Cidade com apenas 8 mil habitantes está prestes a mudar para sempre! A fábrica de celulose, avaliada em R$ 28 bilhões, promete transformá-la em um polo econômico. Mas será que o município está preparado para os impactos que esse investimento massivo pode trazer? Descubra todos os detalhes dessa história surpreendente.
Inocência, uma pacata cidade com pouco mais de 8 mil moradores, localizada no Mato Grosso do Sul, está prestes a protagonizar uma revolução econômica e social que já intriga especialistas e desperta a curiosidade de todo o Brasil.
Enquanto muitos pequenos municípios enfrentam desafios para crescer, este pequeno ponto no mapa pode se tornar um modelo de desenvolvimento — ou um exemplo dos riscos associados a megainvestimentos em regiões subdesenvolvidas.
O motivo para tanta atenção? A construção de uma gigantesca fábrica de celulose, avaliada em impressionantes R$ 28 bilhões, pela empresa chilena Arauco. Mas o que realmente está em jogo para Inocência?
Este texto faz parte de um especial do Click Petróleo e Gás, que relembra as reportagens mais impactantes de 2024.
O que sabemos sobre o projeto bilionário
A cidade de Inocência fica a 330 km de Campo Grande e é conhecida por sua baixa densidade populacional.
Mesmo assim, foi escolhida pela Arauco para sediar uma das maiores fábricas de celulose do país.
Segundo a empresa, as obras de terraplanagem devem começar no segundo semestre de 2024, e a construção da planta industrial terá início em 2025.
Com uma população de apenas 8.404 habitantes, a região espera enfrentar mudanças profundas, tanto positivas quanto desafiadoras.
O prefeito da cidade, Antônio Ângelo Garcia dos Santos, conhecido como Toninho da Cofapi, afirmou estar comprometido em garantir que o município se beneficie do projeto sem sofrer com impactos negativos.
“Nosso objetivo é evitar que a infraestrutura da cidade seja sobrecarregada e que os sistemas de saúde entrem em colapso”, disse o prefeito em entrevista.
Segundo ele, foi criada uma legislação municipal que proíbe a construção de infraestrutura nos arredores do canteiro de obras. A solução encontrada foi hospedar os trabalhadores temporários em um local a 40 km da cidade.
Impactos econômicos e sociais: lições do passado
Para entender o que Inocência pode esperar, é importante olhar para experiências semelhantes. Em 2021, a cidade de Ribas do Rio Pardo, também no Mato Grosso do Sul, recebeu uma fábrica da Suzano, outra gigante do setor de celulose. O município, que tinha cerca de 21 mil habitantes na época, enfrentou uma verdadeira revolução:
- Crescimento populacional: Ribas do Rio Pardo viu sua população saltar para 35 mil habitantes.
- Inflação imobiliária: Aluguéis que custavam R$ 700 subiram para R$ 2,5 mil.
- Infraestrutura: Foram necessárias parcerias com a Suzano para reforçar a saúde, segurança e assistência social.
Apesar dos desafios, a experiente administração de Ribas do Rio Pardo conseguiu criar soluções que poderiam servir de modelo para Inocência.
Entretanto, o professor de arquitetura e urbanismo da PUC Campinas, Fabio Muzetti, alerta que a situação demanda cuidado.
“O dinheiro demora para chegar, mas a pressão sobre os serviços municipais é imediata. Políticas públicas são essenciais”, afirmou.
Desafios administrativos e exemplos negativos
O exemplo de Ribas do Rio Pardo é apenas um lado da moeda. Gustavo Fernandes, especialista em administração pública da FGV, aponta que a abundância repentina de recursos não garante prosperidade.
Ele lembra o caso do Rio de Janeiro, que, apesar de receber R$ 11,3 bilhões em royalties do pré-sal, continua enfrentando crises financeiras.
Para evitar armadilhas semelhantes, a gestão municipal de Inocência precisará investir em planejamento de longo prazo e na implementação de políticas públicas consistentes.
A presença da Unimed, prometida pela Arauco, pode ser um sinal positivo de compromisso com a comunidade.
A indústria de celulose no Brasil
O setor de celulose é um dos mais lucrativos do Brasil e atrai megainvestimentos.
O país conta atualmente com 53 empresas de celulose em operação, sendo o Mato Grosso do Sul o segundo maior exportador nacional.
Apenas em 2022, o estado embarcou 4,46 milhões de toneladas, representando 18,2% do faturamento brasileiro no segmento.
Segundo especialistas, a escolha por pequenos municípios não é aleatória.
A indústria demanda grandes áreas para plantações de eucalipto, que são mais fáceis de encontrar em regiões menos densamente povoadas.
Expectativa e reflexão
O futuro de Inocência é promissor, mas também cheio de desafios.
A cidade pode se transformar em um polo de desenvolvimento e qualidade de vida ou se tornar um caso de alerta sobre os impactos descontrolados de grandes investimentos.
E você, acredita que Inocência está preparada para este desafio histórico? Deixe sua opinião nos comentários!
FONTE: CLICK PETROLEO E GAS