Um caso de estelionato está chocando Minas acendendo o alerta sobre golpes financeiros cometidos por pessoas próximas. Uma mulher da região de Conselheiro Lafaiete (MG), de 38 anos, foi presa esta semana, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após investigação por aplicar um golpe milionário na própria tia, causando um prejuízo que ultrapassa R$ 1,5 milhão.
Segundo a PCMG, a vítima, uma mulher de idade avançada, com 84 anos, e com patrimônio considerável, teria confiado à sobrinha a administração de suas finanças. Com acesso facilitado a contas bancárias, aplicações e bens, a suspeita passou a movimentar valores sem autorização e, ao longo de meses, desviou uma verdadeira fortuna.
Ela enfrentava tratamento contra o câncer e havia perdido o marido recentemente, situação que a deixou em estado de vulnerabilidade. Foi nesse contexto que passou a depender do auxílio da sobrinha, que havia vindo Lafaiete e foi acolhida em sua casa. Apesar de não terem vínculo familiar formal, a idosa sempre a tratou como filha.
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais PCMG, a suspeita ganhou a confiança da vítima e passou a ter acesso a sua conta bancária, por onde eram recebidos a aposentadoria e os rendimentos de investimentos. Com o tempo, a idosa começou a enfrentar dificuldades financeiras e chegou a ficar sem dinheiro para despesas básicas. Ao ser questionada, a sobrinha alegava que os recursos estavam sendo usados com transporte e outras necessidades.
O caso se agravou quando a idosa foi alertada pelo banco sobre uma movimentação atípica no valor de R$ 200 mil, transferidos para benefício da investigada. A polícia apurou que, mesmo após deixar de morar com a tia há anos, a mulher continuava utilizando os recursos dela para pagar todas as suas despesas.
A denúncia foi formalizada e o caso está sendo apurado pela Polícia Civil, que já solicitou quebra de sigilos bancário e fiscal da suspeita. Fontes próximas ao caso apontam que o montante desviado pode ter sido usado para aquisição de imóveis, carros de luxo e viagens, além de transferências para contas de terceiros.
A suspeita, que ainda não teve a identidade oficialmente revelada, é moradora de Lafaiete e deve responder pelos crimes de estelionato, apropriação indébita e falsidade ideológica, podendo pegar até 12 anos de prisão. O caso serve como alerta para situações em que pessoas idosas entregam o controle financeiro a parentes sem acompanhamento legal. O Ministério Público acompanha o caso e não descarta o envolvimento de outros possíveis beneficiários do esquema. A população da cidade está perplexa com o episódio, que envolve não apenas um alto valor financeiro, mas sobretudo a quebra de confiança dentro da própria família.
Um apartamento avaliado em R$ 600 mil e um carro de luxo comprado à vista, via PIX, por R$ 107 mil. Esses seriam parte dos bens adquiridos por uma mulher.
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