Ele fica a cerca de 3 horas da capital paulista e abriga cidades turísticas
A região de São João da Boa Vista (SP), Poços de Caldas (MG) e cidades vizinhas é conhecida por suas serras, solos férteis e paisagens deslumbrantes.
Poucos sabem, porém, que essa beleza é herança de um antigo vulcão extinto, cujo centro hoje abriga Poços de Caldas. Há 80 milhões de anos, uma “intrusão (uma espécie de enxerto de rochas alcalinas no solo já existente)” elevou a região em mais de 500 metros, formando uma “enorme cratera” — hoje o Planalto de Poços de Caldas. As serras que dominam a paisagem são, na verdade, as bordas da caldeira vulcânica.
“Esse vulcão era enorme, com cerca de 40 km de diâmetro. Por ser tão grande, se formou uma grande caldeira, com vários vulcões pequenos borbulhando dentro dela”, explica a gestora ambiental Alice de Abreu, em entrevista à Revista Atua.
Segundo o engenheiro Resk Frayha, essa atividade geológica originou as águas sulfurosas e a riqueza mineral única da região, o “único complexo alcalino no mundo com essas características”.
Este complexo formou as águas termais e as terras férteis da região.
“A crosta mais delgada permite a existência de águas aquecidas e com diferentes características químicas”, explica o professor Francisco Sérgio Bernardes Ladeira, da Unicamp.
Apesar do mito de que o vulcão pode “acordar”, especialistas garantem que ele está extinto há milhões de anos.
“Na verdade, depois que a região se estabilizou, houve diversas manifestações vulcânicas, sob a forma de pequenos vulcões”, esclarece Resk Frayha. Hoje, o que resta é um patrimônio geológico que sustenta economia, turismo e a identidade única dessa região entre Minas Gerais e São Paulo.
FONTE: REVISTA FORUM