17 de setembro de 2024 10:12

MAIS EMPREGOS E INVESTIMENTOS: CSN Mineração iniciará em até 45 dias a construção de planta em Congonhas com investimentos de R$ 15 bilhões e e geração de 1,5 empregos

A CSN Mineração, subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), vai investir R$ 15 bilhões em Minas Gerais no período entre 2024-2027. A maior parte do aporte, R$ 8 bilhões, será destinada à construção de uma nova planta de beneficiamento de minério de ferro no complexo de Casa de Pedra, em Congonhas, na região Central, que promete ser um marco para a empresa. 

A mineradora já investiu mais de R$ 2 bilhões no projeto e comprou todos os equipamentos. As obras terão início em 45 dias. Durante as intervenções, serão geradas 4 mil vagas de emprego temporário. Após entrar em funcionamento, a instalação industrial vai empregar, de forma definitiva, 1,5 mil colaboradores, aumentando em cerca de 20% o número de funcionários da companhia no Estado. O empreendimento deverá começar a operar no último trimestre de 2027.

Em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio, o diretor de Investimentos da CSN Mineração, Otto Alexandre Levy Reis, destaca que a unidade produzirá pellet feed, um minério sustentável e de alto teor. Quando estiver em plena operação, prevista para o meio do ano de 2028, a planta, nomeada Itabirito P15, terá uma capacidade de produção de 16,5 milhões de toneladas anuais. 

Conforme ele, o material possibilitará que as siderúrgicas produzam aço sem emissão de carbono, usando hidrogênio. As usinas do grupo CSN receberão uma fatia do volume fabricado, mas a maior parcela será direcionada à siderurgia japonesa, com quem a mineradora fechou um acordo para a compra de metade da fabricação. O Oriente Médio também estará na lista de clientes. A CSN Mineração é a segunda maior exportadora de minério de ferro do País, atrás apenas da Vale. 


CSN vai produzir minério de ferro de alto teor após os investimentos em novos equipamentos no complexo em Congonhas | Crédito: Alexandre Rezende / Nitro / CSN

Outro ponto é que, na produção, a companhia reaproveitará um minério de baixo teor que está estocado, acabando com as pilhas existentes e reduzindo a geração de poeira, para fabricar um material de altíssimo teor. O dirigente diz que o novo produto terá entre 67,5% e 68% de teor, nível superior ao encontrado em Carajás (67%), considerado o de melhor qualidade do mundo. 

Com o reaproveitamento, a vida útil de Casa de Pedra será estendida por mais de 25 anos, indo além de 2080, de acordo com o diretor de Investimentos. “Sempre existe uma preocupação da população de como será quando acabar o minério? Com essa nova tecnologia, estenderemos a vida útil da mina”, salienta Reis. “Quando fazemos isso, não estamos somente gerando mais empregos na região, mas também estamos garantindo os empregos atuais”, enfatiza. 

atual planta da CSN Mineração em Congonhas produz em torno de 32 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, porém, não fabrica pellet feed. Ele afirma que, para o futuro, a mineradora planeja converter a unidade para produzir o mesmo tipo de produto da Itabirito P15. 

Operação da CSN Mineração em Congonhas
Operação da CSN Mineração em Congonhas | Crédito: Alexandre Rezende/Nitro

Impactos da nova planta na cidade e no Estado

O empreendimento que será construído na Casa de Pedra beneficiará o município, as regiões vizinhas e o Estado. Reis ressalta, por exemplo, que todo equipamento adquirido para a planta gera Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para Minas Gerais.

Ao mesmo tempo, ele salienta que, quando estiver operando, a unidade aumentará a arrecadação de Congonhas em 70% com o pagamento da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem). “Apenas nos últimos 18 meses, pagamos R$ 730 milhões de Cfem ao município”, diz. 

O dirigente evidencia que os royalties da mineração e os impostos que são destinados à prefeitura e ao governo estadual ainda deverão retornar para a população em forma de prestação de serviços públicos. Ele também reitera que tanto a cidade quanto o entorno vão se beneficiar com um aumento da massa salarial dos moradores e com a elevação de compras no comércio local. 

Investimentos em equipamentos, veículos e descaracterização de barragens

Do montante que a CSN Mineração pretende aportar em Minas Gerais no quadriênio, cerca de R$ 3,5 bilhões serão destinados para a compra de equipamentos e veículos. À reportagem, o diretor de Investimentos explica que a empresa vai adquirir caminhões maiores para a nova planta, que permitirão economia de combustível e redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Adicionalmente, gastará parte do valor em novas escavadeiras e perfuratrizes para uso na mina.

A outra metade da cifra será para descaracterizar barragens. Segundo Reis, a companhia está investindo em concentradores magnéticos de alta intensidade para reprocessar os rejeitos e desconstruir as estruturas existentes. Duas já foram descaracterizadas. Em 2023, a empresa concluiu as obras civis para descaracterização da barragem do Vigia, que estará descaracterizada perante os órgãos reguladores após o período de monitoramento obrigatório de dois anos.

programa de descaracterização da mineradora prevê a eliminação de todas as barragens, independentemente do método construtivo, o que inclui a de Casa de Pedra, de método a jusante e sem obrigação legal de ser descaracterizada. “Estamos em discussão com o poder público sobre como será feita. Estamos explicando para eles que, embora a gente não precise fazer, queremos e vamos apresentar os estudos e um cronograma de quando vai acontecer”, sublinha o dirigente.

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