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Montadora chinesa prometeu estreia grandiosa no Brasil, vendeu apenas 51 carros e sumiu! Agora, com rumores de que deixaria o país, ela apareceu e respondeu se vai ou fica

Com vendas tímidas no Brasil e protestos na China, montadora chinesa tenta provar que ainda está viva. Crise financeira, produção paralisada e rumores de fuga fazem marca reaparecer e explicar o que pretende com o mercado brasileiro.

A fabricante chinesa Neta Auto, que chegou ao Brasil com promessas ambiciosas de protagonismo no setor de veículos elétricos, reapareceu após um longo período de silêncio.

Após mais de um mês com o site oficial fora do ar e a conta no Instagram inativa, a empresa retomou sua comunicação institucional e garantiu que não deixará o mercado brasileiro, apesar das dificuldades enfrentadas globalmente.

Em comunicado recente, a Neta Auto afirmou que suas operações comerciais e concessionárias continuam ativas no Brasil, com presença em cinco capitais: Rio de Janeiro, Brasília, Maceió, Recife e Natal.

Ainda assim, os sinais de instabilidade levantam dúvidas sobre o futuro da marca no país.

Desde o fim de 2024, a montadora registrou apenas 51 veículos emplacados no Brasil, segundo dados públicos de mercado.

Os modelos oferecidos são o Neta Aya, um compacto 100% elétrico vendido por R$ 133.900, e o Neta X, um SUV médio com preço inicial de R$ 209.900.

O terceiro modelo planejado, o esportivo Neta GT, chegou a ser anunciado, mas teve o lançamento cancelado no Brasil.

Crise nas fábricas da Neta na China

Apesar da retomada da comunicação no país, a situação da matriz na China segue crítica.

As fábricas da Neta continuam paradas desde o início de 2025, reflexo de uma crise financeira profunda iniciada no ano anterior.

De acordo com a subsidiária brasileira, a controladora Hozon New Energy iniciou em fevereiro um plano de reestruturação que envolve trocar dívidas por ações da própria empresa, medida voltada a recuperar a confiança de fornecedores e parceiros comerciais.

A empresa afirma que mais de 50% dessa operação de conversão já foi concluída e que as negociações com novos investidores continuam em andamento, com apoio direto do governo municipal de Tongxiang, onde está situada a principal planta fabril da montadora.

Ainda assim, os modelos Aya e GT continuam sem previsão de retomada da produção, enquanto o Neta X e o Neta L permanecem no catálogo da empresa.

Protestos, dívidas e colapso operacional

A gravidade da situação foi evidenciada em abril de 2025, quando concessionários chineses organizaram protestos em frente à fábrica em Tongxiang, cobrando indenizações por perdas e entregas não realizadas.

Estima-se que as dívidas da fabricante com fornecedores somem mais de US$ 200 milhões, segundo reportagens da imprensa local.

A crise ganhou visibilidade quando funcionários da Neta na China não receberam os bônus prometidos no início de 2024, o que teria desencadeado uma série de atrasos logísticos e desaceleração nas vendas.

Desde então, a empresa tenta manter sua operação com cortes e renegociações.

Queda nas vendas e retração do mercado chinês

O pico da trajetória da Neta ocorreu em 2022, quando a empresa alcançou 152.073 veículos vendidos na China.

O desempenho caiu significativamente nos anos seguintes, com apenas 87.684 unidades vendidas em 2024.

Em 2025, os números continuaram em declínio: foram apenas 487 unidades vendidas nos meses de janeiro e fevereiro, sem qualquer dado público para março.

Tentativas de expansão internacional

Com a demanda interna em queda, a Neta tem apostado no mercado internacional como uma tentativa de sobreviver.

A montadora inaugurou uma linha de montagem em Bangkok, Tailândia, em 2023, e tem tratado o país como sua principal aposta no exterior.

Durante o Salão de Bangkok, realizado entre março e abril deste ano, a empresa comemorou a venda de 1.209 veículos.

Apesar do entusiasmo, o número ainda é considerado modesto para os objetivos da empresa, que pretende alcançar lucro fora da China até 2026.

Outros mercados, no entanto, têm mostrado menor tolerância aos problemas da Neta.

Em Cingapura, por exemplo, o importador local encerrou o contrato de distribuição após não receber os carros prometidos, mesmo tendo encomendas formalizadas.

O resultado foi apenas quatro veículos emplacados antes do fechamento das atividades.

Dúvidas sobre a permanência da Neta no Brasil

A instabilidade da Neta gerou especulações nas redes sociais e em grupos especializados sobre um possível encerramento da operação brasileira.

O fato de a empresa ter saído do ar por semanas sem explicação pública aumentou a desconfiança entre consumidores e revendedores.

Questionada sobre o episódio, a empresa se limitou a dizer que “continuará comunicando seus próximos passos e decisões estratégicas”.

Mesmo com uma linha de produtos enxuta e produção interrompida na China, a Neta mantém os preços dos seus dois modelos no Brasil, sem anunciar promoções ou descontos agressivos para impulsionar as vendas.

O Neta Aya e o Neta X permanecem disponíveis no site oficial reativado, mas não há novos emplacamentos registrados desde maio de 2025.

A marca também não se comprometeu com novas entregas ou cronogramas de lançamento, o que reforça a cautela do consumidor brasileiro em um cenário de incerteza.

A ausência de produção ativa e os baixos volumes vendidos levantam dúvidas sobre a viabilidade de médio prazo da montadora no país.

Enquanto a reestruturação avança na China com apoio municipal e busca por capital externo, resta saber se a Neta conseguirá sustentar sua presença no Brasil sem uma base sólida de produção e vendas locais.

Afinal, o mercado brasileiro está pronto para confiar em uma montadora que ainda não provou sua capacidade de entrega e permanência?

FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS

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