Honda Biz é a moto mais vendida do Brasil por anos e continua sendo a preferida dos entregadores. Entenda por que esse modelo superou CG 125, Bros e Pop, e ainda conquista o mercado em 2025.
Durante décadas, a disputa pelo posto de moto mais vendida do Brasil esteve concentrada entre modelos como a CG 125, a Bros 160 e a Honda Pop 110i. Mas houve uma época em que nenhuma delas conseguiu segurar o avanço de uma scooter que unia praticidade, economia e design urbano: a Honda Biz.
Criada para ser um modelo de entrada com apelo urbano, a Honda Biz rapidamente se tornou a preferida dos entregadores, mototaxistas e até de jovens em busca do primeiro veículo. Seu grande diferencial era o câmbio sem embreagem, a economia de combustível, o custo de manutenção baixíssimo e um visual mais moderno que o das rivais.
Em poucos anos, ela superou as campeãs de venda da época e se tornou um símbolo de mobilidade prática no país.
Honda Biz: uma revolução silenciosa sobre duas rodas
A Honda Biz chegou ao Brasil nos anos 1990 como uma alternativa urbana à CG 125, que era maior, mais pesada e pensada para percursos variados. A proposta da Biz era diferente: levar pessoas de forma prática, barata e simples por ambientes urbanos.

Ela trazia um câmbio semiautomático (com pedal, mas sem embreagem manual), compartimento sob o banco, quadro leve, excelente ciclística e um desempenho suficiente para o uso cotidiano nas cidades. O resultado foi imediato: a aceitação pelo público foi massiva, principalmente entre mulheres, jovens e trabalhadores autônomos.
O sucesso foi tanto que, durante os anos 2000, a Biz foi a moto mais vendida do Brasil em diversos períodos, deixando para trás até a tradicional CG.
Moto preferida dos entregadores: por que a Honda Biz dominou o mercado de trabalho
Se há um público que contribuiu diretamente para o sucesso da Biz, foi o dos entregadores e motoboys. O modelo conquistou esse segmento por vários motivos muito claros:
- Economia de combustível: fazendo facilmente entre 40 e 50 km/l, a Honda Biz se tornou uma das motos mais econômicas da história do Brasil.
- Baixo custo de manutenção: peças baratas, revisões simples e estrutura mecânica fácil de consertar.
- Facilidade de pilotagem: o câmbio sem embreagem reduzia o cansaço no trânsito intenso das cidades.
- Agilidade urbana: leve, fácil de manobrar, com rodas pequenas e baixa altura do assento.
- Espaço sob o banco: um diferencial útil para guardar ferramentas de trabalho, entregas pequenas e até documentos.
A moto preferida dos entregadores não ganhou esse título à toa. Ela foi moldada pela necessidade real da rua, e não por luxo ou status. Por isso, manteve uma base fiel mesmo após perder o posto de líder de vendas para motos como a Pop 110i ou a Bros.
Biz X CG 125 X Bros X Pop: a comparação que explica tudo
Enquanto a CG 125 era a escolha tradicional do trabalhador de zonas urbanas e rurais, a Bros 160 dominava em regiões com terrenos acidentados e a Pop 110i conquistava pela simplicidade e preço baixo, a Biz ocupava um espaço intermediário muito inteligente.
Ela era mais confortável que a Pop, mais leve e fácil que a CG, e mais urbana que a Bros. Isso fez com que se tornasse a escolha racional e funcional de quem precisava da moto como ferramenta de trabalho.
Mesmo com a chegada dos aplicativos de entrega e o aumento da demanda por motos com maior capacidade de carga, a Biz permaneceu firme entre os preferidos — justamente por conciliar leveza, economia e praticidade com um visual mais moderno que a concorrência.
A força da Honda por trás do sucesso da Biz
Um ponto que não pode ser ignorado é o peso da marca Honda no Brasil. A montadora japonesa tem a confiança do consumidor brasileiro como poucas outras. Isso ajudou a consolidar a imagem da Biz como uma moto confiável, fácil de revender e com ampla rede de assistência técnica.
A mecânica da Biz foi baseada em motores já consagrados, como o 100cc da antiga C100 Dream e, posteriormente, o 125cc derivado da CG. Com o tempo, recebeu melhorias na injeção eletrônica, versões com partida elétrica e até painel digital.
O investimento contínuo da Honda no modelo fez com que ele não ficasse ultrapassado, mesmo em um segmento onde a inovação tecnológica é lenta.
