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Vítimas pedem punição de padre com quase 60 denúncias de abuso sexual em paróquia

Famílias e vítimas pedem Justiça no caso do ex-padre acusado de cometer abuso sexual contra dezenas de crianças. Os crimes teriam acontecido entre 1970 e 2000

A sensação de impunidade é que toma conta de um grupo de mulheres que denunciaram ter sido abusadas sexualmente, quando meninas pequenas, pelo padre Bernardino Batista dos Santos, conhecido como Santo do Paraíso, quando era pároco da Igreja de Santa Luzia, no bairro Paraíso, na Região Leste de Belo Horizonte.

O padre também atuou na Paróquia Cristo Rei, em Contagem, na região metropolitana. Pelo menos 60 mulheres já se manifestaram, com denúncias formais ou apenas com desabafos, dizendo que foram vítimas do padre, quando eram crianças, de 7, 8 e 9 anos.

Os crimes teriam acontecido desde a década de 1970, até os anos 2000. No entanto, todas as denúncias, mesmo que investigadas pela polícia civil, não tiveram um desfecho na Justiça, já que os crimes de estupro de vulnerável teriam prescrito, segundo a lei.

Itatiaia ouviu duas mulheres que denunciam ter sido abusadas pelo Padre Bernardino, que cobram que ele seja punido de alguma forma. “O meu pedido é que a Igreja Católica, enquanto instituição, o expulse e não pague mais salário a ele”, disse Carolina Rocha, de 33.

Cibele Itaboraí, de 51, contou sobre a dificuldade da denúncia. “Ele é tratado como santo e ninguém acreditava na gente. Muita gente não acredita até hoje. E ele continua fazendo as mesmas coisas, as mesmas atrocidades”, acrescentou.

A reportagem também ouviu o pai de uma possível vítima do padre, que se disse surpreso quando descobriu o que aconteceu com ela. “Quando fiquei sabendo desse fato (crimes denunciados contra o padre), perguntei para minha filha. Ela falou pai: ‘ele fez comigo’”, contou.

Afastado definitivamente

Ao contrário dos relatos ouvidos pela Itatiaia, de que o padre ainda atua na igreja, a arquidiocese de Belo Horizonte, afirmou, em nota, que Bernardino Batista dos Santos foi afastado definitivamente do ofício de sacerdote, desde 2021. Decisão que foi confirmada pela última instância, Tribunal do Dicastério para Doutrina da Fé, do Vaticano.

Além disso, o comunicado afirma que uma equipe formada por advogado, psicólogo e assistente social realizou o acolhimento, a escuta zelosa e diligente das denunciantes.

Itatiaia tenta contato com Bernardino Batista dos Santos. O espaço está aberto caso queira se manifestar.

FONTE ITATIAIA

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