Cardeal Aloísio Lorscheider foi eleito papa, mas recusou devido a problemas de saúde
O Brasil quase teve um papa eleito no conclave. Era 1978, o papa João Paulo I, conhecido como ‘Papa Sorriso’, havia acabado de morrer, 33 dias após ser eleito. Um novo conclave foi convocado para aquela época no Vaticano.
Naquele conclave, em 78, o então Arcebispo da Arquidiocese de Fortaleza, Aloísio Lorscheider, recebeu 2/3 dos votos do Colégio de Cardeais. Porém, quando foi perguntado se aceitaria o cargo, rejeitou.
Isso porque Lorscheider alegou ter oito pontes de safena – técnica cirúrgica na qual um pedaço da veia safena da perna é colocada no coração para transportar sangue da artéria aorta até o músculo cardíaco – e a Igreja não suportaria outro conclave em tão pouco tempo. Caso o cardeal aceitasse e morresse, seriam três conclaves em um curto período.
No fim, Lorscheider acompanhou todo o papado de João Paulo II, eleito na época, e morreu depois dele. O cardeal Wojtyla morreu em 2005, enquanto Aloísio Lorscheider faleceu em 2007, aos 83 anos.
Lorscheider chegou a ser transferido de Fortaleza para a Arquidiocese de Aparecida, em São Paulo, onde ficou até os 75 anos, quando precisou renunciar ao cargo.
Segundo especialistas, é improvável que um cardeal brasileiro seja nomeado desta vez. Entre os favoritos, estão o cardeal Leonardo Ulrich Steiner, da Amazônia, e o cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia.
Conclave
O conclave teve início nesta quarta-feira (7), com a primeira fumaça saindo da Capela Sistina por volta das 16h. Nesta quinta (8), houve duas novas votações, às 5h30 e 7h, que indicaram que não foi escolhido um novo pontífice ainda.
Caso um novo papa seja eleito, por volta das 12h30 sairá fumaça branca da chaminé da Capela Sistina ainda nesta quinta. Neste horário, só sairá fumaça se houver um novo papa. Às 14h sai o último resultado do dia, podendo a fumaça ser branca ou preta.
A expectativa, segundo especialistas, é de que um novo papa seja eleito ainda nesta quinta.
Como funciona a votação?
Os cardeais escrevem, sem se identificar, o nome de quem eles querem que seja o papa em um papel e o colocam em uma urna. Depois que todos os votantes depositam as cédulas, elas são contadas e depois queimadas.
São feitas até quatro rodadas de votações por dia e um cardeal só é eleito papa quando obtém dois terços dos votos. No caso deste conclave, ele precisaria de ao menos 89 votos.
Quando o papa é finalmente escolhido, o público é informado através de uma fumaça branca. O cardeal decano pergunta ao novo pontífice se ele aceita o cargo e pede para que ele escolha um nome. Por fim, o eleito veste as roupas papais pela primeira vez e é apresentado aos fiéis na varanda da Basílica de São Pedro.
FONTE: ITATIAIA