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A cada dois minutos, um acidente é registrado em Minas Gerais em 2025. Os dados preocupantes fazem parte do Painel de Trânsito do Governo do Estado. Levantamento feito pela Rádio 98, de Belo Horizonte, mostra que o primeiro bimestre deste ano é o recordista de ocorrências dos últimos 11 anos. Foram 46.380 batidas entre janeiro e fevereiro, abaixo apenas de 2014, quando as forças de segurança atenderam 46.520 acidentes.
Em relação a 2024, a alta é de 7,78%. As ocorrências em 2025 mataram 294 pessoas em todo o estado. Outras 1.413 tiveram ferimentos graves e 9.408 foram resgatadas com lesões leves. A falta de atenção dos motoristas é a principal causa dos acidentes de trânsito no estado, segundo relatos que constam nos boletins de ocorrência. Ao todo, foram 17.428 registros tendo esse motivo. Em seguida, aparecem outros motivos relacionados, má visibilidade, derrapagem, e não manter a distância de segurança.
Vias mais perigosas
As cinco vias com os maiores registros de ocorrências em 2025 ficam em Belo Horizonte. Na liderança está o Anel Rodoviário, com 708 acidentes. Em seguida, aparece a Avenida Cristiano Machado, com 614 registros, Avenida do Contorno, com 353, Avenida Antônio Carlos, com 334, e a Avenida Amazonas, com 322.
Números preocupam
A especialista em segurança no trânsito, Roberta Torres, vê com preocupação o aumento dos acidentes em Minas Gerais, principalmente, com o compromisso do Brasil em reduzir o número de mortes e lesões no trânsito em 50% até 2030. Para ela, a alta no território mineiro está ligada com vários fatores, entre eles o aumento do fluxo de veículos e o comportamento dos motoristas.
“Esse resultado reflete uma série de fatores que a gente precisa avaliar como um todo. A gente precisa considerar o aumento do fluxo de veículos nas rodovias. Minas Gerais tem a maior malha rodoviária do Brasil. O fluxo de pessoas do país inteiro é muito intenso nas nossas rodovias e isso impacta diretamente nos dados. Outro ponto crítico é a manutenção e a infraestrutura das nossas vias. Elas têm melhorado muito claro, mas a gente ainda está longe do ideal que são vias seguras, bem conservadas, com sinalização adequada. Além de elementos de segurança como defensas metálicas, áreas de escape, sonorizadores, enfim uma gama de elementos que contribuem e muito pra segurança de quem trafega nessas vias”, disse a especialista.
“E associado a isso a gente tem também o comportamento dos motorista que também está presente em muitos dos sinistros de trânsito. O excesso de velocidade, a ultrapassagem em local proibido ou em momentos inadequados, uso do celular, a condução sobre o efeito de álcool. Continuam sendo uma grande preocupação pra gente que atua com com segurança no trânsito”, completou.
Para Roberta Torres, é necessário uma grande ação conjunta para reduzir as ocorrências. A gente precisa de um plano integrado de ações. Também não é uma única ação que vai resolver todos esses problemas ou uma fórmula mágica. Então, a gente precisa de iniciativas que incluam a contínua manutenção da infraestrutura das vias, uma fiscalização mais efetiva como os radares que são importantes especialmente nos lugares mais perigosos, as campanhas educativas intensivas e frequentes e, claro, o investimento em modos de transporte”, finalizou.
Campanhas educativas
Por meio de nota, a Coordenadoria Estadual de Gestão de Trânsito de Minas Gerais (CET-MG), da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-MG), informou que vem realizando diversas ações educativas para reduzir os índices de acidentes de trânsito, motivados por causas variadas, como comportamento humano (excesso de velocidade, uso de celular enquanto dirige, ultrapassagem em locais proibidos, mistura de bebida alcóolica e direção).