A exemplo das regiões da Canastra, da Mantiqueira e de Araxá, agora mais uma região se aventura na fabricação de um queijo Minas Artesanal gigante; saiba qual e entenda o movimento
Desafiadas pelo produtor cultural e criador da Rota do Queijo de Minas, Jordane Macedo, as regiões da Canastra, da Mantiqueira e de Araxá, já produziram os chamados Super Queijos, que são iguarias acima de 30 quilos que utilizam 300 litros de leite (em média) e seguem as mesmas regras e técnicas tradicionais. Agora, será a vez do Campo das Vertentes. Produtores da região estão se organizando para produzir a iguaria na fazenda Fazfor no município de Prados.
Os Super Queijos são um movimento de valorização e promoção dos QMAs que surgiu despretensiosamente. “A ideia inicial era fazer apenas um queijo para entrar no Guinness World Records. Contei para a Lúcia e o Ivair, do premiado Queijo do Ivair, de São Roque de Minas, na Canastra, e eles embarcaram comigo na missão, disponibilizando toda a ordenha do dia, 300 litros, para fazermos um único queijo”, conta Jordane. O resultado foi o Canastra Imperial: um queijo com mais de 30 kg com um sabor surpreendente que fez sua estreia do Festival do Queijo Minas Artesanal no Expominas em 2023, foi exposto no Mundial do queijo em SP e ‘causou’ no Festival Made in Minas, em maio desse ano, onde foi partido para a degustação de quem estava presente.
Arquivo Pessoal
Com o sucesso do Canastra Imperial, a Associação dos Produtores de Queijo Artesanal Mantiqueira de Minas (APROMAM) convidou o grupo para repetir a façanha por lá. Em parceria com a queijaria Dom Carmelo, de Itamonte, foi feito o “Soberano da Mantiqueira”, um queijo com 90 cm de raio e 35 cm de altura, e que deverá ter um peso final de 105 kg, após um ano de maturação. Para ser feito, foram usados 1350 litros de leite cru, e uma forma de aço inox construída pela Inoxul especialmente para o projeto.
Em seguida, foi a vez do “Gran Araxá” ser produzido na queijaria Queijo Mineirim, em parceria com a Associação Regional Produtores Queijo Minas Artesanal Araxá. Foram mais de 500 litros de leite usados, para um Super Queijo que deve pesar aproximadamente 50 kg, depois de um ano de guarda, com 60 cm de diâmetro e 30 cm de altura.
Para o sucesso da empreitada, foram convidados especialistas em produção queijeira Renata De Paoli Santos sócia-proprietária da Curadoria do Queijo: Escola Ítalo brasileira de formação de mestre queijeiros; e Cassiano Pereira Peluso diretor da Jornada do Queijo. O grupo dos cinco decidiu, junto, batizar o projeto de Super Queijos.
Arquivo Pessoal
Desafios do Super Queijo incluem uma boa estrutura física
“Para fazer um Super Queijo, os desafios são muitos: matéria-prima suficiente e de boa qualidade; estrutura física que viabilize a produção e depois a maturação de um queijo enorme; fôrmas e instrumentos de manejo específicos; e a própria técnica em si”, aponta a especialista da Curadoria do Queijo, Renata De Paoli.
A intenção original era produzir o Super Queijo com uma mistura do leite de todos os produtores daquela localidade, como um símbolo de união e representatividade. No entanto, pela dificuldade de execução, desistiram da ideia. O desafio passou a ser encontrar um produtor que tivesse um pensamento coletivo que entenda que o Super Queijo, apesar de ter sido feito na sua propriedade, é um produto da comunidade queijeira. É um queijo de todos e para todos”, salienta Renata.
Queijeiros usam receita tradicional, com poucas adaptações
“Procuramos realizar os Super Queijos na receita tradicional de cada região, mas um queijo pequeno matura de forma diferente de um grande. Então, na produção é preciso realizar pequenos ajustes na forma de cortar a massa e depois no manejo. Os resultados finais, que já tivemos, foram surpreendentes. São queijos de extrema qualidade e que, apesar do tamanho, carregam as características do terroir da região originária. Estamos ansiosos pela conclusão da maturação dos que faltam para experimentá-los prontos”, explicou Renata.
A maturação do “Soberano da Mantiqueira” e do “Gran Araxá” está prevista para ser concluída no primeiro semestre de 2025, e a Queijaria Fazenda do Ivair continua produzindo novos lotes do “Canastra Imperial”, sempre aprimorando a técnica e o produto. Os Super Queijos podem ser degustados nos eventos da Rota do Queijo de Minas e Made in Minas.
“Fazemos questão de estar presentes em todos os outros Super Queijos, ajudando com nossa experiência e torcendo muito pelo crescimento de todo o nosso segmento”, disse Lúcia Oliveira, do Queijo do Ivair.
A Rota do Queijo de Minas foi criada para turistas gastronômicos
A Rota do Queijo de Minas foi criada em dezembro de 2022, em São Roque de Minas, na região da Canastra, onde foram instaladas placas com QR CODES que levam a um mapa na plataforma Google Maps com uma rota das principais queijarias da região.
O site da Rota do Queijo de Minas traz informações como horário de funcionamento, formas de pagamento e prêmios que cada queijaria conquistou.
FONTE ITATIAIA