Ficha Técnica Comparativa: Honda Biz 1998 vs Honda Biz 125 2025
Honda C100 Biz (1998 – Primeira Geração)
Especificação | Detalhes |
---|---|
Motor | 4 tempos, monocilíndrico, refrigerado a ar |
Cilindrada | 97,1 cc |
Potência Máxima | 6,3 cv a 7.500 rpm |
Torque Máximo | 0,71 kgf.m a 6.000 rpm |
Alimentação | Carburador |
Transmissão | 4 marchas, rotativa sem embreagem manual |
Partida | Pedal |
Freios | Tambor nas duas rodas |
Suspensão Dianteira | Garfo telescópico |
Suspensão Traseira | Braço oscilante com dois amortecedores |
Peso Seco | 95 kg |
Altura do Assento | 742 mm |
Capacidade do Tanque | 3,5 litros |
Consumo médio | ~45 km/l |
Velocidade Máxima | ~90 km/h |
Pneus | Aro 17 (dianteiro) e 17 (traseiro) |
Diferenciais da época | Compartimento sob o banco, economia, facilidade de pilotagem |
Honda Biz 125 (2025 – Geração Atual)
Especificação | Detalhes |
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Motor | 4 tempos, monocilíndrico, OHC, arrefecido a ar |
Cilindrada | 124,9 cc |
Potência Máxima | 9,2 cv a 7.500 rpm |
Torque Máximo | 1,04 kgf.m a 3.500 rpm |
Alimentação | Injeção eletrônica PGM-FI |
Transmissão | 4 marchas, rotativa sem embreagem manual |
Partida | Elétrica e pedal |
Freios | Dianteiro a tambor / Traseiro a tambor (versão básica) |
Suspensão Dianteira | Garfo telescópico |
Suspensão Traseira | Dois amortecedores com mola helicoidal |
Peso Seco | 100 kg |
Altura do Assento | 753 mm |
Capacidade do Tanque | 5,1 litros |
Consumo médio | ~50 km/l (ciclo urbano) |
Velocidade Máxima | ~100 km/h |
Pneus | Aro 17 (dianteiro) e 14 (traseiro) |
Diferenciais atuais | Painel digital, baú maior sob o banco, injeção eletrônica, visual moderno |
A Biz em 2025: ainda viva, ainda competitiva
Atualmente, a Honda Biz está disponível nas versões 110i e 125i. Mesmo não sendo mais líder de vendas como no passado, ela continua entre as motos mais vendidas do Brasil, especialmente em regiões metropolitanas como São Paulo, Recife, Salvador e Belo Horizonte.
Seu preço gira em torno de R$ 13 mil a R$ 14 mil (versão 125i), o que a coloca entre as motos de entrada mais competitivas — ficando abaixo de scooters como Honda Elite e Yamaha NEO 125.
Mesmo em um mercado mais fragmentado, com opções elétricas surgindo e concorrência de marcas chinesas, a Biz ainda sobrevive com dignidade e respeito, sustentada pela reputação que construiu ao longo de décadas.
Depoimentos de quem depende dela: “É uma guerreira!”
Conversamos com entregadores e usuários antigos da Biz, e a resposta é unânime: ela aguenta o tranco.
“Tive uma Biz por quase 10 anos. Fiz entrega, trabalhei como motoboy e nunca me deixou na mão. É uma guerreira”, conta Roberto Matos, entregador por aplicativo no Rio de Janeiro.
“Já tive CG, Pop e Bros. Mas a Biz sempre foi minha favorita. Leve, econômica e muito fácil de pilotar”, diz Fernanda Silva, autônoma em Recife.
São relatos como esses que reforçam o status da Biz como moto mais querida do Brasil, mesmo que hoje não apareça sempre no topo dos rankings.
O que esperar do futuro? Uma Biz elétrica?
Diante da crescente eletrificação do transporte urbano, não seria estranho ver uma versão elétrica da Honda Biz nos próximos anos. A Honda já apresentou o modelo EM1 e:, uma scooter elétrica com foco no público jovem e urbano, mas ainda não confirmou sua chegada ao Brasil.
Caso a montadora opte por eletrificar a Biz, mantendo sua leveza, design e praticidade, é possível que a moto tenha uma nova era de ouro nas grandes cidades, especialmente com incentivos governamentais à mobilidade limpa.
A lealdade do público está garantida. Falta agora a Honda dar o próximo passo.
Poucos veículos no Brasil têm o legado da Honda Biz. Ela foi a moto mais vendida do Brasil por anos, conquistou uma base fiel entre entregadores e mototaxistas, e ainda é lembrada como símbolo de economia, resistência e praticidade.
Mesmo com rivais como CG 125, Bros e Pop disputando o topo, a Biz criou um espaço próprio — o da moto que é confiável, tem preço justo e entrega o que promete.
Seja no passado como campeã de vendas, seja no presente como a preferida de quem entende de rua, a Biz é mais que uma moto: é um ícone urbano brasileiro.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS