150 mil pessoas durante os dias de evento.

Na culinária itabiritense, a estrela é o pastel de angu, considerado patrimônio imaterial do município. Criado na Fazenda dos Portões, no século XVIII, a iguaria era feita pelas escravizadas Philó e Mara Canga aproveitando a sobra do angu, que era na época a principal refeição dos escravizados. O modo de fazer era interessante: elas recheavam com guisado feito de umbigo de banana e restos de carne para depois fritar o quitute na banha de porco. Hoje, o pastel de angu virou um orgulho dos moradores, e a receita foi aprimorada e ganhou novos recheios, como bacalhau, frango e carne seca.

Com shows e quadrilhas, o 3º Arraiá do BQ, os mais novos dos eventos julinos, acontece de 26 a 28 de julho no Parque de Exposições Senador Bias Fortes, em Barbacena. Padrinho do evento, o grupo de forró Falamansa se apresenta no dia 26 com Quadrilha Fogo de Palha (BH) e o Grupo Só Parente (Barbacena). A programação conta ainda com a Quadrilha Feijão Queimado (BH), quadrilhão com a população e show de Thaeme & Thiago (dia 27), danças das escolas municipais e apresentação de Eduardo Costa (dia 28). Os organizadores esperam receber uma média de 20 mil pessoas por dia. 

A Festa do Divino acontece todo terceiro sábado do mês de julho, destacando os aspectos religiosos, folclóricos e gastronômicos – Foto: Vanderlei Lopes / Divulgação

Dos eventos marcados pela tradição, a Festa do Divino Espírito é uma das mais bonitas. Um mês antes, ocorrem os Pousos do Divino, o levantamento da bandeira nas comunidades como convite para a festa. Realizada no terceiro sábado de julho, a comemoração tem um aspecto religioso, com novenas, missas, levantamento de mastro e cortejos com pessoas em vestes romanas; e outro, folclórico, por meio de apresentação dos grupos locais e um banquete na praça, com a comida preparada no fogão a lenha e a exibição de produtos como queijos, cachaça, cafés e farofas de ovo.

Segundo o agente cultural de Turmalina Gilmar Souza, que também é mestre da Folia de Reis e interpreta o imperador na Festa do Divino, a comemoração acontece desde meados de 1780, quando Turmalina ainda se chamava “Arraial de Piedade”. “Esta é uma festa surgida nos Açores em Portugal e trazida para o Brasil, é mais antiga que o Brasil Colônia”, destaca. Toda gratuita, a programação ainda conta com leilão, shows, barraquinhas, feira de artesanato e procissão, com hasteamento do mastro.

Para quem curtir a tradição, na mesma região do Vale do Jequitinhonha, a 190 km, Diamantina promove um Festival de Inverno, no período de 12 de julho a 10 de agosto. Boa oportunidade para assistir a uma Vesperata, nos dias 6, 13 e 27 de julho. O evento, que revela muito da tradição musical da cidade histórica, é um concerto a céu aberto na rua da Quitanda, no qual os músicos se posicionam nas sacadas dos casarões, e o público, em mesa instaladas na calçada. As apresentações contam com a participação do 3º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais e de jovens músicos da Orquestra Mirim.

Ópera “Devoção”: intérpretes vestidos com o figurino em frente à Basílica do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas – Foto: Imprensa FCS / Paulo Lacerda / Divulgação 

Outro patrimônio histórico da humanidade, o Santuário do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, uma das obras-primas do barroco, será o palco da pré-estreia, no dia 13, da ópera “Devoção”, uma produção da Fundação Clóvis Salgado (FCS) com participação da Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais, a Cia de Dança Palácio das Artes e o Coral Cidade dos Profetas. Ao todo, mais de 500 pessoas estarão em cena para contar a história do imigrante português Feliciano Mendes, no século XVIII.

“Congonhas é onde essa manifestação encontrou seu apogeu, quando Feliciano Mendes sai do norte de Portugal e, antes de embarcar, vai ao santuário da cidade de Matosinhos e pede a proteção. Quando chega aqui, em terras mineiras, onde hoje é a cidade de Congonhas, descobre ouro e fica rico, mas adquire uma enfermidade e fica muito doente. Sem esperança de cura, ele faz um voto, uma promessa a Bom Jesus da cidade de Matosinhos, de que, se ele se curasse, dedicaria o resto da vida a formar essa devoção”, explica Sérgio Rodrigo Reis, presidente da FCS.

Expocachaça mudou de endereço e vai para o Centerminas, com mais de 250 expositores e cachaças de 19 Estados – Foto: Douglas Castro / Divulgação

Para quem não pensa em colocar o pé na estrada, dois eventos na capital mineira podem ser visitados. A Expocachaça muda de local e vai para o Centerminas, na região do Minas Shopping. De 4 a 7 de julho, 250 expositores de dez Estados mostram suas aguardentes. De 44 estandes, nove são de Minas. Recém-saído de uma calamidade, o Rio Grande do Sul participa com dez produtores, trazendo ainda seus produtos em couro. Além disso, 12 chefs vão ministrar oficinas e degustações gratuitas para o público.

Mas não tem só cachaça, não! Os vinhos, doces e azeites de Minas estarão presentes na feira etílico-gastronômica. A segunda edição do Festival Minas + Doe vai comercializar delícias como o rocambole de Lagoa Dourada, os cristalizados do Carmo do Rio Claro, a goiabada de Ponte Novam, o doce de leite da Serra Negra, entre outros. Entre os shows, Beatles Rock Show e Lurex (dia 4); Creedence e Rock Beats (dia 5); Saidera (Tributo Skank) e a dupla sertaneja Welinton Costa e Gabriel (dia 6) e Putz Grilla e Dib Six (dia 7) são a garantia de entretenimento. Ingressos à venda no site Expocachaça.

FONTE O TEMPO

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