Operação cumpre 43 mandados em quatro estados contra grupo suspeito de venda de cigarros falsificados e trabalho escravo
Um grupo suspeito de movimentar R$ 1,5 bilhão com cigarros falsificados e trabalho escravo é alvo de uma operação da Polícia Federal em conjunto com a Receita Federal e o Ministério do Trabalho e Emprego na manhã desta quarta-feira (9/10).
Mais de 170 policiais federais cumprem dois mandados de prisão, 41 de busca e apreensão e de bloqueios e sequestro de bens dos suspeitos no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Pernambuco.
As investigações tiveram início a partir de denúncias que informaram sobre a venda de cigarros falsificados ou contrabandeados nos municípios de Valparaíso de Goiás, cidade do entorno do Distrito Federal, e de Uberaba, no Triângulo Mineiro.
A PF ainda ponta que os suspeitos mantinham uma fábrica onde trabalhadores paraguaios seriam explorados em condições análogas à escravidão para a produção dos cigarros falsificados.
O inquérito policial indica que os investigados começaram a venda de cigarros legítimos, mas passaram a querer lucros maiores e começaram a comercializar cigarros de uma fábrica clandestina, localizada em Minas Gerais.
Durante as investigações, a PF conseguiu amostras dos cigarros e fumos vendidos, de forma que laudos periciais e consulta aos supostos fabricantes teriam confirmado as suspeitas.
Apesar da aparência modesta das distribuidoras localizadas em Valparaíso de Goiás e em Uberaba, as investigações feitas pela PF indicaram a movimentação de quase R$ 1,5 bilhão pelo esquema.
Para conseguir movimentar a carga pelas rodovias do Brasil, o grupo falsificava documentos e notas fiscais para burlar as fiscalizações.
As investigações levantaram que os suspeitos inclusive ironizavam as abordagens, e que “aprendiam cada vez mais” a cada nova abordagem com fiscais e policiais.
Os investigados podem responder por crimes relacionados à falsificação dos cigarros, dos documentos tributários, pelo comércio de produtos impróprios para consumo, pelo trabalho escravo e por lavagem de dinheiro. As penas podem ultrapassar os 48 anos de prisão.
FONTE ESTADO DE MINAS