No coração de Conselheiro Lafaiete, onde o sino antigo da basílica parece conversar com o céu, os dias que se aproximam prometem ser de intensa luz. A partir desta quarta-feira, 18 de junho, a cidade se reveste de espiritualidade para viver o 2º Jubileu do Sagrado Coração de Jesus, uma festa que não é apenas calendário — é sentimento, é tradição, é entrega.
De 18 a 26 de junho, três vezes ao dia, os bancos do santuário se encherão de vozes, preces e silêncios sagrados. Missas e novenas acontecerão às 7h, 15h e 19h, como um compasso que rege o tempo da fé. É o ritmo do amor divino, marcado pela confiança dos fiéis que vêm agradecer, pedir, louvar — muitos com lágrimas nos olhos, outros com esperança nos bolsos.
É mais do que uma festa religiosa. É uma travessia da alma.
No altar, a imagem do Sagrado Coração de Jesus observa com ternura o povo que o procura. Ele não julga. Ele acolhe. Suas mãos abertas lembram que ali sempre há um recomeço possível — mesmo para os que chegam feridos pela vida. O Jubileu é o tempo da indulgência, da reconciliação, da certeza de que a graça ainda habita entre nós.
Padre Euder Daniane Canuto Monteiro, pároco do santuário e condutor desta travessia espiritual, fala com os olhos brilhando:
“Estamos vivendo um tempo de graça. O Jubileu é o Coração de Jesus pulsando no meio do seu povo. É Ele dizendo, todos os dias: ‘Não tenham medo. Eu estou aqui’.”
E Ele está.
Está nos pés que chegam cansados, nas mães que oram por seus filhos, nos jovens que voltam para casa com o coração tocado. Está nas velas acesas em promessa, nas famílias que entronizam a imagem sagrada em seus lares, nas mãos que se unem em silêncio diante do mistério.
Este é o segundo Jubileu da história do santuário, reconhecido oficialmente pelo Vaticano como espaço de peregrinação e indulgência. E Lafaiete, que sempre foi chão de fé e resistência, agora se torna também caminho de cura para quem vem de longe — e de dentro.
Se o mundo parece árido lá fora, aqui dentro floresce a certeza de que o amor de Deus não se esgota. Cada missa, cada cântico, cada bênção é como uma brisa mansa em meio ao calor da vida. O Sagrado Coração de Jesus convida: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.”
É tempo de abrir o coração.
É tempo de voltar para casa.