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BOA NOTÍCIA: asilo para Idosos considerado modelo começa a funcionar em Congonhas (MG)

Idosos congonhenses que perderam os vínculos familiares e que estavam institucionalizados em casas de acolhimentos em outros municípios agora possuem um local adequado para ficarem na cidade, depois de décadas de espera. A Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) já funciona oficialmente, no bairro do Rosário, após a chegada dos três primeiros assistidos. A capacidade inicial está preparada para receber 20 assistidos e pode chegar a 36. Diversos deles viveram em outros municípios, como Cláudio, Entre Rios de Minas e Piranga, por falta de um local adequado até então. A partir de maio, novos institucionalizados que estão fora do Município poderão voltar para onde nasceram e aqueles que deixaram suas casas por falta de condições por parte da família poderão restabelecer este contato com mais frequência.

Uma solenidade simples realizada no dia 22 de abril marcou o início do acolhimento. O encontro contou com a participação do prefeito Anderson Cabido, a secretária de Desenvolvimento, Assistência Social e Cidadania (SEDAS), Fátima Sabará, e a equipe da pasta diretamente ligada ao equipamento; o presidente do Conselho Municipal do Idoso, Marcelo Bastos; o ex-promotor de Justiça da Comarca de Congonhas, Dr. Vinícius Alcântara Galvão; a fundadora e atual vice-presidente da Associação Comunitária Vida Nova, Marinete Castro Monteiro, e funcionários do equipamento.

A Sociedade São Vicente de Paulo, em acordo com o Município e o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), cedeu o espaço em forma de comodato, para que a Prefeitura concluísse a obra, com verba pública. A entidade idealizou este equipamento há 25 anos, mas não conseguiu viabilizá-lo. Os governos anteriores contribuíram com esta iniciativa, mas só agora o ILPI começou a funcionar. O Ministério Público do Estado de Minas Gerais, por meio do promotor Dr. Vinícius Alcântara Galvão, que atualmente atua em Itabirito, teve papel fundamental para que o equipamento fosse viabilizado.

“Esta é uma contribuição de muitas mãos: da sociedade, do Ministério Público e da Prefeitura, através de várias gestões que passaram. Este é um modelo para o Brasil, porque estamos passando por um processo de envelhecimento, que é também mundial. Então vamos ter de saber como cuidar do idoso. Em 1950, a expectativa de vida das pessoas era de 49 anos, hoje é de mais de 80 anos. As pessoas ganharam uma idade adulta, além da que elas viviam normalmente. Então é preciso preencher este espaço de atividade e dignidade, porque as pessoas não podem se aposentar aos 50 anos e esperarem pela morte, porque é um tempo muito grande. Acredito que a Prefeitura tem todas as condições logísticas, humanas, de recursos, ao lado da sociedade e das empresas e instituições, para auxiliar no que for possível para o sucesso deste serviço”, comenta Dr. Vinícius.

O prefeito Anderson Cabido lembrou que, na primeira reunião que fez com a Sociedade São Vicente de Paulo para tentar viabilizar a abertura deste equipamento, ainda em sem primeiro governo (2005-2012), “havia diversos problemas, inclusive relacionados ao terreno. Da mesma forma, outros governos tentaram e avançaram, mas a contribuição do Ministério Público foi fundamental para tornar este equipamento operacional”.

“As paredes são importantes, mas a acolhida é feita pelos funcionários que temos na ILPI para lidar com essas pessoas, que são credoras, porque deram sua contribuição para a sociedade. Esta, se mostrando justa, próspera, solidária e fraterna, agora precisa acolhê-las. Não estamos fazendo favor, e sim retribuindo a elas o que nos ofereceram”, comenta.

A secretária da SEDAS, Fátima Sabará, considera que o novo equipamento oferecerá dignidade a esta parcela da população idosa. “Sabemos que este é um desafio todos os dias e que precisamos fazer mais. Temos três idosos e outros virão de forma gradativa, porque estamos fazendo uma preparação, a fim de que não haja trauma por uma mudança repentina”.

Fátima lembra que há uma demanda reprimida no Município por vagas para acolhimento de idosos, o que não é o ideal. Ela informa que há uma ação em curso para solucionar ou minimizar o problema. “A ILPI está vinculada à Diretoria de Proteção Social Especial, que, em conjunto com o Conselho do Idoso, realiza um trabalho na cidade para que idosos sejam acolhidos por seus familiares e, portanto, não tenham de ser encaminhados para a ILPI por perderem seus vínculos familiares”. Alguns parentes não querem cuidar de seus idosos. Já outros não podem fazê-lo, por trabalharem ou não terem saúde ou condição financeira suficientes.

