Negociação durou cerca de vinte anos, mas, após alguns debates, empresa suíça adquire a brasileira.
Após mais de duas décadas de disputas jurídicas, foi finalmente confirmado o que muitos não sabiam: a poderosa Nestlé é agora a dona da Garoto.
A aprovação da compra da Chocolates Garoto pela Nestlé Brasil, com restrições, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), marca o desfecho de um processo iniciado em 2002, quando tal compra foi vetada devido ao receio de concentração excessiva de mercado.
Uma negociação que durou décadas
A transação foi aprovada mediante a celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC), que inclui uma série de remédios comportamentais.
A Nestlé comprometeu-se a não realizar aquisições que representem mais de 5% do mercado nacional de chocolates pelos próximos cinco anos, além de comunicar qualquer compra abaixo desse limite ao Cade.
A análise que embasou a decisão do Cade mostrou uma reconfiguração significativa no mercado de chocolates desde o início do processo, com a entrada de novos competidores que reduziram a participação de mercado da Nestlé/Garoto.
Atualmente, a empresa detém entre 30% a 40% do mercado de chocolates prontos para consumo e entre 20% a 30% no segmento de coberturas de chocolate.
Como parte do acordo, a Nestlé também se comprometeu a manter operacional a fábrica da Garoto em Vila Velha (ES) por um mínimo de sete anos e a não interferir em solicitações de terceiros relacionados à redução de tributos sobre a importação de chocolates.
O presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, ressaltou que o acordo visa garantir as condições de concorrência no mercado e proteger os interesses dos consumidores, dentro do novo marco legal de antitruste no país.
Essa decisão tem impactos significativos no mercado de chocolates no Brasil, uma vez que a Nestlé e a Garoto são duas das maiores marcas do setor.
A partir de agora, será interessante observar como a Nestlé vai lidar com essa nova configuração do mercado e se outras empresas tentarão preencher o espaço deixado pela redução da participação da gigante suíça.
O consumidor certamente terá um papel importante nesse cenário, visto que suas escolhas vão influenciar diretamente a dinâmica do mercado de chocolates no país.
FONTE CAPITALIST