17 de setembro de 2024 09:54

Suspeito de torturar mulher virtualmente é preso pela polícia de Minas em São Paulo

Os dois mantiveram um relacionamento amoroso, mas suspeito gravou e divulgou imagens íntimas da vítima

A divulgação de vídeos íntimos, a exigência de prática de auto agressões e ameaças de divulgação de dados pessoais, fizeram uma mulher de 23 anos buscar a Polícia Civil (PCMG) para denunciar os crimes. Esses seriam apenas alguns dos vários atos criminosos cometidos por um homem, de 19 anos, que foi preso na última quinta-feira (1), em São José dos Campos, interior de São Paulo.

De acordo com o delegado Arthur Martins, do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes (Deccof), responsável pelas investigações, os crimes aconteceram na esfera virtual, entre março e julho do ano passado. Período em que a vítima e o suspeito se conheceram e mantiveram um relacionamento amoroso.

“O suspeito começou a exigir que a vítima fizesse vídeos se automutilando. Ele fazia as exigências a partir de ameaças de divulgar vídeos íntimos e dados pessoais da vítima que obteve em função do relacionamento que tiveram. Ela passou a fazer esses vídeos com medo que ele a prejudicasse”, disse.

Ainda segundo o policial, o suspeito praticava uma série de torturas contra a vítima e tinha o racismo e a misoginia como pano de fundo para os crimes. “Ele a ofende, chamando-a de macaca e parda imunda”, acrescentou o delegado.

O homem foi preso na casa onde mora com a avó e o companheiro dela. Segundo os relatos, ele teria sido abandonado pela mãe aos 3 anos de idade e não tinha contato com o pai, que seria um dependente químico e estaria vivendo em situação de rua. O suspeito usou dessas informações para justificar os atos.

Ataques pioraram

De acordo com o relato, após descobrir que o suspeito mantinha relacionamento com outra mulher, a vítima procurou essa mulher para falar sobre ele e, ao descobrir, ele teria ficado enfurecido.

“Ele exigiu que ela conversasse com essa outra mulher novamente  e desmentisse as informações repassadas. Como ela se negou, ela espalhou todos os vídeos para amigos e familiares da vítima”, informou o delegado.

Para retirar os vídeos do ar, ele pediu que ela fizesse um novo vídeo se agredindo com tapas no próprio rosto, como forma de pedir desculpas.

Investigação

A partir da queixa junto à polícia, as investigações começaram e apontaram que o suspeito já tinha ficha criminal por outros delitos. “Ele já foi preso por ter torturado,  matado e decapitado um gato. Tudo isso foi filmado e publicado pelo autor na internet. As investigações também mostraram que ele tinha planos de cometer ataques a escolas, justificando ter sofrido bullying quando era mais novo”, disse.

A vítima que nunca se encontrou pessoalmente com o suspeito, passou por exame de corpo de delito. Ele apresentou diversas feridas. Uma delas,  na região abdominal, onde o suspeito exigiu que ela escrevesse o nome dele com uma lâmina. Ela também a obrigou a introduzir uma faca na região genital.

Preso preventivamente

De acordo com o delegado, o homem pode responder por tortura, induzimento à automutilação, captura de imagens sem permissão e divulgação deste material, além de racismo e injuria racial.

FONTE O TEMPO

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