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audiência pública

CLIMA TENSO: vereadores batem boca e trocam farpas em sessão; serviços de coleta de lixo e transporte público são alvos de denúncias

Em sessão marcada por troca de farpas, na noite desta quinta-feira (20), os vereadores detonaram a prestação de serviços de coleta de lixo e pediram a troca da empresa através de uma licitação. “A cidade está suja. Por onde vai é lixo espalhado e inclusive a empresa acabou com as lixeiras instaladas na gestão passada. Ninguém aguenta mais esta situação caótica. O caminhão do lixo passa e parece que fica pior, deixando restos para trás. Não tem como mais ficar com esta empresa. Ela justifica que falta de mão de obra, mas o problema não é do povo e sim dela. Que se vire. Na gestão do ex-prefeito demos o caminho para romper o contrato, mas preferiu manter. Que notifique e multe”, assinalou João Paulo Pé Quente (PSD) e Líder do Governo.

Na mesma toada crítica, o Presidente da Câmara, o vereador Erivelton Jayme (PRD) colocou mais lenha na fogueira e denunciou não somente a coleta de lixo, mas também lançou farpas contra o transporte público, problema crónico que se arrasta há quase uma década, desde a Viação Presidente, enxotada de Lafaiete. “A população vem sofrendo com falta de ônibus e quando passa já vem lotado. Isso quando passa. Não tem horário definido. É uma vergonha. Fazem o que querem sem qualquer fiscalização. Sobre o lixo, é uma pouca vergonha. Pasmem, deixam resto de lixo e voltam para coletar com uma caminhonete. Acho que as licitações deveriam levar em conta a qualidade e não o menor preço. O exemplo é Lafaiete. As prestadoras de serviço fazem o que querem. Não vim aqui para ficar passando pano, mas para transformar”.

Roger Diego (PSDB) citou a irregularidade da coleta no Bairro Gagé. Já Gina Costa (Mobiliza) salientou que uma nova licitação para a coleta de lixo deve acorrer até abril.

O clima esquentou

“Esta casa está virando discurso populista e sindicalista. Não podemos criar expectativas falsas na comunidade já que o Legislativo tem limitações e atribuições”, cutucou Oswaldo Barbosa (PP). A fala incendiou o ambiente e ele foi prontamente retrucado pelos colegas. “Se a gente não puder criticar a empresa de coleta, vou juntar minhas coisas, renunciar ao mandato e voltar para casa. Não tem cabimento, não”, contra-atacou Pé Quente.

“Para mim, não é questão populista. Se a gente subir na Tribuna e não puder falar, fica difícil. É um serviço porco. Quem está sofrendo é toda a população. Solução tem”, salientou Erivelton.

“O que eu quero dizer com discurso populista é aquilo que não está ao nosso alcance ou na nossa alçada. Como vereadores, temos que saber nossos limites e atribuições do Poder Legislativo. O que eu ressaltei foi onde podemos chegar. Vamos saber diferenciar o que eu disse. O que está na nossa alçada tem que ir e lutar. Já o que não está nossa alçada é populismo sim. Cria uma expectativa que não depende da Câmara para resolver. E pior expõe a Casa”, justificou Oswaldo Barbosa.

Disputa

Samuel Carlos (PODE) que, usou a Tribuna para criticar a situação dos profissionais da saúde no Hospital e Maternidade São José, posicionou-se no embate. “Sou uma camarada que veio da luta. A gente só vai saber se vamos ter vitória se a gente lutar, fiscalizar. A gente tem de defender aqui é o povo, independente de qualquer esfera, mesmo estando ou não na nossa alçada. Temos que correr atrás e dar voz a população. Não estou aqui fazendo discurso populista”, reverberou. “Parabéns, Samuel pelas palavras. Eu comungo bem do que você disse. Talvez seja do meio de onde a gente veio e agente fala desse jeito. Meu discurso é do povo. A gente expressa como o povo quer”, disse Erivelton.

E Oswaldo arrematou o clima tenso das discussões. “Sinto-me ofendido e atacado. Eu fui claro no que disse aqui. Eu também sou povo. Está virando discurso populista e sindicalista. Eu estou falando a verdade. Cada um segue aquilo que acredita. Não estou tolhendo ninguém de usar a Tribuna. Minha opinião tem de ser respeitada. Nunca fui contra trabalhador, pelo contrário”, citou.

“Da minha parte não estou desrespeitando ninguém e comungamos com educação e respeito a todos”, encerrou Samuel.

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