Mayla Teixeira Takahashi (37 anos), criada em Itabirito (MG) e residente em São Paulo (SP), foi espancada pelo parceiro de uma familiar dela. Sem citar o nome do autor, sem dizer a idade dele e sem mencionar o bairro onde ele mora, Lyla (como é conhecida) conversou com o Radar Geral a respeito do crime – que aconteceu em Itabirito, na noite de domingo (16/2).
A vítima também fez um vídeo sobre o assunto, que em hipótese alguma soa como ameaça ao autor, que (segundo ela) tem histórico de desequilíbrio. E, sim, como um grito de alerta a todas as mulheres que são vítimas: “Denunciem!”, disse ela em depoimento ao Radar.
A reportagem, em respeito à situação vivida por Lyla, não entrou em detalhes sobre o que teria provocado o crime – na certeza de que nada justifica a atitude do autor. Contudo, a agredida relatou ao site parte do pesadelo vivido naquele dia.
Mayla conta que o agressor a expulsou da casa dele empurrando-a “completamente possuído”, lembrou ela.
Bem mais alto que ela e com o dobro do peso de Lyla, o autor já na rua a pressionou contra o chão, segurando e batendo o rosto dela no asfalto várias vezes. Todo o corpo da agredida ficou escoriado – principalmente o lado esquerdo do rosto.
De acordo com Mayla, apesar dos seus gritos, ninguém a socorreu num primeiro momento. Ao contrário, luzes das casas ao redor (antes acessas) se apagaram. Por meio de aparente omissão, ninguém a princípio queria se comprometer.
Todavia, um vizinho surgiu. “Foi ele que me salvou porque minhas parentes não estavam conseguindo tirar o agressor de cima de mim”, contou.
“Após a agressão, liguei para 190 (Polícia Militar) seis vezes. Esperei 40 minutos e os militares não aparecerem. Na hora, meu maior medo era que ele estava descontrolado e, ao mesmo tempo, com a esposa e os filhos dentro da casa”, disse.
Na sequência, um parente saiu com ela de carro para buscarem uma viatura que ele havia visto pelo caminho.
A vítima afirma que no boletim de ocorrência, feito pela PM, o autor confessou o crime. O agressor então foi levado à delegacia pelos militares. “Apesar de ser um flagrante explícito, a Polícia Militar fechou o boletim de ocorrência sem o meu depoimento, considerando o caso como agressão leve”, relatou.
Todavia, na segunda (17/2), ela acionou a Polícia Civil e um novo boletim foi feito. Desta vez, o crime foi considerado “tentativa de homicídio”.
Lyla contratou advogados, e o crime vai para a Justiça. “E que nenhum caso de violência contra uma mulher fique impune”, disse.
FONTE: RADAR GERAL