A Associação Comunitária Vida Nova assumiu a gestão da ILPI, por meio de um Termo de Colaboração firmado com o Município. “Ainda no Governo Zelinho, a Prefeitura de Congonhas abriu edital para entidades acolherem idosos durante a pandemia da covid-10 e a nossa Associação resolveu participar como única candidata. Acolhemos quase 200 moradores de rua no período, e não tivemos nem um caso da doença. Acho que foi uma bênção divina! Como acolhemos bem, o Governo nos deu a oportunidade de seguir com o trabalho. Posteriormente a Prefeitura ofereceu para a gente a oportunidade de cuidar de idosos, conversei com os funcionários e aceitamos esta missão. Graças a Deus, estamos aqui agora na ILPI”, contextualiza a presidente, Marinete Castro Monteiro.

Carlos Felippe Cordeiro, gerente Administrativo Geral da ILPI, detalha o serviço da instituição: “Cuidamos do idoso na sua totalidade. Possuímos a equipe de cuidadores que atuam 24 horas, para levar ao banheiro, ajudar na alimentação e trocar fraudas. Também contamos com uma equipe multidisciplinar, formada por terapeuta ocupacional, nutricionista, educador físico, assistente social, enfermeira, técnica em enfermagem e psicóloga. Alguns assistidos possuem, por exemplo, dificuldade para andar, então carecem de cuidados paliativos, para que eles não cheguem a se enquadrar no grau 3 de dependência [grau 1: independentes, grau 2: menos dependentes, grau 3: totalmente dependente]”.

Requisitos

Existem requisitos e um fluxo socioassistencial para o acolhimento da pessoa idosa na ILPI de Congonhas. As vagas são disponibilizadas somente por meio de acompanhamentos e relatórios técnicos dos profissionais que atuam na Assistência Social. O fluxo segue a seguinte ordem: CRAS – C.R.I. – Alta Complexidade – ILPI.

Serviços que se complementam

No Centro Dia, que funciona como creche do idoso, os assistidos chegam pela manhã, recebem alimentação, medicamentos, tomam banho, realizam atividades e retornam para casa no final da tarde. Este serviço é prestado para evitar o acolhimento institucional pela ILPI, em tempo integral, e, desta forma, preservar os vínculos familiares e comunitários dos idosos. O objetivo é proporcionar integração entre os usuários dos dois serviços. O Município pretende ampliar o número de vagas ofertadas por este serviço. Atualmente, o atendimento é feito a dez usuários.

O Centro de Referência do Idoso (C.R.I.) faz parte da Rede de Proteção e Garantia de Direitos, que é composta por advogado, assistentes sociais e psicólogos, que fazem o acompanhamento familiar, para fortalecer esses vínculos, quando os idosos sofrem violações nos seus direitos.

Política pública para o idoso

O Governo Municipal atua para consolidar estes equipamentos, necessários para o desenvolvimento da política pública adequada para a pessoa idosa. “Tudo precisa funcionar como um grande sistema, para maximizar o resultado. Realizamos este trabalho de forma integrada pelas Diretorias de Direitos Humanos [e sua Gerência de Política do Idosos], de Proteção Social Especial e Proteção Social Básica, vinculadas à SEDAS. Contamos com o C.R.I., o Centro Dia, o ILPI, o Conselho Municipal do Idoso, a dotação orçamentária e faremos a Conferência no dia 28 de maio, para elaborar um novo plano municipal da pessoa idosa. Temos então todo o aparato institucional e de equipamento para colocarmos em prática a garantia dos direitos da pessoa idosa e contamos com o apoio do Ministério Público. A realidade é que, como comentou o promotor de Justiça, Dr. Vinícius, teremos uma população majoritariamente idosa nos próximos anos. Como disse a Fátima Sabará, o ideal é que não precisássemos da ILPI, mas infelizmente precisamos. Temos de trabalhar para preservar os laços familiares, porque quando ele é rompido é porque a sociedade falhou”, conclui o prefeito Anderson Cabido.

Por Secretaria de Comunicação/Prefeitura de Congonhas

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