Enquanto o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, utilizava suas redes sociais para exaltar o sucesso e a segurança do Carnaval no estado, uma tragédia chocava a cidade de Rio Pomba e toda a Zona da Mata mineira. Na madrugada de 3 de março de 2025, um tiroteio durante um bloco carnavalesco deixou uma jovem de 25 anos morta e 14 pessoas feridas, manchando de sangue uma festividade que deveria ser de alegria e celebração.
A resposta das autoridades locais foi imediata. A Polícia Militar prendeu dois suspeitos e apreendeu uma pistola Glock calibre 9mm, indicando que o crime teria sido motivado por uma rivalidade entre os envolvidos. Equipes do SAMU, do Corpo de Bombeiros e da PM atuaram rapidamente no socorro às vítimas, que foram encaminhadas para hospitais da região. Em luto, a Prefeitura de Rio Pomba anunciou o cancelamento das festividades do último dia de Carnaval, assim como a Prefeitura de Ubá, que também suspendeu os festejos devido ao falecimento de dois jovens ubaenses, incluindo a jovem morta no tiroteio.
O que causa estranheza é o completo silêncio do governador Romeu Zema sobre o ocorrido. Até o momento, nenhuma nota oficial foi emitida, nenhuma manifestação de pesar ou solidariedade às famílias das vítimas foi registrada. O contraste é gritante: em outras ocasiões, como na tragédia do Rio Grande do Sul, o governador rapidamente se posicionou e analisou a resposta de políticos e estados diante de desastres.

A ausência de um pronunciamento levanta questionamentos sobre a sensibilidade e o compromisso do governador com todas as regiões de Minas Gerais. Se, para celebrar a “segurança” do Carnaval mineiro, Zema utilizou suas redes sociais de forma ativa, por que não demonstrou o mesmo empenho para reconhecer a dor de Rio Pomba? A omissão evidencia uma postura seletiva, em que os aspectos positivos são amplamente divulgados, enquanto tragédias locais são ignoradas pelo alto escalão do governo estadual.

O luto de Rio Pomba e das cidades vizinhas é real. Famílias foram destroçadas, comunidades inteiras estão em choque, e a sensação de insegurança se agrava. Espera-se de um governante não apenas gestão técnica, mas também humanidade e empatia. Neste caso, a ausência de Zema não é apenas uma falta de declaração; é um sintoma de descaso, um silêncio ensurdecedor diante da dor de seu povo.
Publicado por Daniel Ferreira da Redação do Notícia Rio Pomba e Região