Após aportar R$ 100 milhões na modernização de sua unidade industrial em Congonhas, na região Central de Minas Gerais, a LGA Mineração construirá um terminal ferroviário em Conselheiro Lafaiete, com investimento estimado em R$ 230 milhões. A expectativa é que as atividades na instalação, que terá capacidade para 8 milhões de toneladas, entre recebimento de produtos e expedição, tenham início no primeiro semestre de 2028.
A conceituação do projeto já foi realizada, bem como a aquisição dos imóveis necessários para a implantação. No momento, os estudos ambientais estão em consolidação para que se inicie o processo de licenciamento. O começo das obras está previsto para 2027.
As informações são do CEO da empresa, Paulo Soares, em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio. De acordo com o executivo, serão criados aproximadamente 100 empregos diretos no terminal ferroviário, que também será importante para o município no que diz respeito à arrecadação tributária, ao gerar Imposto sobre Serviços (ISS).
Ele diz que a instalação é a segunda etapa do projeto 3,5M. Na primeira, a LGA investiu em novas plantas de britagem (em funcionamento), moagem e jigagem (começarão a operar em julho) para aumentar a qualidade do minério produzido em Congonhas, com o intuito de ser competitiva para atender à demanda das produtoras de aço com metas de descarbonização.
Conforme Soares, o terminal ferroviário visa trazer para a unidade industrial a flexibilidade de receber matéria-prima e expedir produtos à siderurgia sem ter que necessariamente utilizar carretas. Atualmente, 100% do fluxo operacional é feito via rodovias, usando, basicamente, a BR-040 e a MG-030. A maioria da produção é escoada para a usina da Gerdau, em Ouro Branco, e o restante é enviado para exportadoras, como Vale e Trafigura.
Empresa reduzirá custos e impactos socioambientais
Com a instalação, a LGA Mineração reduzirá custos, já que o modal ferroviário permite o transporte de cargas com menor custo logístico em relação ao rodoviário. A empresa também diminuirá os impactos de sua operação sobre o meio ambiente e a população, uma vez que as locomotivas emitem menos gases poluentes do que as carretas e ao retirar veículos pesados das rodovias, além de reduzir os riscos de acidentes e congestionamentos – pelos cálculos da empresa, será retiradas nove mil carretas das rodovias por mês.
“Sempre estivemos atentos às perspectivas do mercado. Fomos pioneiros no tratamento de rejeitos, implantando o processo de filtragem antes mesmo dos acidentes que tivemos no Estado. Agora, vemos como drive de desenvolvimento para os curto, médio e longo prazos a qualidade dos produtos e a mitigação dos impactos sociais e ambientais”, destaca o CEO.
“Esses dois projetos (terminal ferroviário e modernização da planta industrial) visam nos posicionar, de forma mais estratégica, para o setor siderúrgico, mitigando, entre outros, os impactos logísticos e nas comunidades onde estamos inseridos”, sublinha.
De acordo com o executivo, a instalação em Conselheiro Lafaiete será capaz de atender a outras operações, além da própria empresa. A capacidade de processamento da LGA Mineração em Congonhas será de 3,5 milhões de toneladas de minério, volume que deve ser alcançado neste ano, após ficar em 3,2 milhões de toneladas em 2024.
- Fonte: Diário Comércio