Dois suspeitos foram presos nesta sexta-feira (21/03) em Ponte Nova, Minas Gerais, como parte de uma investigação sobre o desvio milionário de medicamentos do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), referência no atendimento oncológico que atende, em sua maioria, pacientes do SUS.
Segundo informações colhidas pela investigação policial, a denúncia teve início após um funcionário identificar irregularidades durante o expediente e comunicar os superiores. Conforme apuração, o esquema envolveria o desvio de medicamentos de alto valor, inclusive utilizados em pacientes em estado terminal, e há indícios de que parte das remessas possa ter sido encaminhada para o Rio de Janeiro.
A operação policial resultou na prisão de dois homens:
Um dos envolvidos, de 53 anos, natural de Ponte Nova, foi conduzido à Delegacia de Polícia na Rua Felisberto Leopoldo, no bairro Santa Tereza, às 14h, após o cumprimento de mandado de prisão expedido por um juiz da 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais.
O outro suspeito, de 29 anos, também de Ponte Nova, inicialmente não foi localizado no endereço indicado no mandado. Informações de fontes policiais apontam que ele havia se mudado para a cidade de Ouro Preto, residindo com a avó. Após diligências, Diego foi encontrado na rodoviária de Mariana, onde, durante o procedimento de prisão, entregou seu celular e teve um notebook apreendido.
Além disso, houve denúncias de que uma enfermeira teria se envolvido no desvio e uso indevido de medicamentos destinados ao alívio da dor em pacientes em estado terminal, tendo sido flagrada injetando tais fármacos em um banheiro desativado do hospital. A profissional foi dispensada, mas conseguiu, momentos depois, acessar o setor de medicamentos e furtar ampolas do remédio, sendo detida na saída do estabelecimento.
Em resposta às denúncias, a direção do Hospital Nossa Senhora das Dores realizou uma investigação interna imediata e encaminhou os resultados às autoridades competentes. Em nota oficial, a instituição afirmou seu compromisso com a transparência, a ética e a legalidade, ressaltando que está colaborando integralmente com as investigações.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que um inquérito foi instaurado para apurar os fatos e que, em momento oportuno, mais informações poderão ser divulgadas. Enquanto isso, a Secretaria de Comunicação do hospital destaca que todas as medidas necessárias para a responsabilização dos envolvidos estão sendo adotadas.
As investigações seguem em curso, com o Ministério Público e a Polícia Federal acompanhando o caso para identificar e responsabilizar todos os envolvidos no esquema